Em contraste com a terça-feira, quando o River Plate abriu boa vantagem para chegar à final da Copa Libertadores da América ao vencer o Guarani-PAR por 2 a 0 em Buenos Aires, a quarta-feira foi de tristeza para os torcedores milionários. O meia Pablo Aimar, de 35 anos, anunciou que encerrou sua carreira como jogador profissional, tendo como motivo principal os frequentes problemas físicos. O veterano atleta vivia a expectativa de ser inscrito na fase semifinal do certame continental. Em maio, o jogador chegou a vestir a camisa milionária por alguns minutos na vitória por 2 a 0 ante o Rosário Central, pelo Campeonato Argentino.

O boato surgiu pouco antes da vitória dos portenhos pela Libertadores, e era vinculada a um possível desentendimento de Aimar com o técnico Marcelo Gallardo. Na quarta-feira, no entanto, o meia revelou uma carta em que confirmava que estava abandonando os gramados por questões físicas.

"Companheiros, antes de mais nada vou agradecer pelos momentos que tive com vocês. Fui parte de um grupo de pessoas fantásticas. É uma pena não poder estar fisicamente à altura de vocês. Ontem me informaram que não estaria na lista da Copa (Libertadores), e eu entendo, não quero tirar o lugar que seguramente seria para outro. Por isso decidi deixar de jogar profissionalmente. Vou estar torcendo por vocês fora de campo. Espero que consigam tudo que merecem. Qualquer dia desses eu passo para cumprimentar vocês, para agradecer por como me trataram", diz a carta de Aimar, destinada a seus companheiros e divulgada pelo jornal La Nación.

A possibilidade de ver Aimar voltar a vestir a camisa River com maior frequência gerava grande entusiasmo na torcida milionária por si só. No entanto, o fato de Javier Saviola e Lucho González terem sido repatriados há pouco tempo fomentou ainda mais expectativa entre os hinchas.

"El Mago" iniciou a carreira profissional justamente no River. Pelo time do bairro de Núñez, conquistou duas vezes o Apertura Argentino (1997 e 1998) e uma vez o Clausura (2000), fazendo parte também do elenco que venceu a Supercopa Libertadores de 1997, conquistada em cima do São Paulo.

Do River, Aimar foi se tornar ídolo no Valencia, sendo peça importante de uma talentosa geração da equipe espanhola, que se sagrou campeã da Liga nacional em duas temporadas (2001-2002 e 2003-2004) além de uma Copa da Uefa (atual Liga Europa, em 2003-04). Do clube da província de Valencia, o argentino se transferiu para o Zaragoza, antes de parar no Benfica.

No clube português, El Mago conquistou quatro vezes consecutivas a Taça da Liga Portuguesa (2008-09 a 2011-12) e foi uma vez campeão português, totalizando mais de 100 jogos com a camisa vermelha. Já em 2013, se aventurou na Malásia, onde defendeu o Johor FC. Pela seleção argentina, jogou as Copas do Mundo de 2002 e de 2006, além de defender a albiceleste nas seleções de base.

Aimar operou o tornozelo direito em três oportunidades, mas ainda sente dores que o impedem de atuar em bom nível. Por esse motivo, Gallardo decidiu não inscrevê-lo na Libertadores. Apesar do problema, o treinador desejava poder contar com o jogador no elenco.

“Temos a esperança de que possa seguir conosco dentro de suas possibilidades e que nos acompanhe até o fim do ano. Os grandes merecem se aposentar dentro de campo” observou o esperançoso técnico.

Gallardo também falou sobre a decisão de deixar o veterano meia fora da lista da Libertadores, revelando a conversa que teve com o atleta.

"Falei com Pablo no domingo de manhã antes de dar a lista da Libertadores, na que tínhamos a oportunidade de acrescentar cinco jogadores e chegaram seis. Dentro dessas possibilidades, o comuniquei que, por seu estado físico, sem participação, estaria fora apesar do grande esforço que vem fazendo para ser competitivo. Foi uma decisão, ele apreciou a sinceridade e me disse que o fazia um favor porque estava sofrendo. Pablo não queria que lhe desse nada de presente. Abrimos a porta para que tentasse voltar a estar feliz em um campo." relevou o treinador.

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