Bolívar e San Lorenzo se enfrentaram na noite desta quarta-feira (30), pelo jogo de volta das semifinais da Copa Libertadores da América, no Estádio Hernando Siles, em La Paz. Em jogo sonolento e fraco tecnicamente, o Bolívar venceu por 1 a 0. O zagueiro Gerardo Yecerotte marcou o gol nos acréscimos. Graças ao 5 a 0 no jogo de ida na Argentina, o San Lorenzo se classificou para sua primeira final de Copa Libertadores da América da história.

A histórica goleada no primeiro jogo de semifinal de Libertadores da história do Bolívar foi o estopim para uma série de problemas no clube. A Academia foi eliminada do torneio de pré-temporada que estava disputando, perdendo no último domingo (27) para o Oriente Petrolero por 1 a 0. Além disto, o técnico Xabier Azkargorta desabafou, reclamando das reformas no Estádio Hernando Siles. Sem contar o desentimento do atacante Juan Arce, velho conhecido do futebol brasileiro, com um jornalista em uma coletiva. Guido Loayza, presidente do clube, se mostrou orgulhoso pela campanha até as semifinais e admitiu dificuldades para a classificação. Mesmo assim, a equipe treinou pênaltis durante a semana, acreditando em uma vitória elástica nesse jogo de volta, o que não aconteceu.

Depois da goleada de 5 a 0 na Argentina, pelo jogo de ida, muitos já cravavam o San Lorenzo como finalista da Copa Libertadores da América 2014. Todavia, os jogadores foram cautelosos em suas declrações durante a semana. Muitos afirmaram que jogariam como se a primeira partida tivesse sido 0 a 0, e outros pregam muito respeito ao Bolívar. Fato é que Edgardo Bauza fez duas modificações em relação ao primeiro jogo: Prósperi assumiu a lateral-direita no lugar do suspenso Buffarini e Nicolás Blandi ganhou a posição de Mauro Matos, que marcou o primeiro dos cinco gols, como centroavante do time.

Com essa vitória pelo placar mínimo do Bolívar, o San Lorenzo se classificou para a sua primeira final de Copa Libertadores da América da história. O único dos cinco grandes da Argentina (Boca Juniors, River Plate, Independiente, Racing e San Lorenzo) a nunca ter conquistado esse título, o Ciclón nunca esteve tão perto de ver esse tabu acabar. Na próxima quarta-feira (06), enfrentará o Nacional-PAR no Defensores del Chaco. A volta, no Nuevo Gasómetro, ocorrerá na outra quarta-feira, dia 13 de Agosto. Uma data que ficará marcada para sempre na história de San Lorenzo ou Nacional-PAR.

Bolívar falha nas finalizações e cede espaços para o San Lorenzo

Nos primeiros dez minutos de jogo, o Bolívar teve o ímpeto inicial e comandou o jogo, criando jogadas, principalmente, com seus alas. Da principal dela, o ala-esquerdo José Sánchez Capdevilla carimbou a trave de Torrico. Dali em diante, o San Lorenzo conseguiu controlar a partida e teve chances de marcar em contra-ataques.

Na faixa central do primeiro tempo, o Ciclón teve suas principais chances de abrir o placar. Villalba e Piatti, que estavam no dois contra um, perderam grande chance em um contragolpe por conta de um erro de passe. No lance seguinte, chute surpreendentente de Blandi, de fora da área, obrigou Quiñonéz a dar um tapa para escanteio.

O Bolívar ainda tentou se prevalecer da altitude, do gramado e de sua torcida para abrir o placar. Porém, chutes de Callejón, em falta, e Capdevilla não foram na meta do goleiro Torrico. O arqueiro argentino, aliás, teve um pouco mais de trabalho nos cruzamento levantados na área por conta da velocidade da bola. Salvo os levantamentos, foi pouco exigido.

Torrico se destaca, porém sofre gol nos acréscimos

Os primeiros minutos do segundo tempo tiveram o mesmo roteiro do primeiro tempo: com pressão intensa do Bolívar. Logo aos 20 segundos, Callejón rolou a bola, perto da marca do pênalti, para José Chávez Sánchez finalizar por cima, perdendo grande chance. As chances locais seguiram, com finalização de Juan Arce defendida por Torrico e cabeçada ruim de Ronald Eguino.

Com o passar do tempo, a escassa esperança de classificação foi diminuindo até nos mais otimistas torcedores do Bolívar. Tenório ainda assustou em chute sobre Torrico, em boa saída do goleiro, e em cabeçada. Bauza, técnico do San Lorenzo, poupou seus principais jogadores, como Piatti, Ronagnoli e Cetto.

O mesmo deve ter feito Azkargorta ao tirar Juan Callejón, meia do Bolívar que vinha criando as principais chances da equipe. Os minutos finais do segundo tempo teve um San Lorenzo, muito impreciso, desconcentrado e desgastado. Errando muitos passes na sua defesa, o Ciclón deu chances de finalização ao Bolívar, que aproveitou somente nos acréscimos. Após chute de Tenório explodir em Gentiletti, o zagueiro Yecerotte completou para as redes, finalizando a honrosa participação do Bolívar nessa Libertadores com uma vitória.

Jogadores comemoram inédita classificação à final (Foto: Divulgação / San Lorenzo)