Alguns tentam negar, mas todos sabemos de uma coisa: prêmios individuais importam. Não tanto quanto os coletivos - ainda mais quando estamos falando de futebol -, mas é impossível afirmar que um atleta de elite não se interessa por um reconhecimento pessoal. Na final da Eurocopa 2016, teremos dois exemplos de craques que podem desequilibrar de distintas maneiras e, de uma vez por todas, cravar o nome na biografia do torneio.

Falo, obviamente, de Cristiano Ronaldo e Antoine Griezmann. Ambos são os principais jogadores de suas respectivas equipes e têm o icônico número 7 nas costas. O português carrega o peso de provar que é um dos maiores da história em um palco quase perfeito (não chega a ser uma Copa do Mundo, mas ele ganharia muitos pontos dentro das circunstâncias) e o francês trás a empolgação de uma nação em suas costas.

O principal objetivo é a taça do torneio continental, mas a consequência do eventual triunfo pode ser bem maior. Uma das inúmeras recompensas consiste na cobiçada Bola de Ouro, que atualmente está nas mãos de Lionel Messi. O argentino, que tem “apenas” o Campeonato Espanhol neste ano, acumula ótimas performances mas não deve ampliar a sua coleção.

Até algumas semanas atrás, quem aparecia como grande candidato era o polêmico Luis Suárez. Motivo de divergências no extra campo, dentro dele o uruguaio é unânime. Seu record de 45 gols e 16 assistências na última temporada o credenciam para quaisquer elogios que receba. Neymar, que até dezembro caminhava a passos firmes para mais uma disputa no topo, caiu consideravelmente de produção e provavelmente não estará no páreo.

camisas 7 carregam nas costas a esperança de seus respectivos países, mas também contam com motivações individuais (Foto: Getty Images)
Camisas 7 carregam nas costas a esperança de seus respectivos países, mas também contam com motivações individuais (Foto: Getty Images)

Apesar de todas essas variáveis, é indiscutível que competições de seleção sejam um algo a mais no conjunto de critérios dos eleitores da FIFA. O momento que se apresentará domingo, então, significa mais do que uma simples medalha internacional no pescoço. Em caso de vitória dos lusitanos, vai ser difícil prever algo diferente do que Ronaldo como o melhor do planeta. Independente do visível declínio no seu jogo em relação aos companheiros, ele teria decidido (com um pênalti, é claro) a Uefa Champions League e comandado um time mediano a uma conquista que, a princípio, era inimaginável.

Por outro lado, Griezmann tem a oportunidade de se consolidar ‘’oficialmente’’ como uma estrela global. O versátil meia/winger/atacante já chamava atenção no seu tempo de Real Sociedad e o valente Atleti de Simeone o catapultou para o mainstream. O que falta em seu currículo, porém, é aquilo que importa: os títulos. Por mais que o desempenho seja impressionante, nenhum indivíduo terá uma posição muito alta com somente a Segunda Divisão e a Supercopa da Espanha. Falta algo de valor marcante, uma conquista que não seria esquecida em poucos minutos. Nada melhor - e maior - do que uma Euro em seu país natal.

No papel, quem vence é a França ou Portugal. Analisando o contexto, porém, o troféu que entrará em disputa no Stade de France representa muito mais. É a chance de ouro para um de dois ótimos jogadores colocar a cereja do bolo em suas trajetórias no esporte. Os caminhos foram e são diferentes, mas apontam para o mesmo eventual destino: o posto garantido entre os gigantes.

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