As diferenças entre Caldense e Atlético-MG são gritantes em todos os quesitos, dentro de campo e fora dele. No entanto, é quando a bola que teremos o tira-teima desse confronto valendo pela final do Campeonato Mineiro, às 16h. O palco é o estádio Dilzon Melo, em Varginha, que se transformou neutro por questões regulamentares. A Veterana, apenas o empate lhe garante o título. Ao Galo, é vencer ou vencer.

A Caldense fez uma campanha que surpreendeu não apenas em Minas Gerais, mas no Brasil inteiro. Invicta e com um futebol de encher os olhos, a Veterana mostrou que é possível dar estrutura e montar um bom time munido de um orçamento bem enxuto. A folha de pagamento da equipe de Poços de Caldas não chega a 300 mil reais e o elenco tem tudo o que precisa para praticar um bom futebol. O resultado é a participação de Campeonato Mineiro de orgulhar a todos e visualizar dias melhores para um clube de 90 anos.

Por outro lado, o Atlético dispensa comentários da crítica especializada. Tem um dos melhores elencos do Brasil, um treinador experiente, além de uma estrutura física altamente elogiada no mundo do futebol. A folha de pagamento do jogadores e da comissão técnica ultrapassa os R$ 6 milhões. É com este cartaz que o Galo vai para cima da Caldense, sem ter feito uma campanha de orgulhar ao seu torcedor, mas soube ser decisivo e implacável na hora certa.  

A campanha da Caldense é de oito vitórias e seis empates. Marcou 18 gols e sofreu quatro. O Atlético, por sua vez, chegou a esta decisão com oito vitórias, três empates e três derrotas. Anotou 23 tentos e levou nove.

Mistério para levantar o bicampeonato mineiro

O técnico Léo Condé gostou do que viu no primeiro jogo no Mineirão. O empate em 0 a 0 ficou de bom tamanho para a boa atuação da Caldense e a vantagem decidir em casa atrelada ao título com apenas mais um resultado de igualdade. Por isso, o treinador manteve o mistério para escalar o time que entrará em campo neste domingo. 

Em princípio, o treinador manteve a base, só escalando o zagueiro Marcelinho na lateral direita na vaga de Jefferson Feijão, lesionado. Não pode-se dizer que seja um improviso, pois o jogador foi revelado pelo América-MG atuando nesta posição. Mesmo sem jogar no setor há um bom tempo, Marcelinho se saiu bem e cumpriu com o combinado.

No entanto, Jefferson Feijão está recuperado e reúne condições de jogo. Até a quinta-feira, Marcelinho estava no time titular, mas, no dia seguinte, quem jogou na lateral direita era Feijão, colocando o ponto de interrogação em que começará jogando contra o Galo. 

Nas demais posições, o time deverá ser o mesmo, com a formação de cinco homens no meio de campo e apenas Luiz Eduardo como centroavante. O jogador Jefferson Feijão vive a expectativa de jogar, mas sabe da concorrência na posição.

"Foi difícil ficar fora do primeiro jogo da final, até pela sequência que estava vindo e pela importância do jogo. Mas é ter a cabeça boa agora. Fiz a recuperação que tinha que fazer, treinei e não senti dores. Agora estou à disposição do professor pra ajudar a equipe", explicou.

Hora de acreditar: é vencer ou vencer

Como em tudo na vida, é necessário acreditar para conseguir. Para o torcedor do Atlético isso já está virando uma rotina. Novamente, o Galo terá que correr atrás para conquistar mais um título mineiro. Nas outras oportunidades, as missões eram mais difíceis, mas a hoje tem um brilho especial. Não é um time da mesma expressão que Corinthians, Flamengo ou qualquer outro que passou pelo caminho atleticano e se perdeu, mas é a Caldense, sem pompa e circunstância, mas impondo a mesma dificuldade, ou até maior.

Durante a semana, o técnico Levir Culpi quebrou a cabeça para montar o time que entrará em campo. Sem Guilherme, lesionado e com prazo de retorno indefinido, o treinador pode voltar com Leandro Donizete no meio ou manter o mesmo esquema inserindo outro jogador de criação para substituir Guilherme. 

O lateral-direito Marcos Rocha pode retornar. Caso Levir Culpi queira segurá-lo para o jogo contra o Internacional pela Copa Libertadores da América, Patric será mantido. Quem volta é Leonardo Silva. Presente nas últimas decisões que o Galo disputou, o zagueiro retorna ao time titular no lugar de Edcarlos. O defensor acredita que o Atlético deve dar tudo de si para buscar o título.

"Eles estão dando tudo que podem para conquistar o título. Nós vamos igualar na força e na raça. Vamos ter que dobrar a raça e a qualidade. A camisa não vai ganhar sozinha. Temos que superar esses fatores para sermos campeões", ressaltou.

O Atlético busca o 43º título mineiro; é o terceiro somente nesta década. A Caldense luta pelo segundo título, pois foi campeã em 2002.