O Clube Atlético Paranaense, fundado em 26 de março de 1924, é um dos clubes mais tradicionais do estado do Paraná. Responsável pela revelação de jogadores de nome no futebol brasileiro, como o atacante Dagoberto, hoje no Vasco da Gama, o pentacampeão com a Seleção Brasileira, Kléberson, o meia Jádson, atualmente no Corinthians e Paulo Rink, ex-jogador brasileiro que se naturalizou alemão e jogou pela Seleção do país.
O ‘’Furacão’’, como é apelidado pela sua fanática torcida, tem em seu estádio, a Arena da Baixada, um verdadeiro caldeirão, onde os adversários sempre encontram dificuldades em enfrentar. Considerada a 13ª força do país (depois dos 12 grandes), o Atlético PR, principalmente do ano 2000 para cá, vem incomodando muito os adversários e se destacando positivamente no cenário nacional. Conheça um pouco mais sobre o rubro negro de Curitiba.
Campanha no Brasileirão 2014
Em 2014, o desacreditado e jovem time do Atlético PR surpreendeu a todos com o seu bom futebol e, comandado por Marcelo Cirino, atualmente no Flamengo, fez uma boa campanha, terminando a competição em 8º lugar. Com 54 pontos em 38 jogos, o time comandado por Claudinei Oliveira superou as dificuldades e alcançou um desempenho satisfatório no maior torneio nacional.
Inicialmente dirigido por Doriva, hoje técnico do Vasco da Gama, o Furacão passou por muitos altos e baixos na competição. Prejudicado pela briga entre torcidas na última rodada do Brasileirão de 2013, em partida disputada em Joinville, contra o próprio Vasco, o rubro negro perdeu 9 mandos de campo e foi condenado a atuar com os portões de sua Arena fechados por mais 4 partidas.
A instabilidade fez com que a diretoria demitisse Doriva e trouxesse Claudinei Oliveira, ex-Santos, para o seu lugar. O treinador acertou a equipe, mas não a tempo de brigar por uma vaga no G4. O Furacão terminou a competição na metade da tabela com 15 vitórias, 9 empates e 14 derrotas. Foram 43 gols marcados, contra 42 sofridos, saldo de +1.
Destaque do Atlético PR na competição, o atacante Marcelo Cirino chamou a atenção por suas boas atuações com a camisa rubro negra. Habilidoso e, principalmente, veloz, o atacante deixou a sua marca 6 vezes no Campeonato. Foram ainda 5 assistências. O camisa 7 foi alvo de dois dos maiores clubes do futebol brasileiro, Flamengo e Corinthians, e acabou indo para o rubro negro carioca.
Brasileirão de pontos corridos
Campeão Brasileiro em 2001, quando a competição ainda era disputada em formato classificatório com quartas, semi e final, o Furacão somou algumas boas e más participações desde 2003 (início da era de pontos corridos) até 2014. O destaque positivo vai para as temporadas de 2004, 2010 e 2013.
Em 2004, o Furacão terminou a competição como vice-campeão perdendo o título na última rodada para o Santos de Robinho. Foram 86 pontos em 46 partidas, com 25 vitórias, 11 empates e somente 10 derrotas. Em 2010, o Atlético terminou o torneio na 5ª posição, batendo na trave e por pouco não alcançando o G4. No ano de 2013, o G4 veio e com ele a classificação para a Libertadores de 2014.
O destaque negativo fica com as edições de 2006, 2008 e 2011. Em 2006 e 2008, o Furacão chegou na 13ª colocação, ficando na parte de baixo da tabela, e no ano de 2011, o rubro negro paranaense lutou contra o rebaixamento, terminando a competição na 17ª posição e sendo o primeiro time dentro da zona, caindo para a segunda divisão. Veja todas as campanhas do Furacão desde o início da era dos pontos corridos:
ANO | COLOCAÇÃO | PONTOS | JOGOS | VITÓRIAS | EMPATES | DERROTAS | CLASSIFICAÇÃO |
2003 | Série A (12º) | 61 | 46 | 17 | 10 | 19 | Neutro |
2004 | Série A (2º) | 86 | 46 | 25 | 11 | 10 | Libertadores |
2005 | Série A (6º) | 61 | 42 | 18 | 7 | 17 | Sul-Americana |
2006 | Série A (13º) | 48 | 38 | 14 | 8 | 16 | Sul-Americana |
2007 | Série A (12º) | 54 | 38 | 14 | 12 | 12 | Sul-Americana |
2008 | Série A (13º) | 45 | 38 | 12 | 9 | 17 | Sul-Americana |
2009 | Série A (14º) | 48 | 38 | 13 | 9 | 16 | Neutro |
2010 | Série A (5º) | 60 | 38 | 17 | 9 | 12 | Sul-Americana |
2011 | Série A (17º) | 41 | 38 | 10 | 11 | 17 | Rebaixado |
2012 | Série B (3º) | 71 | 38 | 21 | 8 | 9 | Acesso à Série A |
2013 | Série A (3º) | 64 | 38 | 18 | 10 | 10 | Libertadores |
2014 | Série A (8º) | 54 | 38 | 15 | 9 | 14 | Sul-Americana |
Destaques
Em uma equipe rejuvenescida, destacam-se a experiência do goleiro Weverton, há 3 anos no gol do Atlético e a juventude dos atacantes Dellatorre, 22 anos e Douglas Coutinho, com 21. O segundo com passagem recente pela Seleção Brasileira Sub-21.
No Atlético PR desde 2012, o goleiro Weverton se tornou um dos maiores ídolos da torcida do Furacão presentes no elenco atual. Formado no Corinthians, o camisa 12 conquistou a massa rubro negra com suas defesas, salvando a pele da equipe em muitas partidas. Hoje capitão, Weverton tem a missão de orientar o jovem time do Atlético no Campeonato Brasileiro
O atacante Dellatorre, de 22 anos, chegou ao Clube Atlético Paranaense em 2013. Demorou para que o jovem e veloz atleta se firmasse como titular. Autor de alguns golaços com a camisa rubro negra, foi emprestado ao Queens Park Rangers no início de 2014. O jogador ficou menos de 6 meses no clube até retornar ao Furacão, e hoje é peça fundamental no esquema do técnico Enderson Moreira.
Douglas Coutinho é a mais nova jóia da Arena Baixada. Cria das categorias de base, o jogador subiu para os profissionais em 2013, mas só teve chances no ano seguinte, na disputa do Campeonato Paranaense de 2014. De lá pra cá, o atleta de 21 anos somou gols e grandes atuações, chegando a marcar três vezes em uma só partida, até ser convocado por Alexandre Gallo para a Seleção Brasileira Sub-21.
Características da equipe
Com média de 22 anos, o jovem time do Atlético PR aposta muito na velocidade, principalmente de seu trio ofensivo, Marcos Guilherme, Douglas Coutinho e Dellatorre. A defesa, no entanto, é alvo de críticas por parte dos torcedores do Furacão, que enxergam uma necessidade de melhoria na posição
No meio campo, desde a saída de Paulo Baier no fim de 2013, o Atlético não tem um camisa 10 que chame a responsabilidade e arme o jogo de maneira inteligente. O jogador que mais se aproxima disso é o meia Marcos Guilherme, que ao contrário do que se espera, não tem a característica de prender a bola e pensar o jogo como um meia de criação clássico. Porém, sai bem para o jogo e chega mais na frente como elemento surpresa utilizando de sua velocidade.
O esquema de jogo mais usado pelo técnico Enderson Moreira é o mais tradicional, o 4-4-2, com dois laterais que buscam o apoio o tempo todo e dois volantes de forte poder de marcação. Os meias tem liberdade para armar as jogadas e encostar nos dois atacantes. A velocidade e os contra ataques são a principal arma do Furacão para surpreender seus adversários.
Planejamento para 2015
A expectativa dos torcedores do Furacão é a mais baixa possível, o que não quer dizer que o sempre ‘’enjoado’’ time do Atlético PR não possa surpreender mais uma vez, assim como fez em 2013. Naquela ocasião, o desacreditado time rubro negro alcançou a 3ª posição na tabela e consequentemente a classificação para a Libertadores da América do ano seguinte.
Na mesma temporada, o time comandado por Vagner Mancini chegou a decisão da Copa do Brasil, mas acabou sendo derrotado pelo Flamengo e ficando com o vice-campeonato. Os torcedores do Furacão esperam que a jovem equipe de 2015 possa repetir o feito que a igualmente jovem equipe de 2013 obteve e traga bons resultados neste ano.
Pelo elenco e as opções que tem o Atlético, uma vaga na Sul-Americana estaria de bom tamanho para o rubro negro paranaense. Temendo que o fraco desempenho no Campeonato Paranaense irá afetar também a participação do clube no Brasileirão, a torcida hoje tem o pé atrás com o time comandado por Enderson Moreira, e torce apenas para que o Furacão não repita 2011 e caia novamente para a Série B.
Arena da Baixada
O Estádio Joaquim Américo Guimarães, ou Arena da Baixada, foi inaugurado oficialmente em 1914. Depois de reformas, ganhou nova cara em 1999 e posteriormente em 2014, quando sediou 4 partidas da 1ª fase da Copa do Mundo FIFA, realizada no Brasil.
Com capacidade para 42.372 espectadores, o ‘’Caldeirão do Diabo’’, como é chamado pelos torcedores, foi sempre a principal arma do Atlético PR em competições nacionais e internacionais. Se valendo muito do fator casa, o Furacão alcançou um título de campeão brasileiro em 2001 e um vice da Libertadores em 2005.
Considerado pelos adversários como um dos estádios mais difíceis de serem jogados no Brasil, o Atlético faz da Arena da Baixada seu ‘’alçapão’’ e se aproveita disso para meter medo em seus rivais e conquistar as vitórias.
FICHA TÉCNICA
Nome: Clube Atlético Paranaense
Fundação: 26 de Março de 1924
Mascote: Cartola
Títulos: 22 Campeonatos Paranaenses ( 1925, 1929, 1930, 1934, 1936, 1940, 1943, 1945, 1949, 1958, 1970, 1982, 1983, 1985, 1988, 1990, 1998, 2000, 2001, 2002, 2005 e 2009)
2 Copas Paraná (1998 e 2003)
6 Torneios Início do Paraná (1936, 1947, 1955, 1958, 1987 e 1988)
1 Seletiva para a Libertadores (1999)
1 Campeonato Brasileiro da Série A (2001)
1 Campeonato Brasileiro da Série B (1995)
Campanha no Brasileirão 2014: 8ª lugar (J – 38, PG – 54, V – 15, E – 9, D – 14, GP – 43, GC – 42, SG - +1, % - 47)
Expectativa para o Brasileirão 2015: Vaga da Sul-Americana; Se manter na Série A