Neste sábado (13), às 17h45 (de Brasília), os líderes da Serie A, Juventus, segunda colocada, e Napoli, primeiro colocado, enfrentam-se em Turim, pela 24ª rodada da competição. Muito mais que ganhar três pontos, o vencedor da partida poderá assumir de vez, enfim, o favoritismo para o título do Campeonato Italiano. Caso vença, a Juventus irá a 57 pontos e tomará a liderança. Mas, se o contrário acontecer, o Napoli chegará a 59 pontos e abrirá cinco de vantagem em relação à La Vecchia Signora.
Os donos da casa, acostumados à soberania no país nos últimos anos, voltam a ver uma grande esquipe despontar no cenário nacional. Com estilos de jogo e jogadores diferentes, grandes embates são esperados nesse duelo. Por isso, é eminente destacar dois personagens, Paulo Dybala, de 22 anos, e Gonzalo Higuaín, de 28. Em um lado, um jovem em transição: de promessa para realidade. Do outro, um experiente jogador que vive uma das melhores fases de sua carreira – quiçá a melhor.
A joia bian
Velocidade, técnica e bom controle de bola: o argentino se destaca, desde o início da sua carreira, pela qualidade de seus dribles, conseguindo fazê-los em pequenos espaços ao mesmo tempo em que protege a bola. Além disso, sua visão de jogo o permite criar e realizar passes precisos, servindo com classe aos companheiros. Revelado pelo Atlético Central de Córdoba, Dybala estreou logo aos 17 anos pelo time principal, onde marcou 17 gols em 38 partidas disputadas. Em 2012, foi contratado pelo Palermo por cerca de € 12 milhões, onde se destacou e chamou a atenção de gigantes europeus, como Manchester United, Milan e Juventus, atual casa do jogador.
Vice-campeã da Uefa Champions League 2014/15, a equipe de Turim assumiu, nesta temporada, um novo perfil. Com as saídas do argentino Carlos Tévez e principalmente do maestro italiano Andrea Pirlo, o treinador Massimiliano Allegri se viu na necessidade de trabalhar com novos jogadores. Contratado no início da atual temporada, Paulo assumiu a lendária camisa 21, que acabara de ser deixada por Pirlo e que foi usada por Zinédine Zidane no passado. Quanto às expectativas que cercavam o argentino até mesmo antes de sua chegada, bem, foram rapidamente respondidas.
Dybala não demorou para cair nas graças dos torcedores. Com belas atuações e gols, o jogador logo se tornou um dos xodós da torcida, além de ser constantemente elogiado por demais personagens do mundo da bola. “Eu não estou surpreso com Paulo Dybala. Eu amo a sua técnica e sempre fui louco por jogadores de pé esquerdo (…) Eu acho que Dybala pode ganhar o Ballon d'Or”, disse o francês Paul Pogba.
Outro que se rendeu à joia bianconera foi Lionel Messi. “Paulo é um grande jogador e é o futuro. Com certeza, dará muito o que falar nos próximos anos”, elogiou o craque do Barcelona. Há cerca de oito meses na Juventus, Dybala marcou 16 gols em 33 partidas.
Um matador em Nápoles
Faro de gols, liderança e força física: é impossível falar sobre Gonzalo Higuaín e não destacar a sua postura em campo. Líder nato, o argentino joga com expressividade e garra notórias, como se cada jogo fosse uma final. Experiente, trouxe ao Napoli um sentimento parecido ao sentido nos tempos de Diego Maradona, de vitória, de imposição, sendo um jogador que desperta a paixão dos torcedores. Revelado pelo River Plate, Gonzalo não demorou para despertar o interesse europeu e se transferiu para a Espanha em 2007. No clube presidido por Florentino Pérez, marcou mais de 120 gols em pouco mais de 260 partidas jogadas. Em agosto 2013, o atacante, coadjuvante em Madri, transferiu-se para Nápoles, onde se tornou protagonista.
Nos azzurri, o jogador assumiu o papel de jogador-chave da equipe. Em pouco mais de 90 partidas, balançou as redes quase 60 vezes. Neste ano, é o artilheiro isolado da Serie A, com impressionantes 24 gols em 24 rodadas, já superando os 18 marcados na edição 2014/15 da mesma competição.
O presidente do Napoli, Aurelio De Laurentiis, rasgou elogios ao argentino: “O Higuaín é fenomenal, é um dos cinco melhores atacantes do mundo”, afirmou. Outro que não polpou palavras ao falar de Gonzalo é Maradona, ídolo do clube. “Ele fará história com a camisa azul, é o meu herdeiro. Com ele, o Napoli chegará longe”, disse Diego.
Quando comparado ao eterno camisa 10 argentino, Higuáin se mostrou grato. "Diego Maradona? Sou argentino como ele, mas envergar esta camisa não é um sacrifício, mas uma satisfação. Ele foi um jogador extraordinário na história do futebol e gostou muito de jogar no Napoli. Ser comparado a ele é um enorme orgulho", disse.
"Estrelas do jogo"
Fabrizio Ravanelli, ex-atacante italiano, ao elogiar os dois nomes, afirmou que eles serão 'estrelas do jogo'. De fato, é uma afirmação um tanto arriscada, tendo em vista os nomes que guardam as redes, Pepe Reina e Gianluigi Buffon. Mas, ainda assim, um espetáculo pode ser esperado. Mais uma vez, a juventude e a experiência se confrontarão no futebol italiano.