Na noite desta quarta-feira (12), Atlético-MG e Cruzeiro disputarão o primeiro jogo da final da Copa do Brasil 2014, na Arena Independência inflamada pela torcida única de atleticanos, com requintes de o maior clássico já realizado entre as duas equipes. A partida terá início às 22h (de Brasília).

Rivais acima de tudo, as equipes mineiras vêm apresentado um futebol de auto nível desde 2013 e quebraram durante esse tempo algumas hegemonias de times de outros estados, sobretudo São Paulo e Rio de Janeiro, mas isso não as impediu que passassem por perrengues até chegar à final da competição de sistema mata-mata.

Discreto no início da Copa do Brasil, o Atlético-MG do treinador Levir Culpi começou a chamar a atenção nas oitavas de final quando passou sem muitas preocupações pelo Palmeiras, contudo foi nas quartas e semifinal, onde superou os limites da emoção e aplicou dois placares iguais (4 a 1) no jogo de volta contra Corinthians e Flamengo, respectivamente, que ficou mais que evidente a vontade do elenco atleticano em conquistar esse título inédito.

Por sua vez, o Cruzeiro comandado por Marcelo Oliveira está sendo um dos melhores – se não o melhor – time do Brasil desde 2013. Após conquistar o Campeonato Brasileiro do mesmo ano, a Raposa está encaminhando o bicampeonato em 2014, mas antes precisa mostrar sua força mais uma vez contra o Galo, talvez o único time do Brasil à altura de combatê-lo no momento.

Clima quente nos bastidores

Assim como em qualquer semana às vésperas de clássico em Minas Gerais, a que antecede o jogo tende a haver bastante confusão entre os mandatários Alexandre Kalil, do Atlético-MG, e Gilvan de Pinho Tavares, do Cruzeiro, e nos últimos dias não foi diferente, sobretudo quando à relação de carga de ingresso.

Para o jogo no Independência, Gilvan queria os 10% da carga de ingressos (2.300 ingressos), determinado pelo Regulamento Geral de Competições da CBF, para a torcida do Cruzeiro, porém a Polícia Militar de MG restringiu o número para 8% (1.871 ingressos), uma vez que tira lugares para aumentar a distância entre as duas torcidas e, consequentemente, aumentar a segurança.

Kalil, que não perde a chance de dar uma cutucada no rival, respondeu a opção da equipe celeste em um telefonema à ESPN e afirmou que está “cagando para a decisão do Cruzeiro” e logo depois desligou a ligação. Além do mais, a diretoria do Atlético-MG colocou os ingressos à venda logo depois da desistência do Cruzeiro pelas entradas.

Tardelli confessa que Galo deve ter surpresas e avisa: “A gente quer que o Cruzeiro sofra um pouquinho”

O treinador Levir Culpi deve escalar o Atlético-MG com alguma surpresa na escalação ou formação tática da equipe contra o Cruzeiro. Pelo o menos foi isso que Diego Tardelli confirmou em entrevista coletiva na Cidade do Galo.

Questionado sobre o treino fechado para a imprensa solicitado por Levir, realizado na tarde dessa terça-feira (11), Tardelli foi enfático na resposta e garantiu que haverá surpresa contra a Raposa.

O que você quer saber? Foi o rachão, com a vitória do vermelho. Nada demais. Mas amanhã [quarta-feira] vai ter surpresa”, disse o atacante.

Em seguida, o camisa 9 do Galo comentou sobre a expectativa do jogo contra Cruzeiro. “Se a gente puder fazer um bom jogo, um bom primeiro jogo, isso vai nos dar uma tranquilidade para o segundo, privilégio que nós não tínhamos quando jogávamos pela segunda vez e sempre precisávamos correr atrás do placar. Quero que o Cruzeiro sofra um pouquinho igual a gente nesses dois últimos jogos contra Corinthians e Flamengo”, finalizou.

Fábio quer time ligado para conquistar a primeira vitória no Independência

Reinaugurado em 2012, depois de passar por grandes reformas, o Independência virou o “caldeirão” do Atlético-MG. Lá, o time conquistou a Libertadores e ainda pode se gabar de nunca haver perdido para o Cruzeiro. Nessa terça-feira (11), o goleiro Fábio concedeu entrevista coletiva e ressaltou a força do rival dentre de seus domínios, mas acredita que a vitória pode vir.

Vejo de uma forma natural. A gente já tinha enfrentado o Atlético-MG em outras situações no Independência, na final do Mineiro, outras ocasiões também. Então, para nós, indiferente do estádio, a gente precisa jogar de uma forma positiva, eficiente, isso que a gente vem tentando fazer ao longo desta temporada. Agora, em uma decisão, mais que nunca é fundamental. Para nós não muda em nada. Cada um tem que ver o que é melhor para sua equipe. Nós temos que sobressair em cima de todas as dificuldades”, declarou.

O Cruzeiro, de fato, não tem levado muita sorte no Independência. Desde que foi reinaugurado, o time celeste empatou três vezes e perdeu quatro; cinco gols pró e onze contra. Fábio, entretanto, observou que o time celeste fez bons jogos no Horto, mas, por alguns detalhes, não saiu com a vitória.

Sempre os clássicos são decididos em detalhes. E nesses clássicos [no Independência] os detalhes foram a favor do Atlético-MG que, com méritos, conseguiu aproveitar. Mas o Cruzeiro conseguiu jogar bem essas partidas. No meu ponto de vista, só não fomos bem no primeiro jogo da final do ano passado, 3 a 0, resultado atípico, com uma expulsão no primeiro tempo. Nas outras partidas conseguimos jogar muito bem. Por um detalhe não conseguimos a vitória ou um resultado melhor”, concluiu.