Cercada de favoritismo e receio ao mesmo tempo. Essa foi a Argentina em sua preparação para a disputa da Copa América 2015. Várias perguntas poderiam ser respondidas. Como seria o desempenho da Albiceleste? Lionel Messi agora conseguiria colocar seu desempenho em campo e contribuir para o sucesso da seleção? Mais importante, a Argentina iria quebrar o tabu de 22 anos sem conquistar absolutamente nada no futebol profissional?

Pois bem, aos poucos, o time enfrentou algumas dificuldades e conseguiu chegar à decisão do torneio. Neste especial preparado pela VAVEL Brasil, que antecipa a decisão entre Argentina x Chile, confira o desempenho da segunda maior vencedora do principal torneio de seleções da América do Sul.

Primeira fase: ganho de confiança

A Argentina se preparou bastante em La Serena. A apresentação do grupo, os trabalhos iniciais e os treinamentos coletivos na primeira fase foram todos realizados ali. Com o conhecido apoio do fanático torcedor, os comandados por Gerardo "Tata" Martino estrearam contra o Paraguai.

Lionel Messi esteve em campo e, consequentemente, era o principal destaque da geração vice-campeã mundial. Com o time todo no ataque, o primeiro tempo da estreia foi de encher os olhos. A euforia das arquibancadas era tamanha que os vibrantes torcedores gritaram ‘olé’ aos 15 minutos de jogo. Lionel Messi e Sergio Agüero abriram vantagem de 2 a 0 na etapa inicial. No entanto, o segundo tempo foi decepcionante. Os jogadores baixaram a guarda, e o Paraguai mostrou que também tinha os mesmos objetivos na competição. Haedo Valdez e Lucas Barrios igualaram o marcador na etapa complementar e deixou um gosto amargo e muitas incertezas entre os Hermanos.

O segundo jogo foi um clássico tradicional do futebol sul-americano e mundial: o clássico do Rio da Prata, disputado entre Argentina x Uruguai. Mais uma vez, o jogo seria em La Serena. A partida era crucial para os comandados por Martino. Espantar o fantasma da Copa América 2011 e ter mais tranquilidade na fase inicial era o objetivo principal neste confronto. Quando a bola rolou, muita disputa, muita emoção, mas eram poucas as oportunidades de gol. No entanto, Sergio Agüero resolveu fazer o que mais sabe: marcar gols da vitória. No início do segundo tempo, o atacante foi acionado em cruzamento feito por Pablo Zabaleta e marcou um golaço. Destaque também para Sergio Romero. Com ótimas defesas, o arqueiro garantiu a primeira vitória celeste na Copa América.

Após uma boa estada em La Serena, a delegação argentina jogou a última partida da primeira fase em Viña del Mar. O adversário era a seleção da Jamaica. A Albiceleste praticamente se classificava com um empate, mas queria a vitória para encerrar a fase de grupos como líder do grupo B e ganhar confiança. Com tranquilidade, foi um domínio celeste. A Argentina dominou três quartos do confronto, teve mais de 70% de posse de bola em todo o confronto. Entretanto, em um jogo insosso e com inúmeras chances perdidas pelo pelotão ofensivo, os Hermanos venceram por 1 a 0, com gol de Gonzalo Higuaín, aos 10 minutos do primeiro tempo.

Quartas de final: pressão intensa e classificação nas penalidades

Com a classificação garantida na liderança do grupo B, o adversário da Argentina nas quartas de final foi a Colômbia, seleção a qual colocou certos vexames na história do futebol. O jogo foi mais uma vez realizado em Viña del Mar. A Albiceleste também queria acabar com seus medos. Em 2011, quando a Copa América foi disputada em seu país, o time foi eliminado nas quartas de final, nas penalidades máximas, diante do Uruguai, que viria a conquistar o torneio e ser o maior detentor de troféus da competição.

Em campo, uma pressão absurdamente intensa da Albiceleste. O técnico da Colômbia, o argentino José Pekerman, montou um esquema tático o qual priorizou a manutenção do sistema defensivo para proteger as investidas do adversário. Em parte, deu certo. Após um bombardeio celeste no primeiro tempo, e maior posse de bola na etapa final – com 18 finalizações, o goleiro Ospina foi o protagonista dos 90 minutos com quatro defesas extremamente difíceis. Com isso, o jogo terminou sem gols e a disputa foi para as penalidades máximas.

Nos pênaltis, as principais estrelas das duas seleções marcaram. Lionel Messi para a Argentina, James Rodríguez para a Colômbia. Na terceira cobrança colombiana, Muriel isolou a penalidade. A Albiceleste teve a chance de vencer com Lucas Biglia, na última cobrança da série inicial, mas mandou para fora. Nas outras cobranças, três erros: dois cafeteiros e um albiceleste. Até que Carlos Tévez se redimiu, espantou o fantasma de quatro anos atrás e colocou o time nas semifinais novamente.

Semifinal: passeio, goleada e exibição mais que convincente

Boa parte dos torcedores e daqueles que acompanhavam a Copa América esperavam um confronto entre Brasil x Argentina nas semifinais. No entanto, diferente do que aconteceu com os Hermanos, o fantasma se repetiu e o Brasil deu adeus à competição nas quartas de final ante o Paraguai. Com isso, houve um reencontro, uma vez que ambas as equipes se enfrentaram na estreia do torneio. A Argentina parecia ter espantado seus medos e suas sombras, enquanto a Albirroja conquistava mais confiança e tinha a missão de encarar o adversário de igual para igual.

Ficou apenas na intenção. Em campo, regidos por Tata Martino, os jogadores mostraram porque os Hermanos são costumeiramente apontados como favoritos. Com uma exibição envolvente e muito eficiente, uma goleada expressiva, com mais gols marcados do que em todos os jogos anteriores: 6 a 1.

Após um primeiro tempo razoavelmente equilibrado, Marcos Rojo e Javier Pastore abriram vantagem para a Argentina, enquanto Lucas Barrios diminuiu em favor do Paraguai. Porém, no segundo tempo, o time se soltou, foi para cima e controlou, dominou e regeu toda a etapa complementar. Angel Di María marcou duas vezes, Sergio Agüero e Gonzalo Higuaín completaram o placar sonoro e colocaram a Albiceleste em mais uma decisão de Copa América.

O adversário será o Chile na final. O jogo acontece às 17 horas do sábado (04), no Estádio Nacional, em Santiago. Um jogo que promete ser parelho e bastante disputado. Em campo, a Argentina terá que colocar mais que o coração em campo para conquistar a competição e pôr fim a um jejum que insiste em continuar.