Presidente do país que sediará a Copa do Mundo de 2018, Vladimir Putin não economizou elogios a Joseph Blatter, presidente da Fifa desde 1998. O suíço tem sido associado ao escândalo de corrupção que assola o carro-chefe do futebol. Para Putin, o mandatário da federação internacional de futebol merece conquistar o Prêmio Nobel.

"Eu acho que pessoas como o sr. Blatter e os chefes de grandes federações esportivas internacionais, ou dos Jogos Olímpicos, merecem um reconhecimento especial", disse o russo à rede suíça RTS. "Se há alguém que merece o prêmio Nobel, (ele) é dessas pessoas", concluiu.

No último final de semana, "Sepp" Blatter fez sua primeira viagem para fora da Suíça desde que sete integrantes da alta cúpula da Fifa foram presos na cidade de Zurique, no dia 27 de maio - o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF, está entre os detentos. Temendo ser detido no Fifagate, o dirigente não compareceu a grandes eventos da Fifa, como a Copa do Mundo Feminina, no Canadá, e o Mundial Sub-20, na Nova Zelândia. A operação é organizada pelo FBI e pelo Departamento de Justiça dos EUA, órgãos que estão sendo ajudados por autoridades da Suíça.

O cartola esteve em território russo, onde participou do sorteio das Eliminatórias da Copa de 2018 e teve a companhia de Putin. O país do Leste Europeu garantira que as possibilidades de o suíço ser preso e extraditado para os Estados Unidos eram nulas.

Uma das investigações acusa a Rússia de compra de votos nas eleições que proclamaram o país como sede do próximo Mundial. Segundo o presidente da Fifa, norte-americanos e ingleses estão organizando um complô por conta da derrota sofrida nas urnas - a Inglaterra foi superada pela Rússia nas eleições para receber a Copa do Mundo de 2018, e o Catar venceu os EUA na escolha para 2022.

Vladimir Putin revelou que concorda com Blatter. "Não acredito em uma só palavra sobre ele (Blatter) estar envolvido em corrupção. Essa 'luta contra a corrupção' é a continuação das campanhas para sediar as Copas de 2018 e 2022", afirmou o chefe do Kremlin.