Por ter dificuldades com o domínio da língua italiana, o japonês Keisuke Honda quase não aparece na mídia para conceder entrevistas. Além disso, o meio-campista ainda não conseguiu repetir no Milan as boas atuações pela Seleção Japonesa e pelo seu ex-clube, o CSKA, fato que o coloca em ostracismo pela imprensa italiana.
Porém, a edição do jornal Gazzetta dello Sport desta terça-feira (6) trouxe uma entrevista polêmica de Honda. Nela, o camisa 10 rossonero criticou pesadamente os baixos investimentos do Milan nos últimos mercados de transferências e afirmou que, para voltar às glórias, o clube precisa tirar a mão do bolso, citando os exemplos de Paris Saint-Germain e Manchester City.
“Os problemas do Milan são muito claros, porque são sempre os mesmos. Se não aprendermos nada com essa derrota, isso significa que estamos muito distantes da reconstrução deste clube. A julgar pelos últimos anos, eu acho que fica muito claro que você não pode reiniciar este clube se não investir muito dinheiro, como fizeram no PSG ou no City. Ou você faz isso, ou você precisa reavaliar a estrutura do clube. Diretoria, treinador e torcedores têm que entender a situação”, disparou o jogador.
Honda também questionou as últimas declarações do treinador Sinisa Mihajlovic, que acredita que o baixo desempenho dos jogadores é o motivo das derrotas do Milan nos últimos jogos da Serie A.
“Eu não entendo, não faz sentido culpar os jogadores. Nos últimos anos, o Milan contratou muitos jogadores e, nesta temporada, gastou € 100 milhões. Há muitos jogadores de seleções, mas por que eles são incapazes de apresentar o mesmo futebol quando chegam ao Milan?”, indagou.
“É necessário uma mudança radical neste clube sob todos os aspectos: diretoria, técnico, torcedores e mídia. Caso contrário, vai levar ao menos de cinco a dez anos [para voltar ao topo]. Eu sei que vou ser criticado por essas palavras, mas elas são importantes para o futuro do clube”, afirmou.