Há dois meses, o Real Madrid anunciava um novo técnico para substituir Rafa Benítez, demitido pelo mau rendimento da equipe. Quem era? Um ídolo merengue: o francês Zinedine Zidane, que havia treinado o Real Madrid Castilla, e queria iniciar uma carreira promissora como técnico. 

Neste sábado (2), os galáticos visitam o Barcelona, no Camp Nou, para protagonizar um dos maiores clássicos do mundo, onde o resultado poderá esclarecer o objetivo das duas equipes, que estão entrando no fim da temporada. Com 76 pontos, os catalães são líderes isolados do Campeonato Espanhol, onde logo atrás vem o Atlético de Madrid, com 67, e os merengues, somando 66.

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É de conhecimento geral que, após a chegada do ídolo, os jogadores tomaram outra atitude em campo. Em seu primeiro jogo na casamata da equipe principal, um atropelo para cima do Deportivo La Coruña, por 5 a 0, no Santiago Bernabéu. E o francês iniciava, ali, sua carreira com o pé-direito. 

Desde então, o Real Madrid iniciou uma sequência de três jogos sem saber o que é perder, e a equipe estava em acensão na temporada. Zidane deixava claro, em todas as suas entrevistas, a preferência pelo futebol ofensivo. E isso se espelhava no campo, onde os galáticos aplicaram goleadas como 6 a 0 no Espanyol, 4 a 2 no Athletic Bilbao, 7 a 1 no Celta de Vigo e mais recentemente, 4 a 0 no Sevilla

Em 14 partidas, Zidane tem um aproveitamento de 85,71%, e apenas uma derrota (Foto: Getty Images)
Em 14 partidas, Zidane tem um aproveitamento de 85,71%, e apenas uma derrota (Foto: Getty Images)

A torcida estava eufórica com o retorno do ídolo e o futebol ofensivo jogado pelo time merengue. Na vice-liderança, o Real Madrid iniciava sua caça ao líder, Barcelona. Entretanto, no dérbi de Madri, no Santiago Bernabéu, a experiência e a malícia do time de Diego Simeone prevaleceu, e os colchoneros venceram o jogo e ultrapassaram os galáticos, deixando-os para trás. Apesar dos bons resultados, Zidane começava a ser questionado, uma vez que, ali era seu primeiro clássico, e o time não havia correspondido como o esperado. 

Hoje, Zinedine Zidane tem números, de fato, respeitáveis no cargo: são 14 jogos, 11 vitórias, dois empates e apenas uma derrota; resultando num aproveitamento de 85,71%. Ou seja, está bem claro que o Real Madrid mudou a postura, e que os jogadores estão correndo por seu técnico - atitude que era questionada quando Rafa Benítez estava no comando. 

No dia 2, será o primeiro clássico em que o francês se encontrará na casamata do Camp Nou, sem estar no círculo central do campo, distribuindo passes para Ronaldo, Raul, entre outros. Agora, Zidane tem que comandar o time fora do campo, e terá de solidificar sua defesa para suportar o trio MSN. Além de contar com uma bela noite de Benzema, Gareth Bale e Cristiano Ronaldo.

Gareth Bale, jogador que mais mudou a postura com a chegada do francês. E nem o próprio esconde isso: "Talvez não estivéssemos tão unidos, mas agora, fazemos tudo como um time. Quando você 11 jogadores fazendo o que precisam fazer, isso ajuda", afirmou.

"Zidane pede a todos que defendam e ataquem como um time. Se precisa que gritem conosco, ele faz, porque um empurrão para a direção certa é bom. O que ele está fazendo é nos dar muita confiança, já que o restante, sabemos fazer dentro do campo", enalteceu o galês, que chegou a ser o artilheiro de La Liga, com a chegada do técnico.

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Gareth Bale tem sido mais decisivo com a chegada de Zidane (Foto: Getty Images)
Gareth Bale tem sido mais decisivo com a chegada de Zidane (Foto: Getty Images)

Eleito três vezes o melhor jogador do mundo, o francês não depende mais de si para organizar o time, e precisará da compreensão de 22 jogadores, que estão ali para obedecer suas ordens. Diferentemente de dez anos atrás, onde ele resolvia com os próprios pés, agora, ele terá de resolver com gestos e pensamentos. 

Por fim, apesar das ótimas atuações e da clara mudança de postura da equipe, Zidane ainda não é unanimidade como técnico do Real Madrid. E caso queira o reconhecimento, precisará vencer um time que não perde a mais de 40 jogos: o Barcelona. No Camp Nou, uma vitória merengue poderá recolocar os galáticos no caminho da liderança e deixar o francês cada vez mais em alta com a torcida, dirigentes e jogadores.