De um lado, uma seleção que busca coroar o trabalho iniciado há quatro anos com uma conquista diante de seus adeptos. Do outro lado, outra seleção que tenta colocar seu nome na galeria dos campeões continentais. Em campo, independente das finalidades, um objetivo: vencer e ser campeão.

Com esse panorama, França e Portugal decidem neste domingo (10), a Eurocopa 2016. A grande final do torneio europeu de seleções será realizada às 16 horas, no Stade de France, em Saint-Denis.

Com possível retorno de Pepe, Portugal busca taça inédita

Após sequência de empates (cinco igualdades em cinco confrontos, com classificações decididas no tempo extra), os lusitanos venceram seu primeiro jogo na Eurocopa ao baterem País de Gales por 2 a 0 e estarem na grande decisão após 12 anos. Diferente do que aconteceu em 2004, quando foram derrotados em casa pela Grécia, os portugueses tentam manter o fato de estragar a festa dos donos da casa e almejam o título inédito.

Para o duelo que pode ser considerado o mais importante da história do futebol português, o técnico Fernando Santos tem apenas uma dúvida. Ausente da semifinal contra País de Gales, o zagueiro Pepe luta contra o tempo para obter condições físicas de entrar em campo no histórico jogo. No meio de campo, a expectativa é que William Carvalho seja escalado.

Na entrevista coletiva, o comandante da seleção portuguesa comentou sobre o favoritismo da França, o talento das peças individuais do adversário e destacou que a vitória sobre os donos da casa é um presente que os jogadores podem dar à nação lusitana.

"Não acho que haja pontos a serem discutidos sobre a França, todos sabemos muito bem. Desde o início disse que haveria três favoritos para ganhar esta competição: França, Alemanha e Espanha. E, depois, haveria outros candidatos, incluindo Portugal, que talvez pudesse também ganhar. Cada jogador individual pode fazer a diferença, mas Portugal também tem uma equipe forte com as individualidades. Eu já disse muitas vezes o quanto sou grato e aprecio todo o apoio que tivemos todos os dias. Nós queremos fazer o povo português feliz. Queremos dar-lhes algo para comemorar", falou.

Dentro de casa, França tenta igualar recordistas com tricampeonato

A França vive um momento de euforia no futebol após fracassos recentes. A doída eliminação na Copa do Mundo 2014 foi superada com a vitória eficiente sobre a Alemanha, algozes no Mundial. Diante de casa, um bom retrospecto. Na Eurocopa 1984, sediou e foi campeão. Em 1998, no mesmo palco do jogo deste domingo, conquistou o mundo. Novamente em Saint-Denis, os franceses tentam ficar iguais à Alemanha e à Espanha como os maiores vencedores europeus, com três conquistas cada.

Para o jogo de hoje, todos os ingredientes de um final feliz estão a postos. Jogo em casa, apoio maciço do torcedor, históricos recentes favoráveis e todos os atletas à disposição. Sem problemas no elenco, o técnico Didier Deschamps (campeão da Eurocopa em 2000) apenas enxerga a possibilidade de escalar Kanté como titular, mas as chances da modificação acontecer são mínimas. O jogador começou a Euro no time inicial, mas perdeu a posição para Matuidi Les Bleus ganharam mais consistência no meio. 

Contente com a chance de conquistar mais um torneio com a seleção francesa (desta vez como treinador e novamente em casa), Didier Deschamps tenta não apegar ao passado e valoriza o adversário ao ressaltar que a decisão será de um jogo duro, mas espera que a França conquiste o tricampeonato europeu.

"Os jogadores sabem que são privilegiados por disputarem a Euro 2016 em casa. Estou confiante nos meus jogadores. Portugal tem muita qualidade e não é por acaso que estão na final. Como nós, eles foram criticados no início do torneio. Eles são experientes. Minha vitória como jogador em 2000 pertence ao passado. Eu sou parte de uma história, essa é a minha vantagem, o fato de que eu ganhei grandes competições como jogador. Mas o que importa é o presente e o futuro", disse.