As coisas não andam nada bem no lado nerazzurro de Milão. Apesar de o campeonato estar somente na 11ª rodada, a crise foi instalada na Internazionale mesmo com o clube estando a cinco pontos de alcançar a vaga para a Uefa Champions League da próxima temporada e estar com sua classificação encaminhada à segunda fase da Uefa Europa League.

Erick Thohir assumiu a beneamata em novembro de 2013, quando o time não andava bem na época e ele agora vive sua primeira crise como presidente e proprietário do clube. Com reforços abaixo do esperado e um treinador contestado por muitos torcedores, o indonésio é criticado e julgado por todos os lados. Um dos principal estopim dessa crise e a “teimosia” do Thohir em manter Walter Mazzarri no comando da Internazionale.

A torcida e, segundo a imprensa italiana, alguns dirigentes querem a demissão do técnico toscano. Thohir, por sua vez, voltou a reforçar e dar novamente um voto de confiança para o seu treinador na última segunda-feira (10), quando esteve reunido com o próprio Mazzarri, além de Piero Ausilio e Marco Fasone, diretores do clube.

No final do último mês, Massimo Moratti, presidente da Internazionale por 18 anos, seu filho e outra pessoas ligadas à empresa entregaram os cargos que ocupavam no clube, se desligando totalmente da equipe de Milão. A mídia do continente da bota disse que isso aconteceu por conta de divergências entre Thohir e Moratti, e a principal delas seria sobre a permanência do treinador. Contratado pelo próprio Moratti, Walter Mazzarri, se depende-se do antigo mandatário, não estaria mais em Milão há muito tempo.

Já Erick Thohir, que tenta aplicar uma nova conduta política e administrativa no clube, peita a todos e mantém o treinador. Moratti teria até sugerido Leonardo, que foi seu diretor e técnico na Internazionale após a saída de José Mourinho, mas o indonésio não teria dado bola, fazendo com que Moratti rompesse o laço que eles haviam criado.

Uma outra parte dos jornais e sites diz que treinador toscano só não saiu ainda por questões financeiras. Há quem garanta que em uma das clausulas do novo contrato do treinador, renovado em julho deste ano, diz que, em caso de demissão, a Internazionale é obrigada a pagar seu salario até o fim do contrato com o treinador, ou seja, até junho de 2016 Mazzarri receberia seu salario normal em casa. Um gasto inútil no clube para o indonésio, que acha melhor ir mantendo Mazzarri até onde dá.

Em seu segundo ano no clube, Mazzarri tem uma campanha pior do que a do ano anterior. Enquanto, a essa altura, sua equipe tinha conquistado mais de 22 pontos na temporada de 2013/2014, nesta temporada somam apenas 16 em 11 jogos. Apesar de ter levado a equipe de volta a uma competição europeia, Mazzarri, pela torcida, não teria seu contrato prolongado, mas a nova diretoria resolveu manter o treinador, o que não agradou a muitos.

No entanto, as coisas podem mudar em caso de nova derrota. Nas próximas duas rodadas da Serie A, a Internazionale encara o Milan no Derby della Madoninna e a Roma, vice-líder do campeonato, dois jogos como visitante, e se o toscano não conseguir pelo menos três pontos nessas duas partidas, ou voltar a sofrer nova goleada na competição, ele pode dar adeus antes mesmo no fim do ano.

Para o seu lugar, segundo alguns jornais, o nome mais cotado é o de Stefano Vecchi, treinador da squadra primavera e que vem fazendo uma campanha excepcional lá. Assim como Mazzarri, Vecchi comandou o time sub-20 em 11 partidas (nove pelo campeonato e duas pela Coppa Italia) vencendo, até aqui, todos os jogos, além da sua equipe ter o artilheiro, o melhor ataque e umas das defesas menos vazada de toda competição. Não bastasse os resultados, Vecchi tem a preferência por justamente já estar no clube, com isso a Inter não precisaria ter de contratar ninguém, podendo pagar a multa de Mazzarri tranquilamente, sem que isso interferisse no orçamento do clube.

Nessa história toda, a única certeza mesmo é que a torcida, de um lado, pressiona cada vez mais a cada jogo que passa pela demissão do treinador, enquanto a diretoria, do outro, segura e mantém o técnico no cargo como pode. Se isso continuar a persistir, o final deve ter o mesmo resultado de dois anos atrás: a Internazionale de fora das competições europeias.