A final desta edição da Copa Libertadores da América será inédita. Nacional-PAR e San Lorenzo nunca chegaram à final da competição, e o vencedor erguerá o troféu pela primeira vez. Além disso, desde o novo formato da competição criado em 2000, nunca dois dos piores classificados na fase de grupos chegaram a uma decisão. O San Lorenzo foi o sétimo melhor entre oito segundos colocados, e o Nacional, o oitavo.

A Libertadores adotou em 2000 o formato de oito grupos com quatro integrantes cada (trocando-o em 2004 por nove grupos de quatro). O Nacional-PAR tornou-se o primeiro time nesse período a chegar à final após ter a pior campanha entre os 16 finalistas. O atual formato do mata-mata da Libertadores, em que o melhor primeiro colocado encara o pior segundo colocado (e o segundo melhor entre os primeiros encara o segundo pior entre os segundos, e assim por diante), foi implantado em 2005. Apenas em 2011 a final também foi formada por duas equipes que ficaram na segunda posição de seus grupos. O campeão Santos ficou atrás do Cerro Porteño em sua chave, e o Peñarol teve a LDU à sua frente na primeira fase.

O caminho do Nacional-PAR até a final

O Nacional-PAR se classificou para as oitavas de final com a pior campanha entre os que terminaram em segundo lugar na fase de grupos. Os paraguaios estavam no Grupo 4, que contava com o Atlético-MG - atual campeão -, Zamora e Independiente Santa Fé. Em seis jogos, foram duas vitórias, dois empates e duas derrotas, oito gols pró, dez contra e oito pontos, atrás do Galo que se classificou em primeiro com 12 pontos.

No mata-mata, o Nacional cresceu. Em casa, fazia bons jogos e construía o resultado, e fora de casa segurava a pressão muito bem. Conseguiu eliminar o Velez Sarsfield, time de melhor campanha na primeira fase, o Arsenal de Sarandí, também da Argentina, e o Defensor. Na nova fase, no caminho até a final, o Nacional não sofreu gols em casa e conseguiu marcar quatro. Fora de casa, marcou dois e sofreu três. O equilíbrio foi a marca da equipe até a decisão.

Independiente Santa Fé 3 x 1 Nacional-PAR: os paraguaios estrearam na competição jogando fora de casa, na Colômbia, contra o Independiente Santa Fé. Mas começaram com derrota. Após segurar os colombianos por 45 minutos, a derrota começou a ser desenhada na etapa final. Edison Mendez abriu o marcador aos 12 minutos, após linda finalização de fora da área. Logo na jogada seguinte, depois de um erro na saída de bola, Daniel Torres se livrou de três marcadores e tocou na saída do goleiro Ignacio Don para ampliar o placar.

Em desvantagem, o Nacional se lançou à frente e ensaiou uma reação aos 34 minutos, quando diminuiu em cobrança de pênalti com Alejandro Martinez. Entretanto, um minuto depois, Copete Valencia anotou o terceiro do Santa Fé e sacramentou a vitória colombiana.

Nacional-PAR 1 x 0 Zamora: após estrear com derrota fora de casa, o Nacional recebeu o Zamora e, com o apoio da torcida, buscou vencer o tempo todo. Os paraguaios começaram pressionando e logo no começo do jogo a pressão virou gol. Aos dez minutos, após bate e rebate na área, Melgarejo aproveitou rebote do goleiro e abriu o placar.

Depois do lance, o Zamora perdeu a cabeça e não conseguiu se organizar no ataque. O Nacional aproveitou para cadenciar o jogo e confirmar a vitória. A partida ficou nisso, e os primeiros três pontos na competição surgiram.

Nacional-PAR 2 x 2 Atlético-MG: o adversário era o atual campeão da competição e líder do grupo: o Atlético-MG de Ronaldinho Gaúcho. Mas o Nacional não se intimidou e logo aos oito minutos de jogo, Melgarejo infiltrou na área e tocou por baixo do goleiro Victor para abrir o placar.

O Atlético-MG era melhor no jogo apesar do gol sofrido e manteve o ritmo. O empate veio aos 21 minutos com Josué em chute cruzado, após jogada de Ronaldinho. O empate não deixava o Galo satisfeito, pois queriam a vitória para manter o 100% na competição. A virada veio cinco minutos após o empate. O argentino Dátolo, improvisado na lateral-esquerda, disparou pela ponta, passou por dois marcadores e tocou para Jô, sem marcação, botar o atual campeão na frente.

A partida parecia que iria acabar com derrota em casa, pois o Atlético-MG tinha todo o controle. Entretanto, um cruzamento despretencioso do lado esquerdo resultou em pênalti para o Nacional. O árbitro marcou toque de mão dentro da área, e Torales aproveitou bem a oportunidade e converteu a cobrança, empatando o jogo e fechando assim o placar. O resultado ficou satisfatório diante da realidade do que foi a partida.

Atlético-MG 1 x 1 Nacional-PAR: após empatar em casa, o Nacional foi visitar o atual campeão no Independência, o famoso Horto que foi fundamental na campanha vitoriosa do Atlético-MG em 2013. Mas foi uma noite estranha. O atual campeão, com o apoio da sua torcida, não parecia jogar em casa, mostrou muito nervosismo, viu Ronaldinho perder pênalti e perder a chance de abrir seis pontos na liderança. Pior para o Galo, bom para o Nacional. O resultado foi mais uma vez satisfatório aos paraguaios. Com muita disposição, conseguiram compensar a qualidade técnica por duas vezes contra o atual campeão.

A pressão do Atlético-MG foi forte desde o primeiro minuto. Logo no começo, Ronaldinho achou Tardelli e o camisa 9 do Galo foi derrubado na área. Mas na cobrança de pênalti de R10, Ignacio Don defendeu. Entretanto, aos 19 minutos, Ronaldinho cobrou falta e Melgarejo mudou a trajetória da bola ao tocar nela com a mão. Como o lance foi dentro da área, novo pênalti para o Atlético, e desta vez o camisa 10 converteu.

Mesmo com a pressão da torcida, o Nacional manteve boa qualidade na troca de passes e viu o Atlético-MG perder Fernandinho por lesão muscular. O Galo perdeu em velocidade e um minuto depois da saída de Fernandinho, em bela cobrança de falta Riveros empatou o jogo. O Nacional cresceu no fim da primeira etapa, chegou a assustar o atual campeão que se encontrava perdido e ficou aliviado após o apito do árbitro. O segundo tempo não teve muitas oportunidades para os dois lados. Muitos erros de passes, o Atlético nervoso, o Nacional marcando bem, e o placar não mudou.

Zamora 2 x 0 Nacional-PAR: depois de um jogo polêmico no paraguai, que terminou com vitória do Nacional, o Zamora teve o apoio da torcida e o sabor de vingança nas mãos. Depois de dois jogos contra o Atlético-MG, atual campeão, e dois empates, o Nacional foi visitar o Zamora que conseguiu vencer o Santa Fé em casa e empatar fora.

Mesmo sem jogar um bom futebol, o Zamora venceu e assumiu a segunda posição do grupo, deixando o Nacional em situação complicada. O placar só foi inaugurado aos 13 minutos da etapa final. Falcón recebeu de Ramirez, driblou o goleiro e tocou para o fundo das redes. Não demorou muito para o segundo gol sair. Aos 20 minutos, Ramirez novamente deu outra assistência, desta vez para Murillo, que ampliou a vantagem.

Nacional-PAR 3 x 2 Independiente Santa Fé: jogando em casa e precisando da vitória, o Nacional começou a partida de forma ofensiva mas errando muito na frente. Já o Santa Fé encontrava-se mais relaxado. Por conta disso, abriram o placar aos 31 minutos, quando Medina aproveitou o passe de Seijas e tirou o zero do placar. Porém o empate não demorou e aos 38 minutos Benítez deixou tudo igual.

Na etapa final, o Nacional voltou mais ligado e virou o jogo. Após cobrança de falta, Barreiro subiu sozinho para colocar os donos da casa na frente. A classificação parecia estar próxima mas aos 38 minutos o Santa Fé teve um pênalti a seu favor e Medina não desperdiçou a chance de empatar. O resultado tirava o Nacional da Libertadores, mas a equipe não se rendeu e, aos 42 minutos, Torales recebeu de Coronel e marcou o gol da classificação. O Nacional garantiu a vaga nas oitavas-de-final!

Primeira glória foi nas oitavas, contra o Vélez. O Nacional jogava em casa com o apoio de sua torcida diante do melhor time da primeira fase, o Velez Sarsfield, da Argentina. E não se amedrontou. A pressão na etapa inicial foi grande, era uma equipe um pouco diferente daquela da primeira fase, e o goleiro Sebastian Sosa precisou fazer grandes defesas.

Após o intervalo, os visitantes voltaram para a etapa final e equilibraram a partida. O Velez segurou o empate até o final da partida, mas aos 41 minutos Benítez marcou o gol da vitória paraguaia. O lance gerou polêmica, mas o árbitro brasileiro Heber Roberto Lopes acertou em cheio. Sosa chegou a defender o chute de Benítez, mas a bola já tinha passado da linha. O Nacional, que avançou com a pior campanha, iria à Argentina com vantagem sobre a melhor equipe da fase de grupos.

O Velez tentou até o fim, mas não fez valer o posto de melhor equipe da primeira fase. Os paraguaios tiveram méritos em suportarem a pressão no campo e na arquibancada. Desde o início o Velez foi para cima e dominavam o jogo, mas a determinação não foi o suficiente para furar a retranca paraguaia durante a primeira etapa.

O Nacional resistiu até os 30 minutos do segundo tempo, quando Correa aproveitou a jogada de Cubero e abriu o placar. O resultado levaria a partida para os pênaltis, porém o defensor argentino pôs tudo a perder quando cometeu pênalti em Orué e acabou expulso. Torales empatou para o Nacional, que obrigava o Velez a fazer dois gols para se classificar.

Aos 40 minutos, os argentinos assumiram a frente do placar novamente. Outra vez Correa levou esperanças à todos para buscar o gol que faltava para classificar o Velez. Porém, outra expulsão pôs tudo a perder novamente. Desta vez foi Canteros que foi expulso e Orué fechou o placar em 2 a 2. Nacional nas quartas!

Vitória simples para eliminar o Arsenal de Sarandí nas quartas. Outro time argentino no caminho do Nacional. Depois de eliminar o Velez Sarsfield, o adversário era o Arsenal de Sarandí. E mais uma vez o Nacional surpreendeu. Apesar de perder um pênalti, os paraguaios conseguiram vencer pelo resultado mínimo, mesmo resultado construído contra o Velez no jogo de ida.

A primeira oportunidade de gol veio aos 20 minutos. Benítez foi derrubado na área e o árbitro marcou pênalti. Mas na cobrança de Torales, Campestrini defendeu. Depois do pênalti perdido, o Arsenal cresceu mas não conseguiu abrir o placar. O Nacional conseguiu se recuperar, e aos 35 minutos, Orué marcou o gol do triunfo. Mais uma vez o Nacional iria à Argentina com a vantagem.

Diante da vantagem construída em casa, o Nacional montou um forte esquema defensivo e conseguiu, novamente, segurar a pressão dos argentinos. Mesmo jogando em casa e com muitas chances de gol, poucas dela foram perigosas. O Arsenal não conseguiu balançar as redes, e o Nacional que só se defendeu, segurou o zero a zero no placar e se tornou o primeiro semifinalista da Libertadores. Resultado histórico!

Triunfo em casa deu ao time a vaga na decisão. O Nacional estava na semifinal e tinha o Defensores Del Chaco como uma de suas armas. O estádio era o único no país que pode receber o público determinado pela regra da competição para as fases finais da competição, por isso a mudança de casa.

Ainda mais forte na arquibancada e no campo também. O Nacional estava mais confiante e foi para cima do Defensor. Melgarejo quase abriu o placar de bicicleta aos seis minutos e Torales perdeu grande oportunidade em belo chute forte aos 12. Mas a pressão deu certo e aos 35 minutos o Nacional conseguiu seu gol. O estreante Brian Montenegro, contratado para ser o nome da equipe, recebeu de Benítez e abriu o placar para delírio do Defensores Del Chaco.

Após ir para o intervalo com a vantagem no placar, o Nacional voltou pressionando ainda mais o Defensor em busca de outro gol. Depois de muito pressionar, aos 24 minutos, Orué ampliou o placar em chute de fora da área. No fim do jogo, o Defensor cresceu e pressionou, mas o jogo terminou assim. Com a vitória por 2 a 0, o Nacional estava próximo de garantir a vaga na final da Libertadores.

Na volta, a pressão foi grande e o resultado foi negativo, mas ao mesmo tempo histórico. O Nacional surportou mais uma vez a pressão adversária e fez história ao se garantir na final da Libertadores. Mas não foi fácil, a campanha da equipe até aqui mostra isso.

O Nacional entrou no campo do estádio Centenário para se defender, assim como fez contra Velez e Arsenal. O Defensor, como as outras vítimas, foi para cima e buscou o resultado. Comandado pelo brasileiro Felipe Gedoz, pressionaram, mas não conseguiram furar a retranca nos primeiros 45 minutos.

Os 45 minutos finais de um jogo de 180 minutos começou. O Defensor continuou a pressionar e o Nacional se defender. Mas aos nove minutos, Fleurquin cruzou a bola na área e Arrascaeta dominou pela direita. Com um passe preciso, ele serviu Luna, que só precisou escorar para vencer o goleiro. O Defensor abriu o placar e colocou fogo no jogo. Os uruguaios pressionaram até o fim, e aos 45 minutos, tiveram a oportunidade de empatar e levar o jogo para os pênaltis, mas Herrera chutou com força demais e parou no travessão. O Nacional está na final!

O caminho do San Lorenzo até a final

O time do Papa Francisco. As brincadeiras sobre o Papa estar ajudando foram muitas. Se ajudou ou não, cada jogo do San Lorenzo parecia ter uma ajuda divina. Vencer o Grêmio na Arena deles e eliminá-los nos pênaltis foi de testar a fé de todos. Eliminar o Cruzeiro, melhor time do Brasil na atualidade, depois de ser um dos piores da fase de grupos, foi surpreendente também.

Não bastou o Papa ser argentino e torcedor do San Lorenzo. Tinha que ser algoz de brasileiro também. Antes de eliminar o Grêmio e o Cruzeiro, o Ciclón eliminou o Botafogo. Agora, só resta o surpreende Nacional, do Paraguai.

Botafogo 2 x 0 San Lorenzo: o caminho do San Lorenzo até a final da Libertadores não foi fácil. A difícil fase de grupos começou com derrota para o Botafogo no Maracanã, palco que recebeu a seleção da Argentina na final da Copa. Mas, há quatro meses antes do início da Copa, o estádio recebeu o time do Papa. Entretanto, os poderes divinos e nem o esquema com três volantes conseguiu segurar o poder do Maracanã e a pressão do Botafogo.

O esquema deu certo na começo, o Botafogo não conseguia criar jogadas ofensivas, mas dava sorte de Apiatti e Correa não estarem em noite inspirada. Mas, aos poucos, o Botafogo ia criando espaços. Edilson, em cobrança de falta aos 15 minutos, teve a primeira oportunidade. O Botafogo achou a maneira de arriscar e furar a defesa do San Lorenzo: chutar de longe. Jorge Wagner entendeu e arriscou de longe, Torrico deu rebote e Tanque Ferreyra completou para o fundo das redes.

Após os primeiros 45 minutos terminar em vantagem para os donos da casa, o San Lorenzo continuou no esquema de se fechar e arriscar no contra-ataque. Mas, aos 7 minutos, Wallyson soltou um pombo de asa e ampliou para o Botafogo no Maracanã. A partir daí, o Ciclón se abriu, foi para cima, mas não arrumou nada, e começou a campanha na Libertadores com derrota.

San Lorenzo 1 x 0 Independiente Del Valle: no retorno ao Nuevo Gasómetro, o San Lorenzo conquistou seus três primeiros pontos na Libertadores. O único gol da partida foi marcado por Angel Correa, após cruzamento de Villalba. A vitória pelo placar magro e mínimo foi o suficiente para recuperar a equipe do revés na rodada anterior. A equipe assumia a vice-liderança do grupo.

San Lorenzo 1 x 1 Unión Española: era um jogo importante para somar mais três pontos e crescer na competição, mas dentro do Nuevo Gasómetro a equipe foi surpreendida no final do jogo. O San Lorenzo saiu na frente com Mauro Mato que finalizou sem chances para o goleiro Sanchez. Mas aos 37 minutos do segundo tempo, o Unión aproveitou a falha da defesa argentina para empatar. Faravelli cruzou para Jaime, que mandou para o meio da área. Canales se jogou na bola para empatar o jogo.

Unión Española 1 x 0 San Lorenzo: após ceder o empate no fim no Nuevo Gasómetro, o San Lorenzo foi visitar o Unión Española no Chile. E o Ciclón tropeçou novamente nos chilenos. Canales outra vez foi algoz dos argentinos e marcou o gol do triunfo do Unión. O San Lorenzo se complicava no grupo e precisava vencer seus próximos jogos.

Foto: Divulgação/Union Española

Independiente Del Valle 1 x 1 San Lorenzo: o jogo no Nuevo Gasómetro contra o Del Valle não foi fácil, mas o Ciclón ganhou. Desta vez, a equipe se encontrava em situação complicada na tabela e precisava vencer, e o jogo prometia fortes emoções.

O San Lorenzo marcou com Blandi aos 13 minutos da etapa final. O jogo se aproximava do fim, os jogadores já comemoravam a vitória e se sentiam aliviados por conseguir o triunfo fora de casa, mas o árbitro Carlos Amarilla marcou pênalti no último minuto para o Independiente Del Valle. Sornoza cobrou e converteu, empatando o jogo que terminara empatado. O lance gerou polêmica, os jogadores do Ciclón foram reclamar e a polícia local precisou intervir. Agora, só restava ao San Lorenzo vencer e se classificar como uma das piores campanhas da fase de grupos.

San Lorenzo 3 x 0 Botafogo: o San Lorenzo não teve piedade do Botafogo e precisando vencer foi para cima. Depois de muito pressionar desde o começo do jogo, o Ciclón abriu o placar aos 29 minutos da etapa inicial. Villalba roubou a bola após o Jorge Wagner errar um passe, avançou livre e arriscou de fora da área; a bola desviou em Julio César e enganou o goleiro Jefferson.

O Botafogo voltou para o segundo tempo buscando o empate, que era o suficiente para se classificar. Adiantou a marcação e pressionou o San Lorenzo, mas não criava jogadas de perigo. Ao fazer isso, abriu espaços, e na falha de Airton viu Piatti, da entrada da área, chutar no canto esquerdo para ampliar o placar.

Precisando de um saldo de gols maior, o San Lorenzo continuou indo para cima do Botafogo, criou boas chances, mas perdeu quase todas. Exceto quando Piatti apareceu sozinho de frente para Jefferson para marcar o terceiro gol aos 44 minutos da etapa final. O Botafogo era o terceiro time brasileiro a dar adeus à competição na segunda fase, e o San Lorenzo avançava como o 15ª melhor de 16 classificados, na frente apenas do Nacional-PAR, adversário da final.

Vaga contra o Grêmio veio acompanhada de emoção. Depois de eliminar o Botafogo, o San Lorenzo tinha pela frente outro brasileiro: o Grêmio. Dentro do Nuevo Gasómetro, o Ciclón venceu e acabou com a invencibilidade dos brasileiros na competição.

Desde o início o San Lorenzo se impôs e foi para cima, mas com o andar do jogo viu o Grêmio equilibrar a partida e crescer. A etapa inicial terminou sem gols e, com melhor momento, o Grêmio voltou para o segundo tempo. Mas foi o San Lorenzo quem abriu o placar aos seis minutos. Valdés, Correa e Matos fizeram boa troca de passes, e o último finalizou com força para o fundo das redes.

O Grêmio cresceu mais ainda após o gol, Enderson Moreira alterou a equipe, mas nada conseguiu. A noite era dos argentinos, que iriam com vantagem de 1 a 0 para o Brasil.

Na Arena do Grêmio, o San Lorenzo tinha a vantagem de um gol diante do Grêmio, que buscou o resultado a todo custo. Com mais posse de bola, a equipe tentava o gol que levaria a decisão para os pênaltis, mas a primeira etapa terminou sem gols.

Na etapa final, Barcos chegou a marcar, mas o juiz anulou. Para alívio de todos os gremistas, aos 38 minutos, o Grêmio conseguiu abrir o placar com Dudu após cruzamento de Rodriguinho. O jogo terminou com a vitória gremista e o resultado levou a decisão para os pênaltis. Se o Papa ajudou ou não o seu time do coração, ninguém sabe, mas Torrico defendeu as cobranças de Barcos e Maxi Rodriguez, viu seus companheiros 100% nas cobranças, e comemorou a classificação às quartas-de-final!

Diante do Cruzeiro, mais um brasileiro na lista de vítimas. Algoz de brasileiros, o San Lorenzo que já havia eliminado Botafogo e Grêmio tinha pela frente o Cruzeiro, melhor time do Brasil na atualizade. O San Lorenzo tomou a iniciativa e dominou todo o primeiro tempo, usando bem as laterais, principalmente a direita com Villalba e Buffarini. O Cruzeiro era uma equipe diferente do que os brasileiros estão acostumados a ver, estavam acuados, e deram sorte em ir para o intervalo sem sofrer gols.

Na segunda etapa, após cobrança de falta de Ortigoza, o zagueiro Gentiletti abriu o placar na marca dos 20 minutos. Depois de muito tentar, o San Lorenzo conseguiu o gol que precisava e manteve o resultado até o fim, conseguindo uma boa vantagem para a volta no Mineirão, vencendo por 1 a 0.

E o San Lorenzo fez outro brasileiro de vítima. O Cruzeiro, melhor equipe brasileira na atualidade, atual campeão brasileiro. Por alguns minutos, o Cruzeiro aproveitou o apoio da torcida no Mineirão e se lançou ao ataque, mas aos nove minutos, Villalba aproveitou a falha da defesa e cruzou, Dedé furou, Piatti recebeu de Matos e driblou Ceará antes de finalizar para o fundo do gol e abrir o placar.

A situação do Cruzeiro não era boa, a equipe e a arquibancada sentiram o gol, o silêncio tomava conta e o San Lorenzo terminou o primeiro tempo botando pressão e melhor no jogo. Na segunda etapa, o Cruzeiro se arriscou mais, mas Torrico começou a aparecer no jogo. Pelo alto o Cruzeiro achou o caminho e, aos 25 minutos, após cruzamento para área, Bruno Rodrigo subiu mais alto que todos e empatou o jogo. Mas ficou nisso. San Lorenzo nas semifinais e o sonho de conquistar o título da Libertadores estava vivo. É o único dos grandes da Argentina que não possui o troféu.

Nas semifinais, contra o Bolívar, goleada na ida, tranquilidade na volta. O San Lorenzo estava na semifinal, próximo de realizar um sonho antigo: conquistar o título da Libertadores. É o único dos grandes da Argentina que não possui o título. Até os mais modesto clubes, como Argentino Juniors, possui o título. Buscando fazer o que Corinthians e Atlético-MG fizeram nos últimos dois anos, o Ciclón entrou em campo para enfrentar o Bolívar, que fazia história em se tornar o primeiro time do país a chegar na semifinal da competição. E o time do Papa não teve piedade do adversário: goleou por 5 a 0.

O primeiro gol saiu com seis minutos dos pés de Mauro Matos. Aos 28, Emanuel Mas ampliou. Na segunda etapa, Mercier fez o terceiro gol aos 25 minutos e, quatro minutos depois, Buffarini anotou seu nome e mais um gol para o San Lorenzo. Ainda deu tempo de Emanuel Mas marcar mais um aos 42 minutos para fechar o placar em 5 a 0. O Ciclón estava com os pés na final da Libertadores, e só restavam 90 minutos para se defender com uma vantagem enorme em mãos.

Na volta, o Bolívar ganhou com um gol no fim, mas não foi o suficiente para tirar o San Lorenzo da final da Libertadores. Após o 5 a 0 no jogo de ida no Nuevo Gasómetro, o Ciclón foi se defender diante do Bolívar. E deu certo.

Nos primeiros minutos o Bolívar chegou a acertar a trave do goleiro Torrico e a pressão inicial assustou o San Lorenzo, mas a vantagem dos argentinos era enorme. Foram muitas chances perdidas durante o jogo, e precisando de cinco gols para levar para os pênaltis, a cada chance perdida era tempo perdido. O gol só saiu nos últimos minutos de jogo com o zagueiro Yacerotte. O San Lorenzo está na final da Libertadores!