O Real Garcilaso é uma das equipes profissionais mais jovens do planeta. Fundada em 2009, a agremiação de Cuzco, no Peru, tem uma história meteórica de títulos e acessos em um espaço muito curto de tempo. Desde a primeira partida até o presente momento, só ouve um ano em que La Máquina Celeste ficou de fora do pódio em competições nacionais. Com o título da Copa Perú em 2011, o time conseguiu o primeiro acesso à elite nacional e desde então, não sabe o que é ficar em posições abaixo do terceiro posto.

Para 2014, o Garcilaso chega credenciado pelo segundo vice-campeonato nacional seguido, tendo ficado atrás do Universitario de Lima nos playoffs depois de uma temporada regular impecável, alcançando 77 pontos em 44 rodadas do Descentralizado. A base da equipe é de titulares vetereanos e jovens promissores no banco, onde se destacam os medalhões que levaram o jovem time às quartas de final da Libertadores em 2013.

No entanto, não se pode esperar muito do plantel, cujas qualidades maiores são o entrosamento e a entrega em campo. O nível técnico da equipe é razoável e enfrentar os peruanos dentro de seus domínios é mais complicado pela altitude do que propriamente pela qualidade do plantel apesar do recente domínio no campeonato inca.

O elenco atual também passa por problemas. Durante a janela de transferências, o número de baixas foi maior do que o de entradas e alguns nomes que se destacaram na campanha de 2013 deixaram a equipe, vide os casos de Fábio Ramos e Luis Guadalupe, meia e defensor que deixaram Cuzco rumo ao León de Huánuco e à Universidad César Vallejo respectivamente.

Os dois jogadores tinham uma idade mais avançada (33 e 37 anos) e as peças de resposição que chegaram vem para abaixar a média de idade do time. Resta agora a Fredy García reorganizar seu vitorioso 4-4-2 e desafiar os gigantes no grupo 5 da Libertadores para buscar a classificação aos mata-matas.

Freddy García, o comandante

Mais conhecido como Freddy 'Petroleo' Garcia, o treinador está no Real Garcilaso desde 2011. Peruano de 54 anos, está longe de ter uma carreita recheada por títulos. Técnico profissional desde 2007, tem apenas uma Copa do Peru com o próprio Garcilaso no currículo.

E o titulo da Copa do Peru aconteceu logo em sua temporada de estreina no time peruano. Usando o fator casa como triunfo, Garcia conquistou a confiança da torcida e diretoria, e como ainda conseguiu uma classificação para a Libertadores, que resultou em uma grande campanha em 2013, ainda se mantém no cargo.

Victor Ferreira, o destaque

Em meio a um Campeonato Peruano equilibrado, o ataque do Real Garcilaso conseguiu se destarcar. O trio Fábio Ramos, Victor Ferreira e Mauricio Montes foi mais do que fundamental para a classificação da equipe para a Copa Libertadores.

Entre eles, Victor Ferreira é o de mais destaque, mais identificado com os torcedores e o único que permaneceu para 2014. Durante todo o ano de 2013, Victor conseguiu bons números: foram 12 gols e 9 assistências em 42 partidas, sendo que, em 10 jogos de Libertadores, participou diretamente de três gols marcados pelo Garcilaso.

Como joga

O esquema de García é um 4-4-2 clássico, onde o time-base escalado por Freddy Garcia costuma ser formado por: Carranza; Herrera, Huerta, Rodríguez e Santillán; Retamoso, Ortíz, Vildoso e Salazar; Victor Ferreira e Rodríguez.

A altitude é o triunfo

Com capacidade para 48.500 pessoas, Estádio Inca Garcilaso de la Vega, em Cuzco, é mais uma vez o grande diferencial para o Real Garcilaso ir ainda mais longe nesta edição de Copa Libertadores. Com 3.350 metros acima do nível do mar, a altitude de Cuzco deve assustar mais os adversários que a própria equipe peruana.

Na última edição do torneio continental, o fator casa não conseguiu ser tão determinante para os peruanos. Em 5 partidas, foram apenas duas vitórias conquistadas, sendo uma grande goleada sobre o Cerro Porteño por 5 a 1. No restante, um empate e duas derrotas.

Em 2013, o Garcilaso surpreendeu

Na sua primeira participação em Copa Libertadores, o Real Garcilaso foi mais a frente na competição do que todos esperavam. Tendo a companhia de Tolima, Cerro Porteño e Santa Fé no Grupo 6, os comandados de Freddy Garcia não tiveram muitas dificuldades para se classificar com 10 pontos ganhos.

Nas oitavas de final, um dos times mais tradicionais do torneio deu muito trabalho para os peruanos. Diante do Nacional, foi necessário uma decisão por pênaltis para decidir quem passaria para a fase seguinte, depois de um 1 a 1 no agregado. Nas penalidades, o Garcilaso mostrou competência e venceu por 4 a 1, desbancando o time paraguaio.

Nas quartas, o Santa Fé novamente entrou no caminho do Real Garcilaso. Depois de se enfrentarem na fase de grupos, o time do Peru não foi páreo para os colombianos e foi derrotado nas duas partidas. Em casa, por 3 a 1, e no Estádio El Campín por 2 a 0.