Cenário comum para o Boca Juniors neste século, a semifinal da Copa Libertadores da América representa o apogeu da recente história do Independiente del Valle. O peso da camisa boquense não prevaleceu na ida, quando os equatorianos venceram de virada por 2 a 1. A partir das 21h45 desta quinta-feira oestádio de La Bombonera é o palco do decisivo confronto que opõe um gigante da América do Sul contra a grande surpresa do torneio.

Apesar do começo vacilante - que culminou com a demissão do técnico Rodolfo Arruabarrena -, os portenhos se recuperaram a tempo de encerrar a fase de grupos na liderança da chave. Nas oitavas, os comandados de Guillermo Schelotto despacharam o Cerro Porteño com duas vitórias, enquanto a vaga nas semis veio nas penalidades, depois de dois empates com o Nacional.

Já os equatorianos ficaram no segundo posto do Grupo 5, graças ao emocionante empate sem gols com o Colo-Colo na última rodada - resultado que eliminou os chilenos. Los Rayados ainda eliminaram o River Plate antes de levar a melhor diante do Pumas na decisão de pênaltis.

Boca Juniors reforçado

Os Xeneizes aproveitaram o período de pausa no futebol argentino para reforçar o elenco. Na primeira semana de julho, o meio-campista Fernando Zuqui, o zagueiro Santiago Vergini e os atacantes Walter Bou e Darío Benedetto desembarcaram no bairro de La Boca e viraram alternativas para as semis.

Zuqui e Benedetto, inclusive, atuaram entre os titulares na semana passada. Para o jogo da volta, porém, o último deve dar a vaga na ponta direita para Pavón, que volta de suspensão.

Em sua entrevista coletiva pré-jogo, o técnico Guillermo Schelotto descartou o pensamento que coloca a vitória boquense como obrigação: "Tentamos ser os melhores, mas não somos obrigados a ser", disse. Por outro lado, o lateral esquerdo Fabra afirmou que "seria desastroso para nós não classificar na quinta".

A lista de relacionados para o jogo de logo mais indica as ausências do lateral-direito Gino Peruzzi, machucado, e o zagueiro Tobio, que, segundo a comissão técnica, sente dores no joelho direito. 

O Boca Juniors está habituado com a situação em que se encontra. Afinal, de 2000 pra cá, os argentinos marcaram presença em sete semifinais de Copa Libertadores da América, sagrando-se campeões em quatro oportunidades.

Momento histórico

O Independiente del Valle, por sua vez, vive um momento ímpar na sua história. Para se ter uma ideia, há seis os Negriazules festejavam o acesso à primeira divisão do Equador. Hoje, unem o país em torno de si na disputa por uma vaga na final do principal torneio entre clubes da América do Sul: "Nos sentimos orgulhosos de que todo um país esteja nos apoiando e esperamos não decepcionar toda essa gente", declarou o zagueiro Arturo Mina à Radio Redonda de Buenos Aires.

O atacante José Angulo não escondeu a ansiedade por atuar naquele que é considerado um dos palcos mais místicos na continente: "Jogar em La Bombonera é algo muito tenso, ali dentro é uma loucura. Claro que vai ser difícil. Poder classificar para a nossa primeira final é um sonho. Vamos a Bombonera para fazer tudo o que podemos.", disse o artilheiro ao Diário Olé.

No jogo de ida, o técnico Pablo Repetto foi obrigado a mexer na equipe com as suspensões de Luis Ayala e Luis Caicedo, que foram substituídos por Tellechea e León. Com a penalidade já cumprida, a tendência é que os dois primeiros iniciem entre os titulares.