Na semana passada, um navio que transportava imigrantes líbios para a Itália naufragou no Mar Mediterrâneo. A embarcação saiu de Trípoli, capital da Líbia, e afundou a cerca de 180 km da ilha italiana de Lampedusa no domingo (19). Mais de 850 pessoas estavam a bordo. Tendo isso em vista, o St. Pauli, clube da segunda divisão alemã, iniciou uma campanha para angariar fundos à Sea Watch, organização que atua no resgate dos desaparecidos e oferece primeiros socorros e abrigo aos náufragos.

"Estamos muito agradecidos por essa ajuda notável que a campanha do St. Pauli tem recebido. Queríamos agradecer principalmente as pessoas que doaram. Se novas doações acontecerem, continuaremos os nossos trabalhos. Antes de tudo, queremos ajudar, mas também precisamos sustentar o projeto", disse Matthias Kuhnt, porta-voz da SW, ao site oficial do time da cidade de Hamburgo.

"Nós não podemos deixar os refugiados sozinhos. É um grande desastre humanitário e isso nos toca de forma sincera. Temos um programa local para refugiados e estamos reunindo rapidamente os recursos necessários para ajudar", explicou Michael Meeske, gerente comercial dos Piratas.

Mais de 20 mil euros já foram arrecadados na campanha. Conhecido pelos seus ideais antinazistas, antirracistas e anti-homofóbicos, o St. Pauli tem vários admiradores ao redor do mundo. Todavia, a situação dentro de campo não é nada boa: a equipe soma apenas 28 pontos em 30 jogos e está na lanterna da 2.Bundesliga. Os hamburgueses vêm de derrota para o Heidenheim, por 2 a 1, e medirão forças com o RB Leipzig na próxima rodada - a partida será no próximo domingo, dia 3.

De acordo com a Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), apenas 28 pessoas sobreviveram ao naufrágio do navio líbio, fato que transforma o incidente na maior tragédia da história do Mediterrâneo. Há a suspeita de que os africanos estavam sendo traficados para trabalharem como escravos no Velho Continente. Ainda segundo dados da agência, 35 mil imigrantes chegaram de barco às cidades costeiras da Europa em 2015, e o número de desaparecidos chega a 1600.