Quando falamos de Real Madrid, muitos jogadores podem vir à sua mente de primeira. Cristiano RonaldoFernando HierroIker CasillasZinedine Zidane Raúl. Foram muitas lendas que já fizeram e alguns que ainda fazem história no clube. Mas existe um que já nos deixou, e que é apontado por muitos o grande símbolo do madridismo: Alfredo Di Stéfano.

"Esquecido" por muitos aficionados pelo mundo, o argentino fez história não só no clube merengue, mas no futebol em geral. Desde o início da carreira, Alfredo já mostrava um nível altíssimo no seu futebol. Começou a carreira no Ríver Plate-ARG, onde ficou quatro anos, marcando 49 gols em 66 jogos, até se transferir ao Millonarios-COL. À partir daí, um grande jogador começava a aparecer ainda mais para o mundo da bola. Foram 294 jogos pelo clube colombiano, com a incrível marca de 267 gols anotados.

Um fato curioso aconteceu nesta época. Mesmo no Millonarios, quem detinha o passe de Di Stéfano era o River Plate, que conversou com o Barcelona para uma negociação do argentino, que até atuou três amistosos com o uniforme culé. O problema, que mais tarde se tornaria a melhor escolha da carreira de Di Stéfano, foi o Real Madrid.

Vale lembrar que Di Stéfano foi "apresentado" ao futebol espanhol em um torneio triangular feito pelos merengues, onde o Millonarios foi convidado, e acabou vencendo, com o argentino jogando demais. Enfim, o Real Madrid falou diretamente com o clube colombiano sobre Di Stéfano, e aí começou uma "guerra" por Alfredo.

O ministro dos esportes, General Moscardo, apresentou sua solução: o argentino faria temporadas alternadas por cada equipe por quatro anos - começando pelo Real. O acordo foi rejeitado pelo Barça, e Di Stéfano acabou ficando no Real, e foi ali que começou uma verdadeira história de amor, que teria muitos mais momentos de felicidade que tristeza.

Títulos, títulos e mais títulos marcaram a passagem deste grande ídolo merengue. Foram sete títulos do Campeonato Espanhol, com um tetra (1961-1964), uma Copa da Espanha (hoje Copa do Rei) e incríveis cinco Uefa Champions League, sendo um pentacampeonato entre 1956 e 1960. Além disso, ele também alcançou títulos "secundários" pelo clube merengue, totalizando 17 títulos com este uniforme que tanto fez história.

Di Stéfano era chamado carinhosamente de "La Saeta Rubia", ou "A Flecha Loira", pela torcida merengue, tudo isso por conta da sua velocidade e cor dos seus cabelos na época que dominava o futebol mundial com sua qualidade incrível. Como já dito, o argentino é o sinônimo do madridismo. O clube e ele estão totalmente ligados, mesmo com ele não estando mais entre nós. Di Stéfano é Real Madrid e Real Madrid é Di Stéfano. Ele é o terceiro maior artilheiro do clube com 307 gols, atrás apenas de Raúl, segundo, e Cristiano Ronaldo, primeiro.

A identificação entre os dois era tão grande, que Di Stéfano foi nomeado o presidente de honra do clube em 2000, continuando a contribuir com o clube. Ele nos deixou exatamente no dia 7 de julho de 2014, após sofrer um infarte dois dias antes e ficar na UTI. Porém, pode-se dizer que ele faleceu "feliz", já que cerca de um mês e meio antes os merengues haviam conquistado a tão sonhada La Décima, título que o próprio Di Stéfano havia dito que não morreria antes de vê-la... e ele conseguiu, mesmo que ao "apagar das luzes".

Neste sábado (26), o Real Madrid vai em busca de deixar a lenda argentina feliz no céu, quando encara o rival Atlético de Madrid mais uma vez na decisão da Uefa Champions League. La Saeta Rubia pode não estar mais entre nós, mas sua alma estará dentro de todos os torcedores merengues no próximo sábado, todos na torcida por mais um título da competição onde os merengues dominam.