O paulista Antônio Carlos Zago, 46 anos, ex-zagueiro, foi anunciado no Alfredo Jaconi, em agosto do ano passado para substituir Pícoli na disputa do Campeonato Brasileiro série C. Se em 2015, o treinador não conseguiu levar o Papo para a segunda fase da competição, nesse ano a história é outra. No Gauchão, o treinador levou o Juventude para a disputa da final, eliminando o Grêmio na semifinal.

Com uma boa campanha no comando do Juventude, Zago tem oito vitórias, cinco empates e apenas três derrotas. Manteve, principalmente, nas primeiras rodadas o Verdão na liderança do Campeonato, depois acabou ficando na quarta posição.

Com estilo de jogo considerado ofensivo, seguindo um padrão em todos os jogos com forte marcação, recomposição rápida e saída para o ataque, Zago, implantou uma nova filosofia de trabalho aqui no Brasil. O rodízio de jogadores é uma forma moderna de jogar aprendida na Europa, são estilos que ainda buscam espaço e aprovação dos brasileiros. Assim, o juventude marcou 28 gols em 16 jogos.

Porém ele faz questão de reconhecer um trabalho coletivo. Depois da classificação, mesmo com a derrota para o Grêmio, o treinador reconheceu que todos têm dedos nessa classificação, desde o mais simples funcionário do clube:

“ Temos que creditar um pouco de tudo que está acontecendo à diretoria. No ano passado, estávamos quatro meses de salários atrasados. Pagamos pelos erros e faltou um gol para nos classificarmos às quartas da Série C. Agora, é vida nova dentro do clube. Mantivemos a base do ano passado, apostamos em lançar os meninos, e agora nos classificamos por um gol”, destacou o comandante do Papo.

Treinador foi exaltado pelos jogadores na comemoração da conquista da vaga para a final.
Treinador foi exaltado pelos jogadores na comemoração da vaga para a final.
(Foto: Arthur Dellegrave/ E.C.Juventude)

Início da carreira e seleção brasileira, até virar treinador

Considerado um dos zagueiros mais conceituados da década de 1990 e 2000, Antônio Carlos Zago foi lançado pelo treinador Telê Santana no São Paulo. No Brasil, ainda jogou no Palmeiras, Corinthians, Santos e o próprio Juventude quase no final da carreira, em 2005 e 2006, tendo grande destaque. No exterior, atuou por Albacete (ESP), Kashima Reysol (JAP), Besiktas (TUR) e Roma (ITA). Neste último, se tornou um dos grandes ícones da história recente do clube.

Foi quatro vezes campeão Brasileiro, seis vezes campeão Paulista e uma vez campeão da Libertadores. Na Europa, levantou o caneco dos Campeonatos Italiano e Turco. Chegou à Seleção Brasileira fazendo parte do time que conquistou a Copa América de 1999. No ano de 2007, encerrou a carreira de jogador e tornou-se diretor de futebol do Corinthians. Em 2009, iniciou a carreira como treinador na equipe do São Caetano.

Depois, passou pelo Palmeiras, Barueri, Mogi Mirim, Vila Nova e Audax (SP). Em 2012, voltou para a Itália, onde atuou como auxiliar técnico da Roma. Entre as temporadas de 2013 e 2015, desempenhou a mesma função no Shaktar Donetsk, da Ucrânia.

Agora de volta ao Juventude, ele espera acabar com a seca de títulos do Alviverde e com a hegemonia da dupla Gre-Nal no Gaúchão, que já dura 16 anos.