A Inter de Roberto Mancini lidera a Serie A na temporada 2015/16, acumulando uma solitária derrota (uma goleada de 4 a 1, sofrida para a Fiorentina), três empates e nove vitórias, sendo cinco triunfos apenas nas últimas seis rodadas - um total de 30 pontos em 39 possíveis. Porém, a forma de jogar, muito bem resumida nos só 16 gols anotados e 7 sofridos, tem desagradado alguns fãs de futebol: entre eles, o bastante vitorioso ex-técnico do Milan, Arrigo Sacchi.

Para Sacchi, o pragmático estilo das atuações interistas está ultrapassado, só tendo boa aceitação na Itália pelo fato de o país se importar exclusivamente com resultados. "A Inter é a demonstração de um futebol antigo, velho, comandado por uma pessoa (Mancini) de ideias claras", disse ele, muito contrariado com o futebol nerazzurro coincidentemente após a Inter derrotar o Frosinone, 18º colocado, por 4 a 0, a primeira goleada da equipe na temporada.

"Em alguns países, esse tipo de jogo não seria apreciado. Mas tudo bem em um país como a Itália, onde a vitória é tudo. Em muitos países o futebol é um espetáculo esportivo, mas aqui, porém, não existe um espetáculo porque não há estética (nas partidas)", continuou Arrigo, campeão da Serie A uma vez (na temporada 1987/88), da Supercopa Italiana outra (em 1988), da Uefa Champions League em duas ocasiões (1988/89 e 1989/90) e que esteve no Mundial de 1994, com a Itália.

"Aqui na Itália nem praticamos um esporte, porque, como demonstram os escândalos, não se respeita as regras", seguiu explicando. "Agora estamos em um bom momento (futebolístico) porque temos um grupo de treinadores estilistas, otimistas, mais criativos, que ensinam muito mais e jogam abertamente em todos os lugares", exclamou Sacchi, um claro defensor do estilo de futebol mais ofensivo, esteticamente agradável, algo que segue assim apesar das circunstâncias possíveis.