Real Madrid e Barcelona decidiram juntos a Copa do Rei pela 7ª vez. Nas outras seis oportunidades, três títulos para cada lado. Na última oportunidade, em 2011/12, os merengues derrotaram os catalães por 1 a 0, gol de Cristiano Ronaldo, na prorrogação.

Desta vez o Real não pôde contar com o português, que está lesionado e em tratamento para a semifinal da Champions League contra o Bayern de Munique. Mas, mesmo desfalcado de Cristiano Ronaldo, o Real Madrid contou com a explosão, velocidade e habilidade de Di María e Bale, e a melhor defesa da Copa do Rei, que não havia sofrido nenhum gol até Bartra empatar a decisão no segundo tempo.

Por outro lado, o Barcelona, que possuía o melhor ataque, não conseguiu ser tão efetiva quanto nos outros jogos. Sem desfalques, o Barça contava com seus principais jogadores, mas a equipe não vive boa fase na temporada: vêm de eliminação para o Atlético de Madrid na Champions League, e derrota para o Granada no Campeonato Espanhol, o que resultou a queda para terceiro lugar, sendo ultrapassado pelo próprio Real Madrid.

Sem Cristiano Ronaldo, Di María decide

O maior clássico europeu da atualidade começou como todos esperavam: com muita correria e nervos à flor da pele. Não demorou muito para o primeiro cartão amarelo do jogo aparecer para pendurar Isco, que substituía o Cristiano Ronaldo. Desfalcado do melhor jogador do mundo, o Real apostou suas fichas na habilidade e velocidade de Gareth Bale e Di María. E a aposta do técnico Carlo Ancelotti mostrava dar resultado. Bale teve duas oportunidades de abrir o placar. Na primeira, recebeu na ponta esquerda, avançou e chutou cruzado, assustando a meta do goleiro Pinto. E na segunda, ganhou a bola na área, se livrou da marcação de Mascherano e bateu com perigo, mas a bola desviou na zaga catalã.

O Barcelona se via pressionado e tentou sair para o ataque com a habilidade de Neymar. Mas, o brasileiro não teve sorte, acabou desarmado na entrada da área, cedendo o contra-ataque, a arma mais forte da equipe merengue. Isco lançou Bale na ponta, que viu Di María avançar livre pelo meio e, de primeira, num passe espetacular, deixou o argentino na cara do goleiro Pinto, e ele não perdoou: 1 a 0. O Real saía na frente da decisão.

Di María comemora seu gol que abriu o placar da decisão (Foto: Real Madrid)

Com a defesa bem postada, o Barça não conseguia assustar a meta de Casillas, que completara 1.000 minutos sem tomar gol na Copa do Rei - 9 jogos sem ser vazado. Aos 16 minutos, a primeira polêmica do clássico. Fábio Coentrão provocou Neymar, e o clima esquentou. O árbitro Antonio Miguel Mateu Lahoz amarelou o brasileiro e o luso-brasileiro Pepe, que tentou abafar a situação. Aos 25 minutos, Messi passou para Alba que cruzou para Neymar, mas o brasileiro não cabeceou direito.

O Barcelona tentava criar, mas o Real mostrava porque não sofrera gol na competição. Apesar dos 68% de posse de bola do Barcelona, o Real Madrid era mais objetivo. Aos 35, Bale avançou, driblou Daniel Alves e cruzou para o meio da área. Isco veio livre de trás finalizando, mas Jordi Alba, de carrinho, bloqueou o chute. A melhor oportunidade da equipe da Catalunha surgiu aos 41 minutos. Iniesta fez boa jogada pela esquerda, a defesa do Real Madrid se enrolou e afastou mal, e na sobra a bola caiu nos pés de Lionel Messi, o maior artilheiro do clássico (21 gols), que finalizou à esquerda, quase empatando a decisão. Os primeiros 45 minutos terminou com vantagem merengue.

Bartra empata, mas Bale faz história e marca um golaço

A segunda etapa começou com o Real apostando na velocidade e habilidade de Gareth Bale, assim como nos 45 minutos iniciais. Logo aos três minutos, Carvajal tocou para o galês, que passou por todo mundo e finalizou com perigo. No minuto seguinte, Pepe cometeu falta na entrada da área em cima de Messi. O argentino cobrou mal, e a bola passou longe de Casillas. O Barcelona, atrás do placar, tentava sair para o jogo, mas a forte marcação do Real na saída de bola complicava. Numa dessas, Bale aproveitou o erro da zaga e quase ampliou, mas a bola foi por cima.

Benzema, apagado no jogo, teve sua primeira oportunidade aos 16 minutos. Após cobrança de escanteio, ele cabeceou em cima de Pinto, que defendeu com segurança. Tentando ser objetivo quando tinha a posse de bola, Xabi Alonso arriscou de longe, mas a bola passou por cima. Também na tentativa de fora da área, o zagueiro Bartra impressionou e assustou ao arriscar belo chute de longe, obrigando a Casillas fazer uma grande defesa.

Dois lances cruciais surgiram na partida. Bale ampliou o placar, mas o árbitro marcou falta do galês no goleiro Pinto, e anulou o gol. Na sequência, após cobrança de escanteio, Bartra se livrou da marcação e, sozinho, cabeceou para empatar o El Clásico: 1 a 1 em Mestalla.

Bartra acabou com a invencibilidade de Casillas de mais de 1.000 minutos sem sofrer gol na Copa do Rei (Foto: Canal Barça)

A torcida catalã acordou e fazia bastante barulho, mas o Real não se intimidou. Com as esperanças em Bale, quase o desempate, mas Pinto defendeu. Mas, assim como a torcida, o Barcelona cresceu, mas pecava no último passe e parava na boa defesa do Real. Entretanto, os merengues continuavam tentando ser objetivos e rápidos quando tinham a bola. Modric, aos 35, assustou em chute de longa distância. Na sequência, aos 37, foi a vez de Di María, que ignorou Bale livre na ponta e preferiu finalizar, mas pegou mal e isolou.

Sem Cristiano Ronaldo, Carlo Ancelotti apostou suas fichas em Gareth Bale, que vem em crescente na temporada. O galês respondeu à expectativa e, aos 39, recebeu de Fabio Coentrão no meio campo, adiantou a bola, e o zagueiro Bartra tentou empurrá-lo para fora do campo. O que ele não esperava era que ele continuaria a correr, e numa arrancada antológica, levou vantagem e chegou na frente na briga pela bola, entrou livre na área, e por baixo das pernas de Pinto, virou o placar e marcou o gol do título.

Bale foi decisivo mais uma vez e marcou um golaço que deu o título ao Real (Foto: Real Madrid)

O Barcelona tentou um último suspiro e foi para a pressão. Ancelotti tirou Isco e colocou Casemiro para ajudar na marcação. Aos 44, Neymar recebeu lindo passe de Xavi, e na saída de Casillas, acertou uma bomba na trave. O jogo passou a ser ataque contra defesa. O Barcelona com o melhor ataque da competição, e o Real Madrid com a melhor defesa, que só sofreu um único gol, marcado por Batra. No fim, a melhor defesa venceu o melhor ataque.

VAVEL Logo
Sobre o autor