Calmo e sereno, o gringo Diego Aguirre vai tentando convencer a torcida do Atlético-MG após cinco meses de trabalho. Embora tenha caído precocemente na Primeira Liga e perdido o Campeonato Mineiro, o time do comandante uruguaio fez boa campanha na fase de grupos da Copa Libertadores da América e, depois de passar pelo Racing nas oitavas de final, disputa com o São Paulo por uma vaga na semifinal da competição. Um trabalho que deixa os torcedores divididos com o Campeonato Brasileiro batendo à porta.

Apesar da epidemia de lesões que atingiu a Cidade do Galo neste começo de temporada, o técnico tem conseguido implementar suas ideias na mente dos jogadores e dar padrão de jogo à equipe, que atualmente atua em um 4-2-3-1. No entanto, o treinador vem recebido muitas críticas, principalmente, por abdicar do ataque quando está sofrendo investidas do adversário. Em muitos jogos de 2016, por exemplo, Aguirre deixou de ir pressionar o inimigo em busca de mais gols para colocar em campo um volante no lugar de um atleta do setor ofensivo e segurar a vantagem.

Contudo, não é somente o “recuar” durante o jogo que deixa a torcida incomodada com Diego: seu perfil é de um cara bem mais ponderado que os últimos treinadores do Atlético. Ou seja, menos “Galo Doido” e mais tranquilidade. É inegável que a torcida atleticana é uma das mais fanáticas do Brasil, e os últimos anos serviram para comprovar esta afirmação. Mas, embora reclame que tudo para o Galo tem de ser com sofrimento, ainda não se acostumou a um estilo de jogo que a faça padecer menos.

No Brasileirão, onde o Atlético não saber o que é gritar é campeão desde 1971, a situação não deve mudar. Entretanto, o futebol apresentado pelo time alvinegro nessa competição deve ser mais atraente em relação às partidas desses primeiros cinco meses de 2016. As novas contratações para a temporada já estão a todo vapor – a exceção do meia-atacante Carlos Eduardo, que ainda nem estreou –, assim como os jogadores que permaneceram de 2015.

Agora, se Ronaldinho Gaúcho foi quem brilhou em 2013 na conquista da Libertadores, o astro da vez é Robinho. O camisa 7 terminou o Campeonato Mineiro como artilheiro após marcar nove vezes no Estadual e é o grande destaque do Atlético. Não tem a arrancada feroz de outrora, mas a ousadia para aplicar um drible, uma pedalada, ainda é sua marca registrada. A experiência do menino Robson é outro recurso que o diferencia dos outros.

Além disso, alguns jogadores precisam mostrar realmente a que vieram. É o caso do atacante Clayton, que não conseguiu repetir as boas atuações que o consagraram no Figueirense. Apesar de haver começado bem, o meia Cazares caiu de rendimento e passou a esquentar o banco de suplentes. O também meia Carlos Eduardo, que mira recuperar seu bom futebol no Galo.

Portanto, são vários fatores que fazem do Atlético um candidato ao título do Brasileirão 2016. Um treinador capaz de liderar o time a essa sonhada conquista, jogadores de ponta, elenco fortíssimo e o mais importante: planejamento vindo da diretoria.