A Conmebol bateu o martelo: o Boca Juniors está eliminado da Copa Libertadores da América. Em nota oficial emitida pela entidade na noite deste sábado (16), ficou decidido que os Xeneizes serão responsabilizados pelas cenas proporcionadas durante o clássico contra o River Plate, no intervalo da partida de volta do torneio. A decisão cabe recurso.
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De acordo com o documento divulgado, além da exclusão, o Boca Juniors terá de jogar com portões fechados nos próximos quatro jogos como mandante e mais quatro partidas sem torcida como visitante em competições com o selo Conmebol. Além da interdição da Bombonera, o clube também pagará multa de US$ 200 mil.
Com isso, o River Plate está classificado às quartas de final da Copa Libertadores, onde terá o Cruzeiro como adversário. O primeiro jogo será em Buenos Aires, no Monumental de Nuñez, já a volta está marcada para o Mineirão, em Belo Horizonte.
Confira o documento na íntegra
Entenda o caso
A confusão começou durante o intervalo da partida entre Boca Juniors e River Plate, válida pela volta das oitavas de final da Libertadores da América. Os jogadores dos Millionarios voltaram ao gramado com olhos vermelhos e marcas pelo corpo, devido a uma bomba de gás de pimenta arremessada no vestiário.
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Vários jogadores estavam visivelmente abatidos no gramado da Bombonera, o quê obrigou o árbitro a suspender a partida após quase uma hora de paralisação. A Polícia Federal Argentina recolheu as camisas dos atletas para perícia.
Conmebol confirma expulsão de Boca, mas volta atrás
Na última sexta-feira, a Conmebol definiu - por meio de seu site oficial - que o Boca Juniors estaria expulso da Copa Libertadores da América, fato que classificaria o River Plate às quartas de final.
Porém, poucas horas depois, a entidade retirou o comunicado do ar deu prazo até sábado para o Xeneizes prestarem sua defesa e, apenas depois, decretar a decisão final.
O presidente do Boca Juniors, Daniel Angelici, disse, em entrevista às rádios argentinas, que ligou para o mandatário do River, Rodolfo D'Onofrio, para pedir desculpas sobre o ocorrido.
Bombonera interditada
Palco da confusão, o estádio La Bombonera foi interditado para perícia da Polícia Argentina e da própria Conmebol. De acordo com o promotor Martín Ocampo, o fechamento foi escolhido para preservar as provas dos incidentes.
"A Bombonera está fechada. Não posso dizer que os controles falharam, porque é preciso investigar. Neste momento, o campo do Boca está fechado. As camisas do River foram coletadas para saber se há gás de pimenta nelas", afirmou Ocampo na última sexta-feira.
A Polícia Federal Argentina está à frente no caso devido as agressões sofridas pelos jogadores do River Plate. Além do gás de pimenta, alguns atletas apareceram com queimaduras de primeiro grau pelo corpo, informação confirmada pela comissão técnica dos Millionarios.
Substância causa inflamação do cérebro de Driussi
Um dos mais atingidos pelo gás de pimenta no túnel que liga o campo ao vestiário, Sebástian Driussi foi o jogador que mais sofreu com o atentado. Após se queixar de dores de cabeças e não conseguir treinar neste sábado, o jogador passou por exames e foi constatado uma encefalite, que representa inflamação no cérebro.
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Driussi foi submetido a tomografias e exame de sangue para definir a gravidade da sua inflamação. Jovem de apenas 19 anos, o jogador estava convocado para para disputa do Mundial de Sub-20, na Nova Zelândia.
Amistoso para o dia 9 de junho segue confirmado
Apesar de toda a confusão, o amistoso entre Boca e River para o próximo dia 9 de junho segue confirmado. Quem reafirma a presença de Millionarios e Xeneizes é o porta-voz Guilherme Tófoli, um dos organizadores do encontro.
"A partida segue confirmado. Sabemos de tudo que aconteceu, mas isso não afeta em nossa decisão. O confronto acontecerá normalmente", afirmou.
Por contrato, as duas equipes necessitam ter pelo menos 80% de seus titulares em campo no amistoso. O local do confronto ainda não está definido, porém, dificilmente acontecerá na Bombonera ou no Monumental de Nuñez.