Após quatro derrotas e atuações ruins, a Seleção Brasileira de basquete feminino está oficialmente eliminada dos Jogos Olímpicos Rio 2016. A dura queda não foi surpresa, já que, há anos na luta, o esporte sofre para se desenvolver no país e a modalidade feminina corre muito atrás.

O desempenho do basquete brasileiro na Olimpíada vem sendo abaixo da expectativa. Se no masculino a classificação é incerta, no feminino as chances acabaram após a última derrota para a França na noite da última quinta-feira (11). Entretanto, quem acompanha o esporte nacional conhece bem a realidade atual e sabe que, apesar de triste, nossa situação é muito crítica.

Nossas meninas são as que mais sofrem atualmente. Enquanto a Liga profissional quase não é conhecida e só há transmissão (pouco divulgada) nas finais, a base não funciona, não terá mais campeonatos, não tem organização e a CBB, falida, não sabe o que fazer.

Quantos fãs de basquete sabem que existe uma Liga de Basquete Feminino no Brasil? E quantos sabem que ela existe desde 2010 e segue até hoje, sem visibilidade alguma, lutando para continuar existindo? A LNB, única a fazer o possível pelo basquete brasileiro, continua mantendo, mesmo com muito esforço, a liga feminina ativa.

São apenas seis equipes disputando o campeonato e, apesar de vinte times já terem passado pelo menos uma vez pelo torneio, a maioria só dura uma temporada. Até o Americana, que tem mais títulos da competição, precisou arrumar outra alternativa para se manter, fazendo parceria com o Corinthians. 

Hortência, rainha do basquete brasileiro, não fez um bom trabalho quando assumiu como diretora de seleções em 2009, saíndo quatro anos depois quando o presidente da entidade resolveu acabar com a função. Porém, por trás dos fracassos em quadra, a ex-jogadora tentou a todo custo mudar o basquete feminino de patamar, mas foi em vão.

A gestão de Carlos Nunes na Confederação Brasileira de Basquete é patética, não há outra palavra que defina melhor. Se o basquete masculino já passa por turbulências anualmente e sofre pela falta de patrocínio e incentivo, o feminino segue jogado em qualquer canto, sem conseguir ao menos o mínimo de apoio. A Liga Nacional sofre com o descaso da CBB, que não tem dinheiro ou administração competente para fazer seu trabalho.

Precisamos olhar para as nossas meninas não apenas de quatro em quatro anos para julgar seus desempenhos nos Jogos Olímpicos. Precisamos olhar para elas a cada início de preparação, pré-temporada. O basquete brasileiro precisa de apoio, de visibilidade, de investimento. O Brasil é cheio de talentos que acabam se perdendo porque não há competência para salvá-los. Até quando vamos deixar que isso aconteça?