É muito longo o jejum argentino na Copa América. Segundo maior campeão do torneio com 14 títulos, a Seleção da Argentina não conquista o título desde 1993 quando tinha Goycochea, Diego Simeone e Batistuta.

Último título da Argentina na Copa América de 1993 (Foto: AFA)

A Argentina está novamente numa final de Copa América. Desta vez entra favorita contra o Chile, apesar de serem os anfitriões do torneio. Muito disso se deve a ótima geração argentina com craques como Messi, Aguero, Di Maria, Tévez, Pastore, Higuain, Mascherano, etc.

Depois de ser vice da Copa do Mundo 2014, a Argentina chega para essa decisão da Copa América para coroar um trabalho antigo, que iniciou-se no ouro olímpico em 2004 nos Jogos Olímpicos de Atenas.

Vice dramático em 2004 para o Brasil

Nas últimas duas vezes que a Argentina chegou à final da Copa América após o título em 1993 foram nos anos de 2004 e 2007, e nas duas oportunidades enfrentaram o Brasil. E o resultado foram dois vices. Mas a pior derrota foi em 2004. A Argentina tinha um time muito superior e era a grande favorita, já que contavam com força máxima e seus melhores jogadores, contra o Brasil que levava sua equipe sem as grandes estrelas, apenas Adriano.

Com os experientes Abbondanzieri, Ayala, Sorín, Heinze, Zanetti e Saviola, e a juventude de Tévez e D'Alessandro, a Argentina saiu na frente com gol de pênalti de Kily González aos 21 minutos da primeira etapa. No apagar das luzes da etapa inicial, Luisão empatou para o Brasil aos 46.

No segundo tempo, Delgado virou para a Argentina aos 42 minutos. A partir daí, os argentinos começaram a camtibar o jogo esperando o apito final para, enfim, gritar o canto entalado na garganta. Porém, aos 48 minutos, a defesa argentina deu um descuido e o artilheiro da Copa América, Adriano, não perdoou e empatou o jogo. A decisão foi para os pênaltis e brilhou o goleiro brasileiro Júlio César. D'Alessandro e Heinze perderam suas cobranças e o Brasil, que converteu as quatro que bateu, sagrou-se campeão.

Vice outra vez para o Brasil em 2007

Em 2007, Argentina e Brasil voltaram a se enfrentar em uma decisão de Copa América. Novamente os argentinos com mais craques em campo e a Seleção Brasileira buscando uma nova identidade sem seus craques após o fracasso na Copa de 2006 visando a Copa de 2010.

A Argentina tinha craques experientes como Riquelme, Verón, Crespo, Zanetti, Heinze, Ayala, Cambiasso e Abbondanzieri, tinha Tévez, Aimar, Milito e Lucho González mais maduros após o fracasso em 2004, e Lionel Messi e Rodrigo Palácio buscando espaços e sendo trabalhados para o futuro. Eles enfrentaram o Brasil na final onde os mais experientes eram Juan, Gilberto Silva e Gilberto. A esperança do Brasil era depositada em Robinho que era o artilheiro da Copa América.

Em desvantagem no papel, o Brasil foi superior no campo. Logo aos 4 minutos Julio Baptista abriu o placar. O gol assustou os argentinos que levaram o segundo aos 40 em infelicidade do experiente Ayala que marcou contra. No segundo tempo, Daniel Alves fechou o placar em 3 a 0 aos 24 minutos, adiando outra vez o grito de campeão argentino.

Riquelme e seu companheiro lamentam a derrota por 3 a 0 na final para o Brasil (Foto: Getty Images)

Eliminação em casa na Copa América de 2011

Em 2011, a Argentina foi o país sede da Copa América. Lionel Messi, melhor jogador do mundo, ditava o ritmo da nova geração argentina que tinha Aguero, Di Maria, Higuain, Tévez, Pastore e Lavezzi, jogadores que estão no atual elenco em 2015. A equipe contava também Cambiasso, Zanetti e Diego Milito como os mais experientes.

Depois de dois vices seguidos, e mais uma vez com uma equipe forte e com Messi em alta na carreira, jogar em casa deixava a Argentina mais favorita do que nunca. Mas nos dois primeiros jogos dois empates, o que gerou dúvidas e críticas. No último jogo da fase de grupos, vitória fácil por 3 a 0 com grande atuação de Aguero que marcou dois gols.

Nas quartas de final o adversário era o Uruguai. O confronto entre os dois maiores campeões da Copa América. No tempo normal, empate por 1 a 1. Nos pênaltis, vitória Celeste por 5 a 4. Tévez foi o único que perdeu o pênalti. Assim, a Argentina foi eliminada precocemente jogando em casa e deu adeus a mais uma oportunidade de dar fim ao jejum.