O retrospecto recente mostrava que o Málaga seria um osso duro para o Barcelona roer. Na temporada 2014/15, um empate (0 a 0) e uma derrota (1 a 0). Em 2015/16, os dois confrontos terminaram com triunfos catalães, mas os placares falam por si só: 1 a 0 e 2 a 1. Para o duelo deste sábado (19) no Camp Nou, pela 12ª rodada do Campeonato Espanhol 2016/17, Luis Enrique - que já não podia contar com o lesionado Iniesta nem com o suspenso Luis Suárez - ficou sem Lionel Messi. O craque foi cortado da lista de relacionados de última hora por conta de uma virose.

Dentro de campo, foram 90 minutos de intensa pressão dos donos da casa. Porém, impondo um bloqueio gigante para deter as - poucas - ações ofensivas do Barça e contando com grandes defesas do goleiro Kameni, os boquerones conquistaram um ponto valioso devido ao placar de 0 a 0.

Com o resultado, o time azul-grená chega aos 26 pontos, perdendo grande oportunidade de assumir a ponta da Liga, justamente na rodada em que Atlético de Madrid e Real Madrid medem forças. Os merengues somam 27 pontos e ocupam a ponta da tabela. Sevilla, com 24, e Villarreal, com 22, vêm logo atrás. Por outro lado, a equipe da Andaluzia atingiu 16 pontos e ocupa momentaneamente o 10º lugar.

Agora, as atenções culés se voltam ao desejo de reconquistar a Europa. Na próxima quarta-feira (23), o Barcelona visita o Celtic, em Glasgow, na Escócia, pela quinta rodada da fase de grupos da Uefa Champions League, às 17h45 (de Brasília). Em caso de vitória, o Barcelona garante a classificação às oitavas de final. Por La Liga, os culés entram em campo no domingo (27), em um dos campos historicamente mais complicados: o Anoeta, diante da Real Sociedad, também às 17h45. Um dia antes, o Málaga recebe o Deportivo La Coruña a partir das 10h.

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Barcelona pressiona e para em Kameni

A escalação do Barça não teve surpresas, levando em considerações os importantes desfalques. A boa notícia foi a volta de Piqué, que estava machucado. No trio de ataque, Arda Turan, Paco Alcácer - que mais uma vez passou em branco - e Neymar. Por outro lado, o time dirigido por Juande Ramos armou um ferrolho muito bem organizado (5-4-1), apostando nas escapadas de Juanpi e Sandro Ramírez, este último ex-jogador blaugrana.

A primeira meia hora de jogo rendeu bons momentos a favor dos comandados de Luis Enrique. Depois do gol anulado de Alcácer aos dois minutos,Neymar recebeu do atacante espanhol e arrematou de primeira, para fora. Aos nove, 11 e 12, os mandantes estiveram muito perto de abrir o marcador. Primeiro, Sergi Roberto cruzou para trás e Digne carimbou a zaga. Em seguida, após escanteio, Piqué pegou sobra na área e exigiu grande defesa de Kameni. Aproveitando outro levantamento, Mascherano até balançou a rede, porém em condição irregular.

Instalado no campo adversário, o Barcelona seguia trocando passes laterais. Até que, aos 20, Rafinha finalmente concluiu a gol, assustando o goleiro camaronês do Málaga. Aos 23, a primeira finalização dos visitantes surgiu, quando Sandro bateu forte para defesa de Ter Stegen. Aos 30, Kameni apareceu outra vez: Neymar ajeitou e Rafinha soltou uma pancada rasteira que o arqueiro espalmou. Aos 43, a última chance da etapa inicial: Digne cruzou para trás e Busquets concluiu alto demais.

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Arbitragem polêmica, mas placar zerado

Na volta dos vestiários, nenhum dos treinadores sinalizou alterações. A esta altura, o sistema defensivo boquerone já dominava amplamente as investidas do Barcelona. Aos sete minutos, Rafinha levantou e Neymar tocou de cabeça, fraquinho, fácil para Kameni. Aos 11, a melhor chance da partida para os andaluzes. Juankar recebeu lançamento em profundidade, tirou Ter Stegen do lance e chutou para fora mesmo com o gol parcialmente aberto.

Aos 17, Luis Enrique promovou a primeira troca: sacou Digne e colocou Jordi Alba, outro que retorna de tempo lesionado. Na sequência, André Gomes substituiu o apagado Denis Suárez. No lance seguinte à entrada do português, Neymar puxou contragolpe em alta velocidade e tomou carrinho de Diego Llorente, que foi expulso direto pelo árbitro Ricardo de Burgos Bengoetxea. Começavam aí as polêmicas.

Para recompor a defesa, Juande Ramos mandou o zagueiro Luis Muñoz no lugar do jovem meia Ontiveros. A resposta de Luis Enrique foi o ingresso de Rakitic na vaga de Rafinha. Apesar das modificações, o panorama do duelo se manteve igual. Vendo o tempo passar e mais dois pontos irem pelo ralo, os culés partiram para o desespero, com direito a Piqué como centroavante na área rival. As bolas aéreas não ocasionaram nenhuma chance claríssima de gol, mas, em diversas vezes, confusões na zona perigosa deixaram o Barça perto de abrir o placar.

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Quando a defesa cortava apenas parcialmente, tratava de bloquear os arremates desferidos pelos atacantes do Barcelona. Aos 38 minutos, após levantamento, André Gomes se antecipou a Kameni e desviou de cabeça. A redonda tocou no travessão e sobrou para Piqué, que mandou para as redes. Tudo isso, no entanto, já era irregular na visão - equivocada - do auxiliar. Ainda deu tempo de Piqué aparecer novamente, pedindo pênalti ao ser agarrado na área, e de Neymar cabecear para milagrosa intervenção do goleiro do Málaga. Nada mudava o marcador, nem a expulsão de Juankar por reclamação: 0 a 0 no Camp Nou.