A 26ª rodada do Campeonato Brasileiro 2016 reservou dois postulantes ao rebaixamento numa partida que prometia futebol fraco, mas luta até o final. No Independência, o América recebeu o pressionado Internacional para retomar o caminho das vitórias, ou pelo menos não perder.

E coube à Michael, no seu primeiro e único toque na bola, decidir o confronto. Em jogo amarrado, de primeiro tempo fraquíssimo e segunda etapa de um Coelho mais ousado, a vitória foi justa por quem mais buscou vencer dentro da partida. 

A vitória faz com que o América não seja, pelo menos, a pior campanha da história dos pontos corridos. Em 2007, o América RN teve 17 pontos no ano, enquanto o Coelho já chegou aos 18. Ainda ocupa a última posição. Na próxima rodada encara o Botafogo no Rio de Janeiro.

Já o Inter segue seu calvário. Em 18º, a equipe para nos 27 pontos e se vê cada vez mais afundado no Z4. No meio de semana duela contra o Fortaleza pela Copa do Brasil e encara o Atlético MG novamente na capital mineira pela 27ª rodada do Brasileirão.

Complicado de se assistir

Logo no começo da partida, a chuva tentou dar um tempero diferente para o que se esperava de um jogo importante da parte debaixo da tabela. Jogando em casa, o Coelho naturalmente tentou se impor contra um Inter inseguro e que cometia muitos erros. Os primeiros lances de perigo vieram com Nixon e Roger, mas sem maiores problemas para Danilo Fernandes.

Aos poucos, o jogo passou a ser mais faltoso e travado. A equipe colorada teve mais o controle e movimentação, principalmente pela direita, mas não se apresentava bem compacto e as escapadas do América, em velocidade, desafogava o time mandante. Só que a maioria das jogadas eram em bolas paradas ou longas. Faltava criatividade para as equipes.

Do lado verde, Nixon era quem mais procurava jogo, imprimindo arrancada e flutuando pelo meio da defesa rival, mas sem ajuda e toda essa eficiência. Do outro lado, Valdívia chamava a responsabilidade, mas não encontrava companheiro na frente, já que Sasha voltava muito para ajudar na saída de jogo. O jogo ficava arrastado e bem fraco.

Já na parte final, Osman sentiu um problema muscular e o jovem habilidoso e de enorme futuro, Matheuzinho, entrou no time do Coelho. Logo na primeira bola, ele recebeu na área, cortou a marcação e bateu de canhota, causando a primeira chance real de gol da partida.

A reta final piorou ainda mais a partida. O Inter passou a fazer cruzamentos sem tanta objetividade e os maiores perigos eram em bolas desviadas pela zaga que o goleiro Fernando Leal fez defesas tranquilas. O intervalo chegou após uma etapa quase nula.

Um pouco mais de ataque e gol no final

A expectativa por uma segunda parte "menos pior" do que a primeira era o que se esperava. Mais veloz e agrupado, o Inter passou a incomodar mais e, se ao menos não finalizava, também não deixava o América escapar com velocidade.

A maior ousadia dos visitantes quase deu resultado. Sasha recebeu pela esquerda, bateu cruzado e quase Fernando Leal entregou o ouro ao espalmar de forma estranha. Na sequência, Paulão testou livre sem nenhum perigo.

A resposta do Coelho veio em forma de pressão. Por duas vezes, Ernandes teve tudo pra marcar. Primeiro, em chute de fora após a zaga colorada afastar mal. Ele bateu firme e carimbou o travessão. Pouco depois, bola cruzada e novamente surgiu por trás da defesa pra chegar deslizando, mas pegando mal na bola.

Os lances acordaram o América, que passou a ter mais presença ofensiva. Ainda que as chances aconteciam de forma esporádicas, a zaga colorada estava sempre má-posicionada, deixando espaços ao rival. Celso Roth colocou Nico Lopez, mas o uruguaio seguia isolado na frente. Em sua única chance, um corte pra canhota e chute no meio do gol rasteiro.

E quando todos já aguardavam o fim melancólico, a mini-pressão do Coelho premiou quem mais teve chances. Jogada pela direita, espaço pra chegada de Jonas e cruzamento curto. Michael, que acabara de entrar, se antecipou bem testou alta e a bola pegou um efeito estranho, subiu, desceu e foi na junção das traves de Danilo Fernandes, que nada pôde fazer. Festa e fim de sufoco.

O gol praticamente decidiu a partida ao matar as intenções do Inter. Resultado importante para o Coelho, que conquista a quarta vitória do campeonato.