No mundo dos esportes, surpresas e resultados esperados acontecem a todo momento. A Seleção Argentina carrega consigo os dois pesos em mais uma Copa América que se inicia. Sempre cotada como favorita, surpreende por não ter levantado uma taça desde sua última conquista, em 1993.

Esses mais de 20 anos de jejum podem acabar com a edição especial da Copa América. Em sua edição 'Centenária', a competição terá mais seleções, uma fórmula que não dá vaga à Copa das Confederações, o que pode tirar um pouco do brilho do torneio, mas para os argentinos, será encarada como uma chance única para quebrar as duas décadas sem conquistas na seleção principal.

Contando com sua forma máxima, a Argentina terá o comando de Tata Martino, ainda com certa pressão no cargo, e Lionel Messi querendo orquestrar a sua seleção ao topo das Américas. Com todos presentes, o time alviceleste chega como principal favorito, até pelo momento instável de seus rivais.

Pressão pela conquista

A Argentina chega aos Estados Unidos, palco da competição, pressionada por conquistas. Os recentes vices-campeonatos na Copa do Mundo 2014 e na Copa América 2015, onde perdeu para o Chile nos pênaltis, deixa a geração de Messi em xeque. 

Há quase que uma unânimidade na Argentina pelo enorme favoritismo do país nessa edição especial. Podendo contar com suas principais estrelas e vendo rivais enfraquecidos, sejam por seus craques ou por maus momentos, essa é a chance para, enfim, quebrar o tabu que dura mais de 22 anos.

O melhor do mundo terá a companhia de nomes de peso, como Aguero, Mascherano, Higuain, Tevez, Rojo, Banega, todos presentes no vice do passado e engasgados com outro vice.

Algoz em um grupo fácil

O sorteio pode ter ajudado a Argentina em sua motivação pelo título. Isso porque ao seu lado no Grupo D terá a atual campeã da Copa América, justamente contra os argentinos, a seleção do Chile. Além dos chilenos, Panamá e Bolívia encerram a chave.

Na teoria, as duas favoritas são Argentina e Chile, podendo até rolar um outro confronto na fase de mata-mata, mais adiante. Até hoje, os hermanos estão na busca por uma revanche ideal, já que nas Eliminatórias para a Copa da Rússia, em pleno Estádio Nacional em Santiago, a alviceleste virou e venceu "La Roja". Mas nada como eliminar um rival.

Além disso, o time platense vê seu maior rival sem seu maior craque. Priorizando as Olimpíadas, o Brasil não irá com força máxima, ainda que tenha uma equipe competitiva. Sem Neymar, é a chance de Messi brilhar em mais recital solo.

Lionel Messi e a pressão por um título na seleção

Quando elegemos nossas seleções ideais, surge sempre a discussão de quem jogou mais e, geralmente, usamos um simples argumento para decidir: títulos com a seleção. No caso da Argentina, Maradona e Messi disputam o posto de maior jogador, mas o 'Pibe' conquistou dois mundiais, tendo esse peso a seu favor.

Messi é um dos maiores da história, inegavelmente, mas carrega o peso de fracassar quando o assunto é sua seleção. Presente em competições importantes desde 2006, na Copa da Alemanha, 'La Pulga' nunca conseguiu levar sua equipe ao posto máximo.

Mas Messi tem cada vez mais se aproximado da glória. Capitão da equipe, muitas vezes é questionado pela passividade em campo, sendo que nunca foi seu forte ser um líder motivacional dentro das quatro linhas. Mas foi peça fundamental na Copa do Mundo do Brasil e na Copa América do Chile, ambas levadas ao vice campeonato, mas, por capricho do destino, parado em lances cruciais, como os dois gols feitos por Higuain, ou um chute cruzado que beliscou a trave.

A conquista se aprocima a medida que Messi ganha cada vez mais respeito em seu país. Levado ainda muito novo para a Espanha na busca de um tratamento para crescer. A falta de identidade que muitos pregam parece não existir mais e essa copa pode ser o ponto final de uma discussão entre Messi e Maradona.

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Sobre o autor
Diego Luz
De video game à política. Lendo tudo,ouvindo bastante e vivendo com base naquilo que acho certo. Muito prazer.