Neste domingo (13), vai acontecer o evento mais esperado do principal esporte do planeta. No Maracanã, Alemanha e Argentina irão se enfrentar para decidir quem será o campeão da Copa do Mundo 2014. Para a Alemanha, muitos dizem que seria a consagração de uma ótima geração que coleciona fracassos, e que na Argentina serve pra colocar Lionel Messi no topo dos melhores da história.

Porém, reconquistar o mundo no Brasil após 24 anos é muito maior que apenas a consagração de Messi. Com toda essa rivalidade com os brasileiros, escancarada na canção 'Brasil decime que se siente', seria um enorme prazer para os argentino reencontrar a glória em solo carioca. Já são cerca de 80 mil argentinos no Rio, prontos para a festa caso Messi e companhia consigam o objetivo.

Lionel Messi também tem uma dívida com o povo argentino. Desde 2007, quando começou a jogar com mais regularidade na seleção, Messi nunca conseguia desenvolver o mesmo futebol que o levou a infinitas conquistas no Barcelona, fazendo com que fosse bastante questionado, principalmente depois do fracasso de 2010 na África do Sul. Muitos, inclusive, garantiram que Messi não devia nem ser comparado a Maradona. Caso a Argentina consiga, não seria apenas para Messi, mas também para que o camisa 10 dê esse presente ao seu torcedor.

28 anos depois, a chance no Brasil

Detentora de dois títulos mundiais, em 1978 e 1986, a Argentina encara um longo jejum de 28 anos sem vencer uma Copa do Mundo. Teve chances, inclusive na copa seguinte a da segunda conquista, em 1990 na Itália, mas falhou diante da própria Alemanha. Nos anos seguintes, frustrações e mais frustrações marcavam a Argentina. Gerações com talento, com Crespo e Batistuta, depois Riquelme e Verón: todas falharam.

Em 2014, com um time para muitos não tão espetacular, a Albiceleste chegou mais perto do que nunca de retornar ao topo do futebol. Ou seja: depois de Maradona, a Argentina saiu da prateleira de cima do futebol mundial. Não são apenas 28 anos sem uma Copa do Mundo, são 21 anos sem título algum, desde a Copa América em 1993. No Brasil, país próximo em que muitas vezes a seleção jogou em casa, existe a grande possibilidade de reerguer o esporte do país.

A geração campeã olímpica

Dizem que a final deste domingo será um confronto de Geração x Craque. Que a Alemanha trabalhou essa equipe, passou por dificuldades e fracassos para quem sabe enfim colher o fruto. Entretanto, não é dificil provar que esse trabalho da Argentina também pode ser considerado como de longo prazo.

Nos jogos olímpicos de 2008, em Pequim, a Argentina liderada por Juan Román Riquelme levou a medalha de ouro no futebol. Passou inclusive pelo Brasil na semifinal e veio a sagrar-se campeão diante da Costa do Marfim, com gol de Di Maria. O curioso é: 10 daqueles 22 convocados por Sergio Batista estão no grupo de Sabella finalista da Copa do Mundo.

Sergio Romero, Pablo Zabaleta, Ezequiel Garay, Fernando Gago, Lucas Biglia, Javier Mascherano, Angel Di Maria, Lionel Messi, Ezequiel Lavezzi e Sergio Agüero. Todos estes estavam presentes na geração de ouro e podem agora voltar a ser campeões juntos, mas de algo muito maior.

Enfim, como um grupo, das motivações da Argentina para se tornarem campeãs do mundo, a consagração de Messi é a menor delas. Óbvio que, para o jogador, será a partida de sua vida, para colocar seu nome no hall dos maiores da história do esporte e da Argentina. Porém, os argentinos venceram a Copa do Mundo no Brasil não se resume apenas a Messi, vai muito além disso.

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Sobre o autor
Igor Junio
Jornalismo pela UFMG.