Na tarde do domingo (30), após a derrota do Atlético-MG para o Coritiba por 2 a 1 no estádio Independência, o presidente Alexandre Kalil concedeu sua última entrevista coletiva à frente do time alvinegro e comentou sobre seu mandato, que teve início em dezembro de 2008 e termina na quarta-feira (3), quando Daniel Nepomuceno, atual vice e candidato único, será eleito pelo Conselho Deliberativo.

Polêmico como sempre, Kalil não deixou de provocar o rival na entrevista. Depois de vitórias épicas e heróicas nas quartas e semifinais da Copa do Brasil, o Atlético-MG foi coroado com o título da competição ao derrotar o Cruzeiro, maior rival do clube alvinegro, nos dois jogos da final. Ao ser questionado sobre, o presidente não mediu palavras e foi enfático ao dizer que o Galo ofuscou o bicampeonato do time celeste.

Pegamos dois títulos do Cruzeiro, batemos no liquidificador e jogamos no ralo”, disse. “Um filho de um amigo meu disse que daria os dois últimos títulos de Campeonato Brasileiro para sentir o gosto de vencer o Atlético num final de Copa do Brasil”, acrescentou.

Ainda no assunto, Kalil manteve a postura e criticou o planejamento do Cruzeiro para a final da Copa do Brasil ao afirmar que o arquirrival tentou diminuir a conquista da competição.

Eles mandaram diretor no sorteio de arbitragem, eu nunca vi. Sorteio ficou parado três horas porque queriam saber onde o Atlético ia jogar, concentraram três dias antes, fizeram trocar a camisa no dia, deram escalação errada. Essa brincadeira que saiu que eles tremem é verdade. Eles arrumaram essa bagunça. Nunca vi tanta trapalhada, parecia Didi, Mussum e Zacarias. Nunca vi tanta trapalhada”, avaliou.

Questionado sobre o título mais importante conquistado no clube mineiro e o legado que deixará, o presidente afirmou: “A Copa do Brasil é o título mais importante de Minas Gerais. E não fui eu que falei, foi a imprensa nacional. Aquela balançadinha de camisa foi uma das coisas mais gostosas que já vi no futebol. Dos títulos da minha gestão foi o melhor que já tive.

O que deixo de legado é que perdemos a vontade perder e ganhamos a vontade de ganhar. Essa é grande diferença do Atlético que peguei e do Atlético que entrego”, contou.

Perguntado sobre a maior decisão que já tomou à frente do Atlético-MG, Kalil disse que foi colocar o primeiro jogo da final da Copa do Brasil, onde o Galo venceu o Cruzeiro por 2 a 0, no Independência.

Essa [decisão] do Horto para jogar a final da Copa do Brasil, pelo tamanho do chocolate, não faz diferença. O principal é que isso aqui é clube de futebol. Acabou futebol de salão, vôlei, recreativo. Isso aqui vai ser base e futebol profissional. Essa é uma decisão pontual e de primeira sentada na cadeira”, explicou.

Por fim, Kalil garantiu que o Mineirão se tornou um “salão de festa” do clube, já que desde sua reinauguração, em fevereiro de 2013, foi palco de quatro título: Campeonato Mineiro e Libertadores, em 2013, e Recopa Sul-Americana e Copa do Brasil, em 2014.

O Atlético hoje tem uma casa e um salão de festas. Tem um dos cinco melhores CTs do mundo. Elenco que deu quatro, cinco bailes na Copa do Brasil”, concluiu.