O Atlético-MG foi campeão brasileiro em 1971, e vice-campeão em outras quatro oportunidades, 1977, 1980, 1999 e 2012, busca reconquistar o troféu mais impoertante do futebol brasileiro depois de mais de 40 anos de jejum. Oportunidades para chegar não faltaram, mas no fim, o Galo não cantou alto. Além dos três vices-campeonatos, o time mineiro ficou entre os quatro melhores em outras 14 oportunidades, quando o Brasileirão ainda era no modo mata-mata. Este modelo de disputa teve fim em 2002.

Fundado em 25 de março de 1908, o Atlético é um dos clubes mais tradicionais do futebol brasileiro. Apresentou-se pelos quatro cantos do mundo, onde tornou-se conhecido, e também, presenteou grandes craques aos seus torcedores e aos amantes do mais esporte praticado no mundo. O maior deles, Reinaldo, é o maior artilheiro do clube, com 255 gols em 12 anos de Galo.

O "Rei", como é conhecido, ainda detém a maior média de gols de um jogador em uma edição do Campeonato Brasileiro. Em 1977, ano em que o Galo foi vice-campeão invícto ao perder nos pênaltis para o São Paulo, Reinaldo marcou expressivos 28 gols em apenas 18 jogos. Média superior a 1,5 gol por jogo. O número de gols só foi quebrado 20 anos depois por Edmundo, que fez 29 em 1997, mas o poder de fogo do "Rei" jamais será quebrado.

Memória

Dentre tantos momentos marcantes que o Atlético-MG viveu no Campeonato Brasileiro, que acabou coroando-o com líder do ranking do campeonato por muitos anos, não dá para passar batido pela primeira conquista do clube mineiro em âmbito nacional. O Campeonato Brasileiro de 1971 é marcante para todos os atleticanos, especialmente, para Dario, o Dadá Maravilha.

Quando muitos creditavam o favoritismo ao título do Campeonato Brasileiro de 1971 para o Santos, de Pelé, o Cruzeiro, de Tostão, o Palmeiras, de Ademir da Guia, o São Paulo, de Toninho Guerreiro, e o Botafogo, de Jairzinho, o Atlético-MG, como bom mineiro, comeu quieto pelas beiradas sob o comando técnico de Telê Santana e os gols de Dario.

Ao final da competição, um triangular decisivo foi disputado entre Atlético-MG, Botafogo, São Paulo. O Galo venceu seu primeiro jogo contra o tricolor paulista por 1 a 0 no Mineirão, com gol de Oldair. Três dias depois, o time do Morumbi bateu o Fogão por 4 x 1 e contava com uma vitória carioca sobre os mineiros para ser campeão brasileiro. Mas com um bicada, ou melhor, uma cabeçada de Dario, o Atlético tornou-se campeão brasileiro em 1971 ao faturar o Botafogo por 1 x 0 no Maracanã.

Mero participante

Com a disputa da Taça Libertadores da América de forma simultânea, o Atlético-MG não entrou com muita competitividade dentro do Campeonato Brasileiro de 2013. O time mineiro enfrentava partidas duríssimas, com jogos no meio e nos finais de semana. Para conseguir equilibrar as ações da equipe, o então técnico Cuca, hoje no futebol chinês, colocava os jogadores titulares na Libertadores, e os demais ficavam por conta do Brasileirão.

Portando um elenco qualificado, o Atlético-MG, declaradamente, não era um candidato ao título. Mesmo após a conquista da Taça Libertadores da América, o Galo apenas aguardava a disputa do Mundial de Clubes em dezembro. Realizava partidas medianas, sempre faturando pontos dentro do Independência, seu caldeirão, mas perdendo partidas longe de seus domínios.

Sua melhor partida dentro do Campeonato Brasileiro foi contra seu maior rival, o Cruzeiro. Contando com um estreante em clássicos mineiros, o atacante Fernandinho, o Galo venceu a equipe celeste, que mais tarde, viria a ser campeão nacional, por 1 x 0. Mesmo com uma irregularidade visível dentro da competição, o Atlético-MG terminou na oitava posição com 57 pontos, conquistando 15 vitórias, 12 empates e 11 derrotas. Marcou 49 gols e sofreu 38.

O nome de 2013: Ronaldinho

O rapaz dispensa qualquer tipo de comentários. Ronaldinho Gaúcho foi fator decisivo no primeiro semestre de 2013. Sua genialidade, aliado a qualidade de craques como Diego Tardelli, Bernard, Victor, e os gols de Jô, levaram o Atlético-MG a conquista da Taça Libertadores da América diante do Olímpia (PAR).

Mas no Campeonato Brasileiro, a inconstância de time afetou o craque. R10 não era escalado com frequência para os jogos, principalmente, quando a equipe disputava a Libertadores de forma simultânea. Mesmo assim, foi artilheiro do time na competição com sete gols, junto com o atacante Diego Tardelli, que fez alcançou a mesma numeração.

No ano anterior...

Com um ano cheio de compromissos, o Atlético-MG estreou um novo treinador. Paulo Autuori chegou e prometeu manter a base deixada por Cuca, que deixou o clube para comandar o Guangzhou Evergrande (CHI). Trouxe não trouxe um número grande de jogadores, mas preferiu contar com alguns atletas que estavam emprestados, e integrar outros formados nas categorias de base do clube.

Com esta receita, o Atlético-MG disputou o Campeonato Mineiro simultaneamente com a Taça Libertadores da América, assim como fez em 2013. No estadual, classificou-se em segundo lugar na fase de classificação. Eliminou o América-MG nas semifinais com uma goleada por 4 x 1, e um empate, 1 x 1. Encarou na final seu grande rival, o Cruzeiro, mas não teve a mesma sorte do ano anterior. Com dois empates em 0 x 0, um no Independência, e outro, no Mineirão, o time celeste acabou campeão do estado por ter a vantagem de dois empates. A mesma que o Galo usufruiu em 2013.

Na Libertadores, o Galo vai bem, obrigado. Iniciou a competição no Grupo 4, junto com Independiente Santa Fé (COL), Nacional (PAR) e Zamora (VEN). Mesmo com uma campanha e atuações irregulares, o time mineiro obteve três vitórias e três empates, somando 12 pontos, e o Galo classificou-se em primeiro lugar.

Nas oitavas de final, o Atlético-MG vai enfrentar o Atlético Nacional (COL) em dois jogos. O primeiro será no dia 23, em Medellin, na Colômbia, e a partida de volta será no Independência, dia 30. O Galo ainda tem outro compromisso Sul-Americano. Disputara a Recopa Sul-Americana contra o Lanús (ARG) no segundo semestre em dois jogos. No Brasil, além da disputa do Campeonato Brasileiro, vai encarar a Copa do Brasil, no entanto, só vai disputar a competição a partir das oitavas de final.

Quem comanda: Paulo Autuori

(Foto: Bruno Cantini/Atlético Mineiro)

Paulo Autuori tem 57 anos. É nascido no Rio de Janeiro no dia 25 de agosto de 1956. Formado em Educação Física, Autuori diversas equipes pequenas até chegar ao Botafogo em 1986 e depois partir para trabalhar no futebol português. Tornou-se conhecido no futebol brasileiro em 1995, quando comandou o Botafogo, do infernal Tulio Maravilha, e conquistou o Campeonato Brasileiro do mesmo ano.

Após breve passagem pelo Benfica (POR), voltou ao Brasil e conquistou dois títulos pelo Cruzeiro. O Campeonato Mineiro e Taça Libertadores da América, ambos no ano de 1997. Passou por inúmeras equipes brasileiras e do exterior, onde chegou a ser técnico da Seleção Peruana entre 2003 e 2005, até chegar ao São Paulo em 2005, quando novamente faturou a Libertadores pelo tricolor paulista e o tricampeonato do Mundial de Clubes. Novamente, rodagem por times brasileiros e do exterior, quando finalmente foi contratado pelo Atlético-MG para substituir Cuca.

Quem decide: Jô

(Foto: Bruno Cantini/Atlético Mineiro)

Com um elenco repleto de bons jogadores, e um genial, que é Ronaldinho Gaúcho, ficaria difícil escolher apenas um jogador que tem o poder de definir. Entre todos eles, quem está em um melhor momento é . João Alves de Assis Silva nasceu em São Paulo, na capital paulista, em 20 de março de 1987. Tem 1,89m e pesa 70 kg. Foi artilheiro da Taça Libertadores da América de 2013 com oito gols, e do último Campeonato Mineiro, com sete. Com a camisa atleticana, já atuou 94 vezes e marcou 36 gols, segundo o site Galo digital.

O atacante começou a carreira prematuramente no Corinthians, onde foi lançado no time profissional em 2003, quando tinha apenas 16 anos. Foi negociado com o futebol russo em 2006 e só retornou ao Brasil em 2012, quando chegou ao Internacional. Na equipe gaúcha, Jô não apareceu bem e foi dispensado por indisciplina. Chegou ao Atlético-MG a pedido do então técnico Cuca.

Quem promete: Alex Silva

(Foto: Bruno Cantini/Atlético Mineiro)

Uma das proezas de Paulo Autuori nesta temporada de 2014, foi a promoção de vários jogadores das categorias de base ao time profissional. Com um grande número de garotos no elenco atleticano, quem mais se destacou foi o lateral direito Alex Silva.

Alex da Silva é natural de Nanuque, no interior de Minas Gerais, e completará 20 anos no próximo dia 15 de maio. Promovido ao profissional neste ano de 2014, após a uma bela participação na última edição da Copa São Paulo de Futebol Junior, Alex Silva apareceu apenas para compor elenco. Mas o jovem mostrou que poderia render muito mais. Com a escassez de jogadores para a lateral esquerda, o garoto foi escalado para atuar na posição em diversas oportunidades, inclusive na final do Campeonato Mineiro contra o Cruzeiro.

Sem sentir a pressão de chegar aos profissionais, acumulou atuações boas e seguras, que fizeram com o treinador Paulo Autuori e toda a torcida atleticana confiassem que este poderá ser um mais um jogador oriundo do clube alvinegro a se destacar.

O desafio

O maior desafio do Atlético-MG é reencontrar seu melhor futebol. Visto que este mesmo elenco protagonizou atuações inesquecíveis para o torcedor atleticano, o alvinegro sabe que estes jogadores podem render muito mais do que vem rendendo. Dentro do Campeonato Brasileiro, o Galo passou perto de conquistar a taça por diversas vezes, mas sempre ficou no quase. Com esta mesma equipe, todos esperam que o Atlético, finalmente, possa ser campeão do Brasil.

Avaliação VAVEL

Conforme escrever na seção anterior, o Atlético-MG tem um elenco bastante qualificado, com jogadores com uma capacidade técnica acima da média, e que podem render muito para o clube dentro de campo. Não seria errado dizer que o Galo vai disputar o título, como também chegará com muita qualidade para brigar por uma vaga entre os quatro melhores. Mas também, o fracasso pode bater na porta alvinegra, fazendo com que o clube fique entre os 10 melhores, como foi no ano passado.