CRÍTICA: Narcos encerra muito bem o arco sobre Pablo Escobar
(FOTO: Reprodução/Netflix)

Pablo Escobar, o maior traficante de todos os tempos chega ao fim. Essa é a premissa que a Netflix divulga desde os primeiros teasers da segunda temporada de Narcos. Sabendo o desfecho, nos coube ver os caminhos que levaram até a morte de Pablo e todas as consequências que suas decisões causaram. A temporada tem 10 episódios e já está toda disponível na Netflix.

É uma temporada bem superior a primeira, a série já havia demonstrado bem do que Pablo é capaz, mas acredite, ele surpreende ainda mais. Mais atentados, mais fugas, mais assassinatos, vemos um Escobar ainda mais insano sofrendo com a perseguição em cima dele, mas nunca deixando de desfrutar do seu poder.

Toda essa insanidade do personagem é entregue com extrema perfeição pelo Wagner Moura. Se houve gente pra reclamar do seu sotaque na primeira temporada, nessa, percebemos que ele está bem mais a vontade no personagem. Não é fácil dar vida a um personagem como o Escobar, só muito talento pra dar conta. O brasileiro atua em algumas cenas somente com o olhar, nos transmitindo o que pensa sem nem precisar falar nada. Uma atuação tão segura que ele se torna simpatizante com o expectador mesmo com os atos horríveis do personagem. É cedo pra dizer, mas o considero um dos favoritos ao próximo Emmy.

Os personagens secundários de Narcos continuam sendo um problema. Existe muita introdução, mas pouco desenvolvimento. Os únicos que ainda são mais explorados são os policiais Steve Murphy (Boyd Holbrook) e Javier Peña (Pedro Pascal). A família do Escobar e seus capangas só são desenvolvidos em prol do enredo do Escobar. Paulina Gaitan é outra atriz que merece destaque, pois cresceu bastante na temporada vivendo a Tata, esposa de Pablo.

A fotografia se mantém a mesma da primeira temporada, muitas cores e muitos planos abertos. Mas melhorou bastante nas cenas de ação. Há um plano sequência no episódio 6 que é sensacional. As cenas de perseguições estão ainda melhores aqui também, a gente consegue entender o que tá acontecendo, não existem aqueles cortes frenéticos.

A trilha sonora é sensacional, tanto nas cenas de ação, quanto nos momentos mais íntimos do personagem. Percebe-se que houve todo um cuidado nas escolhas das músicas, pois elas definem bem em suas letras o que tá acontecendo na série.

O roteiro é outro ponto que melhorou, apesar de a narração do Steve ser dispensável em muitos momentos, tá bem mais aceitável que na primeira temporada, onde ele narrava situações óbvias demais. Nessa temporada conseguiram trabalhar melhor a personalidade do Pablo e a série ficou menos apressada. Assim como na temporada passada, tivemos um uso inteligente de muitas cenas documentais e um fechamento de arco muito bom, a série cumpriu bem seu papel. Resta saber o rumo que a série vai tomar nas temporadas seguintes sem o Escobar como protagonista, já que a série foi renovada pra mais duas temporadas pra contar sobre o cartel de Cali.

A segunda temporada de Narcos é mais intensa, e tem um show de atuação do Wagner Moura. E mesmo com seus mornos personagens secundários é uma série imperdível. 

NOTA: 8.2

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