A tradição do Sevilla é inquestionável. O reconhecimento pelos feitos nacionais e - principalmente - internacionais são visíveis em todo o mundo. Na proporção que os campeonatos europeus são divulgados mundo afora, a equipe da Andaluzia conseguiu passar a fama de um time que chega para vencer. Prova disso são os cinco títulos conquistados na Uefa Europa League na última década, com os últimos três obtidos de forma consecutiva.

Porém, no Campeonato Espanhol, a situação é um pouco diferente. Por causa até da briga por taças continentais, o Sevilla deixa de lado a prioridade nacional e o principal objetivo se torna ficar na primeira página da tabela de classificação. Nessa temporada, o foco é ter um desempenho melhor na principal competição do país.

(Foto: Gogo Moreno/AFP/Getty Images)
(Foto: Gogo Moreno/AFP/Getty Images)

Decepcionante dentro de casa, muito bem fora

Para ser analisada, a temporada do Sevilla tem que ser separada de duas formas: no Campeonato Espanhol e nas competições europeias. Na segunda, após uma campanha normal na Uefa Champions League e a qualificação para a Uefa Europa League, o time se tornou campeão mais uma vez do torneio europeu. Porém, no Campeonato Espanhol, a campanha foi muito aquém do esperado.

Na metade final do Campeonato Espanhol, sabia-se que o time não brigaria por vaga nos torneios europeus pela competição nacional. O time se abdicou de alcançar melhores posições. Ao fim das 38 rodadas, o Sevilla terminou na sétima posição, com 14 vitórias e 14 derrotas, além de dez empates. Com 52 pontos ganhos, os rojiblancos ficaram a 12 do Villarreal, quarto colocado.

Elenco reformulado

Foram muitas as modificações. Muitos destaques deixaram a equipe e a diretoria procurou nomes no mercado europeu e sul-americano para suprir as ausências com qualidade. Nomes importantes do elenco, como os meias Krychowiak e Éver Banega, os atacantes Reyes, Gameiro, Llorente e Immobile deixaram a equipe rumo a outros países do continente.

Por outro lado, chegaram muitos jogadores, princialmente no meio de campo. Os meias Franco 'Mudo' Vázquez, Joaquín Correa, Kiyotake, Kranevitter, Pablo Sarabia e Paulo Henrique Ganso, o defensor Gabriel Mercado e os atacantes Ben Yedder e Luciano Vietto foram contratados para manter o nível elevado da equipe.

Konoplyanka: maturidade no meio de campo

Dentre os atletas do plantel que atuam no meio de campo, Yevhen Konoplyanka não é o mais velho, mas é o que pode dar experiência, equilíbrio e consistência aos seis meias contratados pela diretoria nervionense. O melhor setor do clube é recheado de muitos atletas que podem desenvolver potencial, mas o ucraniano pode ser o ponto de equilíbrio entre a experiência de atuar na equipe e ajudar na adaptação dos novos contratados.

Após oito temporadas no Dnipro, Konoplyanka faz parte do elenco do Sevilla desde a temporada passada. Foram 52 jogos disputados e oito gols marcados. O jogador disputou o Campeonato Espanhol, a Copa do Rei, a Supercopa da Uefa, a Uefa Champions League e a Uefa Europa League. Participou da pré-temporada e da Supercopa da Espanha na atual temporada.

(Foto: Aitor Alcaide/Getty Images)
(Foto: Aitor Alcaide/Getty Images)

Manutenção da postura ofensiva no comando técnico

O Paris Saint-Germain observou os bons trabalhos de Unai Emery à frente do Sevilla nas competições europeias e o contratou, em busca do tão sonhado título continental para a equipe francesa. A diretoria do Sevilla foi atrás de um nome que mantivesse a característica de ofensividade e contratou Jorge Sampaoli.

O argentino de 56 anos começou a carreira de técnico em 1993, no modesto Alumni de Casilda. Peregrinou por alguns clubes de menor expressão argentina até 2000, quando passou a comandar o Juan Aurich, no Peru. Passou mais sete anos no país e foi contratado pelo O'Higgins, do Chile. Treinou o Emelec em 2009 e voltou ao Chile no ano seguinte para começar a se destacar na Universidad de Chile.

O bom sucesso à frente de La U o conduziu à seleção do país. Com uma ótima geração e um bom comando técnico, o Chile ganhou os primeiros títulos e teve um ótimo desempenho na Copa do Mundo 20014, embora eliminado pelo Brasil nas oitavas de final. Em 24 anos de carreira, Sampaoli tem três títulos chilenos e uma Copa Sul-Americana com a Universidad de Chile, além de conquistar a Copa América 2015 com a Seleção do Chile.

(Foto: Aitor Alcaide/Getty Images)
(Foto: Aitor Alcaide/Getty Images)

Expectativas

Com o meio de campo bastante reforçado, o início da trajetória de Jorge Sampaoli e seus comandados pode ser desafiador. Adaptar os atletas ao estilo de jogo e manter a competividade do grupo nas competições à frente é um trabalho intenso. Ainda assim, o potencial dos jogadores, no melhor de suas formas e condicionamento físico, pode render muito e manter o nível do Sevilla.

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Sobre o autor
Taynã Melo
Editor VAVEL Brasil