Um dos primeiros jogadores a ingressar na era milionária do Paris Saint-Germain, o meia-atacante argentino Javier Pastore revelou sua satisfação em defender o clube da capital francesa e disse ter bom relacionamento com os colegas de equipe.

Perguntado se teve receio de trocar o Palermo pelo PSG em 2011, o sul-americano foi categórico. "Naquele tempo, eu pude ver que algumas pessoas pensaram que era algo arriscado. Quando eu cheguei, o projeto estava apenas começando. Me senti muito seguro e bem em relação a isso após conversar com Leonardo (ex-dirigente do PSG) e Nasser (Al-Khelaifi, dono da Qatar Sports Investments e proprietário do clube)", disse em entrevista ao portal Get French Football News.

Leonardo foi elogiado por Pastore. "Leonardo é muito inteligente e um ótimo ser humano. Ele vem trabalhando muito duro e até hoje mantenho um bom relacionamento com ele. Ele, é claro, foi muito importante na minha decisão de se juntar ao PSG. Lembro que depois de uma partida no tempo em que eu estava jogando na Itália, Inter de Milão vs. Palermo na Coppa Italia, ele veio me parabenizar pela minha atuação. Depois disso, tivemos conversas pelo telefone e ele detalhou para mim o projeto do clube", afirmou.

Recentemente, o ex-diretor de esportes do Paris Saint-Germain ganhou uma causa contra a Federação Francesa de Futebol no Tribunal Administrativo de Paris. O ex-jogador reivindica mais de 8 milhões de euros (o equivalente a mais de R$ 25 milhões) por danos morais e prejuízos à sua imagem durante o período em que ficou afastado do esporte. Em 2013, Leonardo foi suspenso por nove meses - pena posteriormente aumentada para 14 meses e, por fim, anulada - em decorrência de um empurrão no árbitro do jogo entre PSG e Valenciennes, pela Ligue 1 2012/2013.

Desde dezembro de 2014, a volta do brasileiro tem sido especulada pela imprensa francesa. Questionado sobre isso, Pastore afirmou não estar por dentro do assunto. "Eu não posso falar sobre isso. E eu realmente não tenho alguma ideia se ele pode ou não voltar ao PSG, e, de qualquer maneira, meu negócio não é pensar sobre isso", comentou.

O argentino fez uma auto-avaliação sobre sua "era" no PSG. "O primeiro ano foi muito bom para mim. Marquei muitos gols e me senti importante para o time. Depois disso, por várias razões, não tive bons desempenhos nas pré-temporadas até o ano passado. Eu comecei a perder meus maiores atributos físicos e, no geral, não foi um bom período para mim. Agora, acredito que estou novamente muito forte, e com mais poder e desejo do que nunca. Este ano, me sinto melhor e mais completo como jogador e estou passando por uma boa fase", analisou o atleta, que está no clube há três anos e meio.

No PSG desde 2011, Pastore vem lidando com altos e baixos (Foto: Getty Images)

"Eu tento ficar focado no meu trabalho e na equipe, mas é claro que eu também amo fazer as pessoas felizes sempre que possível. É muito gratificante quando as pessoas ao seu redor estão satisfeitas com o trabalho que você está fazendo. Às vezes, eu tive que me focar mais em me habituar com algumas táticas do que simplesmente jogar futebol como eu gostaria. Tenho a intenção de fazer o que o treinador me pede. Acredito que Laurent Blanc e Carlo Ancelotti me ajudaram a ser mais útil para a equipe como um todo. Não devo esquecer o impacto que Antoine Kombouaré fez. Ele é alguém que foi muito significativo para mim quando cheguei", continuou, relembrando Kombouaré e Ancelotti, técnicos com os quais conviveu em Paris, e Blanc, atual comandante.

"A verdade é que estou muito feliz por jogar em qualquer posição que o técnico me pedir para jogar. Admito que, em certas posições, eu recebo mais a bola do que em outras", concluiu.

"Tenho um ótimo relacionamento com Blanc. Honestamente, ele é uma grande pessoa. Eu tento me situar em tudo que ele me pede para fazer em cada jogo e aplicar da forma que posso. Eu estou muito confortável com ele, tanto como pessoa quanto como treinador", revelou.

Pastore também levou à tona sua tristeza por não ter sido convocado para defender a Argentina na última Copa do Mundo. "Sofri muito naquele tempo. A Copa do Mundo é o sonho de qualquer jogador. Mas entendi que o treinador (Alejando Sabella) estava certo em considerar que havia melhores opções do que eu. Uma vez que entendi e aceitei que não faria parte da equipe que veio ao Brasil, me tornei o torcedor mais fiel da Argentina", declarou.

Por fim, o meia-atacante rendeu elogios aos colegas de elenco e mostrou confiança na luta pelo título. "Ibrahimovic é um grande homem e é sempre muito gentil comigo. Ele é muito inteligente e está sempre me fazendo rir. Honestamente, a equipe em geral é agradável. Tenho um bom relacionamento com o time inteiro, mas tenho relações especiais com Lavezzi, Verratti, Maxwell e (Thiago) Motta. Acima de tudo, porém, Sirigu é como um irmão para mim. David Luiz é um cara incrível e sempre faz coisas engraçadas", disse.

"Lucas tem velocidade, força e habilidade técnica. Ele é um grande jogador e se tornará ainda melhor, sem dúvidas. Verratti é incrível como jogador e como pessoa e vai se tornar um dos melhores do mundo", prosseguiu. "É claro que o PSG vai ganhar a liga!", finalizou.

O PSG soma 44 pontos, quatro a menos que o líder Lyon, e está na terceira colocação da Ligue 1. O próximo adversário no campeonato nacional será o Rennes, em partida a ser disputada na próxima sexta-feira (30), no Parc des Princes, pela 23ª rodada.

"É muito inteligente e está sempre me fazendo rir", disse Pastore sobre Ibrahimovic (Foto: AFP/Getty Images)