Partida eliminatória para a Copa Africana de Nações é cancelada por temor ao vírus do Ebola

A segunda fase das Eliminatórias para a Copa Africana de Nações de 2015, competição que será disputada no Marrocos em janeiro, conta com jogos que definem as seleções classificadas para a fase final, a qual terá sete grupos onde os líderes e os vice-líderes de cada chave, além do melhor terceiro colocado, carimbam o passaporte para a competição mais importante do futebol africano. Uma das partidas deste round era o duelo entre as seleções de Seychelles e Serra Leoa, cujos 90 minutos finais estavam marcados para o próximo sábado (2).

Contudo, o governo seichelense optou por cancelar o confronto, que seria realizado no Stade Linité, na capital Victoria, em decorrência do surto do Ebola em Serra Leoa, temendo que os jogadores adversários estivessem infectados com o vírus da doença e a trouxessem para a nação insular localizada no Oceano Índico. No jogo de ida, o selecionado serra-leonino vencera por 2 a 0 e sustentava uma vantagem confortável.

"É um caso de força maior. Não queríamos adiar o jogo, mas tivemos que aceitar", disse Elvis Chetty, presidente da Federação de Futebol de Seychelles, em entrevista coletiva. "Podemos ser punidos pela Confederação Africana de Futebol, e também teremos complicações financeiras", completou o mandatário, reforçando o risco proporcionado por esta decisão.

Ainda de acordo com Chetty, os atletas de Serra Leoa já estavam no avião, prontos para embarcar para Seychelles, mas a aeronave sequer levantou voo.

A atitude resultou na exclusão da seleção de Seychelles das Eliminatórias para a CAF. Com isso, Serra Leoa se classificou automaticamente para a fase final, na qual integrará o Grupo D juntamente com Costa do Marfim, Camarões e República Democrática do Congo.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o surto do Ebola já vitimou 729 pessoas na África - o total de casos registrados chega a mais de 1.300 - e grande parte das mortes está concentrada em Guiné, Serra Leoa e Libéria. Suspeita-se que a doença tenha chegado à Nigéria, fato o qual tornaria o risco de proliferação ainda maior no continente.