No começo desta temporada, uma equipe chamou atenção na Ligue 1. O Olympique de Marseille assumiu o posto de melhor time da França e deixou para trás o favorito Paris Saint-Germain. Eis que chegamos na reta final do campeonato e o time que era o favorito a desbancar o time da capital, hoje luta para conseguir pelo menos ir a uma competição continental.

A grande contratação do Marseille foi fora de campo. Marcelo Bielsa veio para assumir o comando da equipe, que teria um calendário mais folgado em relação aos concorrentes. Fora da Euopa League e da Champions, o OM disputaria a Ligue 1 e as outras duas copas nacionais.

Após um empate e uma derrota nas duas primeiras rodadas, o Marseille conseguiu uma sequencia de oito vitorias, o que levou a equipe à liderança da Ligue 1 na sexta semana. A boa fase foi quebrada com duas derrotas, para Lyon e PSG. Ainda assim, os Marseillais seguiram na ponta da tabela, perdendo na última rodada do primeiro turno para o Monaco.

Diferente do ano passado, 2015 não foi tão bom para a equipe. Venceu o Lille na 19ª rodada, mas após derrota para o Montpellier, foi desbancado pelo Lyon, que lhe tirou o primeiro lugar. Foram 14 rodadas na ponta da Ligue 1. O time do “doutrinador” Bielsa via um adversário a sua frente desde setembro. Permaneceu na segunda posição por algum tempo, sempre com pouca distância os gones.

O favorito no começo do campeonato, Paris Saint-Germain, começou a crescer e a conseguir importantes resultado. O Marseille não. A queda para o terceiro lugar foi questão de tempo. A esperança do título seguia, mas a ameaça do Monaco surgiu. O time do principado ultrapassou o OM na 32ª rodada. O que estaria acontecendo com o Olympique de Marseille, erros de arbitragem ou o próprio time não está mais se acertando dentro das quatro linhas? Atualmente, a incerteza e a insegurança pairam sobre o Vélodrome.

As surpreendentes quedas nas Copas

A oportunidade de títulos poderia vir nas Copas. Mas os comandados de Bielsa não foram muito longe nelas. Na Coupe de la Ligue, eliminado pelo Rennes, por 2 a 1, na estreia. Eliminação mais do que precoce. Na Coupe de France, caiu na fase 32 avos de final. Para o modesto Grenoble, nos pênaltis após empate em 3 a 3. O ponto positivo dessas eliminações seriam as folgas em relação aos outros times, datas entre jogos mais longas, porém, isso não ajudou o time a manter a boa fase.

O retrospecto nas últimas partidas não é nada bom. Após começar o ano perdendo para o Grenoble, o foco se voltou inteiro para a Ligue 1. Foram 14 jogos, com apenas quatro vitórias. Também somam quatro empates e seis derrotas. Sendo três reveses seguidos.

Qual seria o problema?

Erros de arbitragem? A equipe reclamou dois pênaltis não marcados diante do Bordeaux. O gol não marcado no clássico contra o Lyon? Onde Ocampos disputou com Lopes, a bola passou a linha do gol, mas nem o árbitro e nem o assistente confirmaram o tento? A resposta pode estar no próprio time.

A frustação da equipe ao levar um gol e sair/ficar atrás no placar é evidente. O time em si joga bem, conseguiu goleadas diante do Toulouse e do Lens. Mas no primeiro, fez dois gols rápido. No segundo pegou uma equipe muito fragilizada. Diante do PSG, em casa, na 31ª rodada, confronto direto, largou na frente. Sofreu o empate, mas Gignac anotou seu segundo gol e recolocou o OM na frente. Porém no segundo tempo, Marquinhos e Morel (contra) viraram para o time da capital. O Marseille desmoronou. O relógio marcava seis do segundo tempo quando houve a virada. No fim André Ayew ainda foi expulso.

Foto: Divulgação/Marseille

O poder de reação da equipe se mostrou nulo também contra o Bordeaux e Nantes. Duas derrotas por 1 a 0. Mas a derrota que mais marcará esta campanha foi para o Caen. Vencendo por dois gols de diferença, sofreram a virada para os rouge et bleus que havia conseguido, naquele momento, o sétimo jogo sem perder.

A postura da equipe deve ser repensada. Seja na formação com três zagueiros, ou na manutenção do ataque. André-Pierre Gignac é o vice artilheiro da liga, com 18 gols – muitos deles no começo da temporada. Batshuayi era foi a esperança quando Gignac não atuava bem, é um jovem promissor. Boas peças não faltam. O goleiro e capitão Steve Mandanda. No meio, Payet, André Ayew, agora também Ocampos.

Veja algumas frases de Marcelo Bielsa sobre o último jogo: “Nosso nível de jogo foi baixo, tanto individualmente como coletivamente. À vista das circunstâncias, poderíamos ter ganhado o jogo tanto quanto nós perdemos. Hoje, fomos muito abaixo. Um time que perde três jogos consecutivos no sprint final não pode pensar em título”, disse ele na derrota para o Nantes.

Fora do pódio pela primeira vez desde agosto, o Olympique de Marseille deve fazer desses últimos cinco jogos finais. O objetivo principal volta a ser aquele de antes da temporada começar: classificar para a Champions League. A diferença para o Monaco é de dois pontos, mas logo atrás, o Saint-Étienne está empatado em número de pontos e o Bordeaux correndo por fora. O confronto decisivo está marcado para o dia 08 de maio, quando recebem os monegascos no Vélodrome. O time ainda não venceu os três principais concorrentes neste ano. A escrita será quebrada?

Na classificação, o Lyon lidera com 65 pontos. O Paris Saint-Germain tem o mesmo número de pontos, mas uma partida a menos. O Monaco é o terceiro com 59. Atrás vem o Marseille com 57, assim como o Saint-Étienne. O Bordeaux tem 54 e o Montpellier 52.