Quem achava que a Juventus teria vida fácil para passar pelo Parma nas quartas de final da Coppa Italia não podia estar mais enganado. O lanterna da Serie A fez jogo duro no Ennio Tardini e por muito pouco não conseguiu levar a partida para a prorrogação. A Juve só evitou mais 30 minutos de jogo porque Álvaro Morata marcou o gol da vitória quase ao apagar da luzes e selou a classificação bianconera para a semifinal.
A Velha Senhora foi a campo com alguns de seus titulares poupados. Tévez nem viajou. Pogba estava no banco e acabou sendo utilizado no segundo tempo. Evra também estava no banco, mas por lá ficou, assim como o aniversariante do dia, o goleiro e capitão Buffon. Já o Parma estava enfraquecido por ter Belfodil e Acquah na Copa Africana de Nações, além de ter perdido Cassano, que rescindiu seu contrato com a equipe.
Com a classficação, o time de Turim aguarda o vencedor de Roma e Fiorentina, que duelam na próxima terça-feira (3). Depois do jogo duro, os dois times têm um foco completamente diferente. A Juventus tentará aumentar a diferença para a vice-líder Roma na Serie A, jogando contra a Udinese no domingo (1), em Udine. Já o Parma tenta se recuperar e deixar a última colocação na competição de pontos corridos, visitando o Milan, no mesmo dia.
Primeiro tempo é equilibrado e tem Parma melhor no fim
A primeira etapa decepcionou quem esperava ver uma Juventus pressionando o Parma do início ao fim, criando muitas oportunidades e aplicando até uma goleada. A squadra de Turim não conseguiu impôr seu jogo e foi inclusive inferior ao time da casa em alguns momentos. Até os primeiros 15 minutos, o jogo foi bem equilibrado, com os goleiros de ambos os lados sendo apenas espectadores privilegiados, já que a partida se concentrava no meio de campo e os dois times erravam muitos passes.
Após esses 15 minutos, a Juve parecia que ia tomar as rédeas da partida. Pirlo era o organizador principal das jogadas, comandando o meio de campo da equipe alvinegra, e Simone Pepe era o jogador mais participativo, tentando infernizar o lateral Gobbi, que já havia recebido cartão amarelo por uma falta mais dura em Lichtsteiner. O jogo da Juventus se concentrava bastante pelas pontas, tentando levantar bolas na área para Llorente aproveitar. No entanto, nenhum cruzamento achava jogador nenhum, não dando trabalho à defesa do Parma.
Enquanto isso, os gialloblú tentavam sair no contra-ataque, usando a velocidade de Palladino e Cristian Rodriguez, tendo a primeira finalização mais perigosa do jogo com o primeiro, aos 23 minutos. A partir dos 30 minutos de jogo, o Parma passou a dominar a partida, porque a Juve errava passes bobos, dando justamente o contra-ataque para o time da casa, mas a única oportunidade veio com Nocerino, que recebeu belo cruzamento na segunda trave, acertou um bom sem pulo, mas a bola acabou sendo desviada por Rispoli pela linha de fundo.
O juiz erradamente marcou escanteio e antes da cobrança, a primeira confusão da partida já aconteceu, com Lucarelli caindo na área ao se enroscar com Chiellini. O árbitro teve que chamar a atenção de todos para prevenir qualquer confusão maior.
E a Juve quase abriu o placar aos 45 do primeiro tempo, justamente com Simone Pepe. O italiano fez boa jogada pela ponta direita, puxou pra canhota e tirou um cruzamento fechado, que buscava Llorente. No entanto, a bola passou sem desvios, Mirante, esperando um desvio, não se mexeu e viu a redonda acertar a trave. No rebote, Vidal chutou forte da meia-lua e o goleiro do Parma tirou com os olhos, no golpe de vista.
Segunda etapa tem brigas e Morata decidindo no fim
Os times voltaram inalterados para a segunda metade do jogo, que também não mudou muito. Não houve nenhuma finalização até que Chiellini cabeceou por cima da meta de Mirante em escanteio cobrado por Pirlo. E o Parma respondeu 5 minutos depois, com Nocerino mandando a bola pro fundo da meta de Storari, mas a jogada já havia sido interrompida antes, porque o árbitro Russo marcou falta de Rispoli em dividida com Chiellini.
Aos 20 minutos, o Parma já era quem mais tentava sair pro jogo, com a Juve em ritmo mais lento, da mesma forma que havia acontecido na primeira etapa. A classificação para as semifinais parecia ser possível agora para o time da casa. Paletta também assustou em cobrança de escanteio, cabeceando por cima. Vendo que poderia ser surpreendido, o técnico da Juve, Massimiliano Allegri, resolveu colocar seus titulares em campo. Pogba substituiu Vidal, que não fazia boa partida e Morata entrou no lugar de Coman.
Depois dessas alterações, os visitantes voltaram a equilibrar a partida, controlando mais a posse de bola e tomando as rédeas da partida. Ao mesmo tempo em que o tempo de jogo ia acabando, os ânimos se exaltavam. Em dividida mais dura, Galloppa e Lichtsteiner se estranharam e sobraram pontapés de um para o outro. O jogador do Parma foi levantar o lateral da Juve colocando a mão no seu pescoço e Lichtsteiner deu um show de teatro ao rolar para o lado, como se tivesse sido agredido. Muitos jogadores se envolveram e bateram boca, mas a confusão foi contida pelo juiz, que ficou só na conversa.
Na reta final da partida, a Juventus fez valer a sua grande superioridade técnica e dominou as ações ofensivas. Primeiro, chegou com Morata, que arriscou de longe e obrigou Mirante a fazer boa defesa. Pouco depois, foi a vez de Marchisio pegar uma sobra dentro da área e soltar uma bomba que acertou o travessão do Parma, depois de desviar em Santacroce. Se a bola não tivesse desviado, certamente entraria. E, por fim, Morata, novamente, teve uma chance e dessa vez converteu. Llorente, em condição duvidosa, recebeu passe pelo meio, no pivô, girou e tocou para seu compatriota, que dominou e tocou calmamente na saída do goleiro para fazer a bola morrer lentamente no fundo do gol.
Após o gol, só correria do Parma para tentar um empate, mas sem conseguir nem char próximo ao gol defendido por Storari e a Juve tocando bola. Nada mais ocorreu e o apito soou aos 48 minutos do segundo tempo para encerrar a partida, com os jogadores da Juventus comemorando a classificação e a torcida do Parma desapontada com o gol sofrido no fim do jogo.