Teve superação, teve ganas de vencer. Teve qualidade, teve sorte. Tem a Copa Argentina e poderá ter a Libertadores da América. O Huracán finalmente saiu de uma incômoda fila de 41 anos sem títulos, vencendo o Rosario Central na decisão por penalidades máximas, após um empate sem gols no tempo normal do jogo disputado na cidade de San Juan. O grande heroi da conquista foi o goleiro Marcos Díaz, que pegou dois pênaltis para o Globo.

Com o título, o clube de Parque Patrícios se classifica para a disputa da Copa Libertadores da América 2015, onde entrará na 1ª fase, conhecida como fase preliminar, ou pré-Libertadores. A última conquista do Huracán havia sido o Metropolitano de 1973, convivendo atualmente com acessos e descensos, e o mais próximo que chegou de uma taça nos últimos tempos foi no Clausura 2009, quando perdeu o título na última rodada para o Vélez Sarsfield.

Além da vaga na Libertadores, o Huracán irá disputar a Supercopa Argentina contra o River Plate, no dia 8 de fevereiro de 2015, ainda sem local confirmado. Até lá, o Globo precisará se concentrar na disputa das rodadas finais da Primera B Nacional, onde precisa ganhar seus dois jogos restantes para seguir sonhando com o acesso. Hoje, La Quema ocupa a 6ª colocação da Zona B, com 23 pontos, 3 atrás do Atlético Tucumán, último a ascender.

Já o Rosario Central perdeu sua última oportunidade de conquistar uma vaga na Libertadores do ano que vem, além de voltar a conquistar um título que não vem desde a Copa Conmebol de 1995. O Canalla é o antepenúltimo colocado no Torneo de Transición, também faltando duas rodadas para o término da competição, na qual não há rebaixamentos - se houvesse, a equipe rosarina deveria acender o sinal amarelo.

Equilíbrio total na etapa inicial e nada de chances de gol

O jogo começou com o Huracán tentando se impor na base da empolgação, de um time de uma categoria inferior que via no cotejo uma chance de ouro para tirar uma casquinha de um adversário da elite. A correria não se traduziu em chances de gol, e o ímpeto quemero acabou arrefecendo com o passar dos minutos. O Rosario Central se assentou em campo, passou a botar a bola no chão e tentar impor sua melhor qualidade.

Do meio para o final do primeiro tempo, o Canalla ocupou o campo rival, tentando achar espaços em uma defesa muito bem montada pelo técnico do Huracán, Néstor Apuzzo. O capitão Domínguez, de 36 anos, jogava como um garoto, liderando a experiente defesa do Globo, e se impondo na grande maioria dos lances. A chance mais clara nos primeiros 45 minutos foi do colombiano Valencia, que desperdiçou dentro da grande área.

Huracán superior, tendo em Díaz seu grande heroi nas penalidades

A etapa final mostrou um Rosario Central com maior volume de jogo, tentando se aproximar da área do Huracán, sobretudo com bolas alçadas à área quemera. No entanto, mesmo com a entrada de Loco Abreu, o princípio de pressão durou 15 minutos - no restante do tempo, o Huracán, mesmo com menos pernas, se mostrou muito mais organizado, empilhando chances perdidas, sobretudo com Ábila, que perdeu duas oportunidades que poderiam ter posto tudo à perder.

O jogo se arrastou até o final com toda pinta de que iria para os pênaltis. E foi, de fato. O promissor Pity Martínez abriu a série para o Huracán desperdiçando sua cobrança, e no 3º tiro, o centroavante Ábila cobrou de forma bisonha, sobre o gol de Caranta. O capitão canalla Ferrari também errou, logo na sequência. Dali em diante brilhou a estrela de Marcos Díaz, que pegou as cobranças de Caranta e Encina, garantindo o título inédito para o Huracán.

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