Estados Unidos. País da última apresentação de Diego Armando Maradona poderá ser o palco do fim do jejum da Argentina por títulos. Lionel Messi, o camisa 10 que leva junto de sua geração o fardo de 23 sem conquistar um título de grandes proporções no cenário mundial poderá levar sua seleção ao título da Copa América Centenário, em território norte-americano. 

A Copa do Mundo de 1994, realizada nos Estados Unidos trouxe para os argentinos uma sensação de quase. Naquela Copa, onde o Brasil conquistou o tri-campeonato mundial, Maradona fez sua última aparição em campeonatos mundiais, com polêmicas e lances de craque, como sempre. 

A seleção alviceleste vinha de uma conquista do mundial em 1986 e de um vice-campeonato, em 1990. Aos 33 anos, Maradona estava prestes a fazer seu último jogo com a camisa 10. Detalhe: entre 1991 e 1992, o craque havia sido suspenso pelo uso de cocaína, flagrado no exame antidoping. 

Diego Maradona em ação, no seu último jogo em Copas, diante da Nigéria (Foto: Getty Images)
Diego Maradona em ação, no seu último jogo em Copas, diante da Nigéria (Foto: Getty Images)

Diante da Nigéria, em Boston, Diego atuou na vitória de sua seleção por 2 a 1. Mas, após o término da partida, seu pesadelo tinha começado: a imagem de Maradona saindo de campo acompanhado de uma enfermeira rodou o mundo, e sua última aparição pela Argentina: o meia acabou tendo resultado positivo para efedrina.

"Cortaram as minhas pernas. Tenho a alma destroçada", disse Maradona, em entrevista na época. 

Após a suspensão de seu maior craque, a Argentina não venceu mais no torneio. Contra a Bulgária, um revés por 2 a 0. Três dias depois, a eliminação veio nas oitavas de finais, num 3 a 2 ante a Romênia. Passados tempos do torneio, Diego ainda participou de uma partida comemorativa em 2001, porém nunca mais vestiu a camisa azul e branca, na qual não venceu nenhum campeonato até então, batendo na trave diversas vezes, como a Copa América de 2015 e a Copa do Mundo de 2014. 

Lionel Messi, em atuação na Copa América (Foto: Getty Images)

22 anos depois, outro argentino tem a chance dar alegria ao torcedor argentino no palco onde a seleção teve sua maior perda. Lionel Messi, que fez 29 anos na sexta-feira (24) tem a missão de encerrar o jejum dos alvicelestes, podendo conquistar a Copa América Centenário, diante do Chile

Há um ano atrás, o camisa 10 enfrentou o mesmo Chile, também na decisão da Copa América. Mas saiu derrotado na disputa de pênaltis. 

Criticado por não ter as mesmas atuações que tem no Barcelona na seleção, Léo desfilou bom futebol no torneio realizado nos Estados Unidos. Diante do Panamá, o craque precisou de 30 minutos para balançar a rede três vezes. Na semifinais, contra os anfitriões, o mesmo ditou o ritmo do jogo, marcando um golaço de falta e dando assistência, na goleada por 4 a 0. 

Em entrevista após a brilhante exibição contra os norte-americanos, La Pulga disse: "Queríamos jogar outra final e temos mais uma pela frente. Desde o primeiro dia, conquistamos as coisas de forma espetacular. Estamos ansiosos para conquistar algo de uma vez por todas", afirmou."O desejo de todos é que uma vez por todas conquistemos este título. Merecemos pelo que estamos fazendo.", concluiu o argentino. 

Fato é que Lionel Messi tem, diante de seus pés, mais uma oportunidade de calar os cíticos que ainda ousam se contra-posicionar diante de seu rendimento na seleção. 22 anos após o triste acontecimento para os hermanos, com a suspensão de Maradona, outro camisa 10 e capitão tem a chance, em solo norte-americano de dar alegria e encerrar um jejum na Argentina. 

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Sobre o autor
Vitor  Almeida
Gaúcho, 17. Redator na VAVEL Brasil. Apaixonado pelo futebol bem jogado, tal como na Inglaterra, Espanha, Alemanha e no Grêmio. Contato: [email protected]