Novo técnico da seleção brasileira, Dunga foi apresentado nesta terça-feira (22) na sede da CBF no Rio de Janeiro. O capitão do tetra em 1994 chega para sua segunda passagem como técnico do Brasil com discurso amigável e evitando atritos com a imprensa. Durante a entrevista, o ex-volante afirmou que está pronto para receber críticas e sugestões para a seleção, e ainda disse ter aprendido muito nos últimos anos.

Eliminado nas quartas em 2010, na África do Sul, e muito criticado por suas escolhas, Dunga se disse aberto a escutar e avaliar as sugestões da imprensa e da torcida. Estamos aqui para retomar o trabalho da melhor maneira possível. Estamos prontos para receber críticas e sugestões para o bem da seleção brasileira. Tudo que for para bom para o time, estaremos ouvindo e sempre abertos para que as pessoas possam passar suas ideias e pensamentos, disse.

O resultado negativo em 2014, sob o comando de Luiz Felipe Scolari, e a baixa aceitação do público quanto a escolha do novo treinador não passaram em branco na coletiva. O novo técnico destacou que pode mudar a maneira com que as pessoas olham para ele e superar a desconfiança.

Eu não penso em mim, penso na seleção brasileira

Minha meta é mudar a maneira das pessoas pensarem a meu respeito. Nelson Mandela tinha tudo contra e conseguiu mudar a forma das pessoas de pensar com paciência. Espero que eu possa ter 1% da paciência dele. Eu não penso em mim, penso na seleção brasileira. Se a Seleção estiver bem, eu vou estar bem, estar feliz. Tem muito sacrifício, mas a alegria e satisfação é bem maior, comentou.

Ao comentar sobre o projeto para os próximos anos, Dunga não acenou com nenhuma mudança brusca, pelo menos no início de trabalho. A CBF está nesse planejamento há dois anos e vamos dar sequência. Não precisamos fazer dessa Copa do Mundo terra arrasada, há coisas que podem ficar. A gente viu na Copa que é importante o talento, mas o planejamento também. Como é importante o marketing, mas que o resultado dentro de campo também, afirmou o técnico.

José Maria Marín, presidente da CBF,  explicou o motivo da escolha. É um atleta que foi campeão do mundo, foi capitão de uma seleção campeã, demonstrou capacidade para dirigir a seleção brasileira. Ficou demonstrada através de números, não apenas por palavras, que possui todos os requisitos e capacidade para dirigir novamente a seleção brasileira. Foi uma escolha feita através da participação de todos que estão nesta mesa, numa demonstração de unidade e total integração, afirmou, reiterando que o pensamento da entidade está no futuro da seleção. E todos nós nesta mesa depositamos total confiança na sua competência e capacidade de trabalho, completou.

Não precisamos fazer dessa Copa do Mundo terra arrasada, há coisas que podem ficar

O coordenador Gilmar Rinaldi destacou ainda na coletiva que neste novo processo, os convocados serão escolhidos por total mérito, e que o fator confiança da comissão técnica não será tão influente. Conversávamos que é muito importante que o jogador sinta frio na barriga na época de convocação, que mereça ser convocado, buscando o limite para merecer a convocação, disse.

Dunga reestreia no comando da seleção brasileira em setembro, quando o Brasil tem compromissos nos Estados Unidos contra Colômbia e Equador. Ainda em 2014, o time tem confrontos marcados contra a Argentina, na China, e a Turquia, em Istambul.