O Torneo Final 2014 poderia muito bem ser chamado de "Torneo del Equilibrio". O empate sem gols entre Rosario Central e Estudiantes, na tarde deste sábado (19), foi mais uma partida onde o líder, no caso o Pincha, não conseguiu se distanciar dos principais adversários, deixando a ponta da tabela ainda mais embolada. O jogo marcou a volta de Verón ao time titular do Estudiantes, e o veterano meio-campista pincharrata teve boa atuação, enquanto o fôlego permitiu.

Diante de um Gigante de Arroyito lotado, o Rosario Central não teve qualidade o suficiente para furar o bloqueio do Estudiantes, e o Pincha não teve eficiência para aproveitar as chances que o Canalla lhe proporcionou. Foi um jogo bastante truncado em muitos momentos, com mais faltas que a média do campeonato até aqui. O artilheiro do Torneo Final com sete gols, Guido Carrillo, teve a bola do jogo em seus pés, mas não soube aproveitar. Quando a pontaria ajudou do Pincha, Mauricio Caranta, arqueiro do Rosario Central, salvou os donos da casa.

O Estudiantes terminou a partida na liderança isolada do campeonato, com 26 pontos, mas podendo ser ultrapassado por Colón, River Plate e pelo seu arquirrival Gimnasia y Esgrima (LP). O Rosario Central se manteve na 5ª colocação, com 23 pontos, mas poderá perder muitas colocações na sequência da rodada. Na 16ª rodada, o Estudiantes receberá o Godoy Cruz (dia 27), no Ciudad de La Plata, enquanto o Rosario Central vai ao Fortín de Liniers enfrentar o Vélez Sarsfield (dia 26). Ambos os jogos não tem horário confirmado.

Um sólido Estudiantes controla o ímpeto do Central

O jogo que poderia alçar o Rosario Central à liderança do Torneo Final começou com um clima de decisão... fora de campo. Um Gigante de Arroyito completamente tomado por fanáticos canallas estava em festa com a possibilidade de ver o Central assumir a ponta do campeonato, caso viesse a vitória sobre o Estudiantes de La Plata. No entanto, dentro das quatro linhas, a situação foi um pouco diferente. As equipes se estudaram muito nos minutos iniciais, tendo muitos problemas para controlar a bola, devido à marcação forte que ambos os times exerciam. Os donos da casa tinham um pouco da iniciativa, mas esbarravam no ótimo sistema defensivo armado pelo DT do Pincha, Mauricio Pellegrino.

As duas principais chances de gol da primeira etapa foram separadas por um minuto, quando o cotejo parecia que iria deslanchar, mas não foi bem assim que as coisas se sucederam. Aos 13 minutos, Encina exigiu boa defesa de Rulli, em finalização espalmada para escanteio. No minuto seguinte, a grande oportunidade do 1º tempo saiu do pé esquerdo de Franco Jara, que arriscou de longe e acertou o travessão de um surpreendido e vencido Caranta. O camisa 29 era o principal condutor dos ataques do Estudiantes, com muita movimentação, sempre dando opções aos meias-extremos Leonardo Jara e Patito Rodríguez, e confundindo a defesa canalla.

Um Rosario Central nervoso e pouco inspirado, abusava dos erros de passe, facilitando ainda mais o já competente trabalho da defesa rival. Tivemos muitos lances ríspidos após ultrapassarmos a marca da metade da etapa inicial. A melhor qualidade do Estudiantes, orquestrado por Verón, que voltava ao time titular, fazia com que a equipe de La Plata se sobressaisse em relação ao Central, e obtivesse vantagem no número de finalizações e de escanteios a seu favor, apesar da menor posse de bola. No último lance da etapa inicial, mais uma oportunidade importante para o Pincha, quando Leonardo Jara recebeu cruzamento da esquerda, tentou aparar para o meio da área, mas a bola acabou nas mãos de Caranta.

Equilíbrio, domínio alternado, mas nada de gols

O Estudiantes não queria voltar a tropeçar, como havia feito na última quarta-feira (16), quando empatou sem gols contra o River Plate, em La Plata. Para tanto, tratou de partir para cima do Rosario Central, ignorando completamente o forte fator local de seu adversário, ou melhor, conseguindo arrefecer o ânimo dos hinchas canallas, que silenciavam a cada minuto sem que seu time conseguisse sair da forte e avançada marcação pincharrata. Foi uma espécie de blitz do time de Pellegrino, conseguindo espaços nas costas de Encina, em tarde especialmente abaixo do normal, e de Carrizo. A organização do Pincha seguia a mesma, apenas uma maior coragem estava com os de La Plata.

Franco e Leonardo Jara, que apesar do mesmo sobrenome não tem qualquer parentesco, davam muito trabalho à defesa canalla. Uma combinação entre eles foi a melhor chance do Estudiantes na primeira parte do 2º tempo, quando Franco bateu para boa defesa de Caranta. O Rosario Central não conseguia passar do meio do campo, então Miguel Ángel Russo trocou Encina por Medina, para fortalecer o ataque pelo lado direito. O time da casa conseguiu sair um pouco mais, mas esbarrava em suas limitações. Não havia criação e a dupla de ataque Acuña e El Loco Abreu estava totalmente fora do jogo.

A grande chance para abrir o marcador foi do Estudiantes, quando Leonardo Jara deu passe precioso para Carrillo, artilheiro do Torneo Final, dominar na área e chutar muito alto. A equipe canalla tinha domínio da posse de bola, mas não conseguia traduzir isto em ataques eficientes, sempre abusando dos "chuveirinhos", consagrando a dupla Desábato e Schunke. A torcida acordou e tentou empurrar o time para a vitória, mas nem a entrada de Luna nos minutos finais deu luz ao time do Central. O Estudiantes ainda quase abriu o marcador no final do jogo, mas Auzqui parou em Car​anta, grande nome do jogo. No final, um empate sem gols que acabou ficando justo para ambos.

 

DB

VAVEL Logo