O Atlético de Madrid disputa a terceira final da Uefa Champions League de sua história. Os colchoneros voltam ao grande jogo do torneio após dois anos e tem a oportunidade de dar o troco, uma vez que enfrenta o mesmo adversário de 2014: o arquirrival Real Madrid.

Para conquistar o título continental, o Atleti precisa de muitas coisas: tática, técnica, controlar ansiedade e anular investidas do maior campeão europeu, que busca o 11º título do torneio. Porém, é necessário mais um ponto: superar a sina com os acréscimos. Os minutos finais mudam a história de um modo completamente oposto e o clube amarga dois vice-campeonatos.

O Atlético de Madrid surpreendeu ao disputar a final da Taça dos Clubes Campeões Europeus (atual Uefa Champions League) na temporada 1973-1974. O modo de disputa era completamente diferente aos atuais padrões do torneio. O formato lembra as copas nacionais disputadas no Velho Continente. Jogos de ida e volta, e o melhor avançava à fase seguinte. Nos confrontos mata-mata, os espanhóis se deram bem.

Na primeira fase, vitória simples no placar agregado diante do Galatasaray. Em seguida, triunfo sobre o Dínamo Bucareste por 4 a 2. Nas quartas de final, os colchoneros venceram o Estrela Vermelha por 2 a 0. Na semifinal, suados confrontos contra o Celtic Glasgow e nova vitória no placar agregado por 2 a 0.

Na decisão, o todo-poderoso Bayern de Munique, que já demonstrava sua grandeza e força nos gramados com os renomados jogadores em seu elenco. Na final, o jogo era único. No dia 15 de maio de 1974, as equipes mediram forças no Estádio Rei Baudouin, em Bruxelas, capital da Bélgica. Os times fizeram um jogo disputado, mas não balançaram as redes no tempo normal. No tempo extra, o Atleti conseguiu abrir o marcador com Luis Aragonés, ídolo do clube, já na reta final. Porém, aos 14 minutos do segundo tempo da prorrogação, Schwarzenbeck igualou o marcador e abateu o time espanhol.

Conforme previa o regulamento do torneio à época, se os 120 minutos terminassem com placar empatado, seria realizado um segundo jogo dias depois. E aconteceu dessa forma, após o empate em 1 a 1 no primeiro jogo. Dois dias depois, o Atleti sucumbiu à pressão e ao golpe sofrido nos minutos finais do jogo passado e o Bayern aproveitou a superioridade numérica para golear por 4 a 0, com gols marcados por Hoene​ß  e o lendário Gerd Müller, e conquistar o troféu.

Quatro décadas depois, o Atlético de Madrid teve a oportunidade de enfrentar um gigante europeu e esquecer o fantasma ocorrido em 1974. Em 2014, o clássico contra o Real Madrid seria disputado no maior torneio interclubes do mundo. Após retumbantes e parelhas campanhas na fase de grupos e nas fases eliminatórias, os times disputaram a final no Estádio da Luz, em Lisboa, capital portuguesa.

O Atlético de Madrid chegou à decisão de forma invicta. Após 16 pontos somados de 18 possíveis na primeira fase, os colchoneros golearam o Milan nas oitavas de final, suaram para derrotar o Barcelona nas quartas de final e o Chelsea na semifinal. No confronto decisivo, o Atleti saiu na frente do marcador aos 36 minutos do primeiro tempo e segurou a vitória até o último lance.

Porém, aos 48 minutos do segundo tempo, Sergio Ramos subiu e desviou de cabeça para igualar o jogo. Sucumbido a mais um momento inesperado nos acréscimos, aliado ao cansaço físico totalmente evidenciado, o Real Madrid virou e goleou a partida na prorrogação, com tentos assinalados por Gareth Bale, Marcelo e Cristiano Ronaldo.

Para a decisão da Uefa Champions League 2015-2016, a ser disputada no próximo sábado (28), a campanha do Atlético de Madrid se assemelha muito ao que ocorreu dois anos atrás. A maior coincidência, talvez, seja encarar o Real Madrid novamente na decisão. O que os colchoneros esperam dessa vez é que não haja revés nos acréscimos e o time conquiste o título continental pela primeira vez na história.