Nesta quarta-feira (01), aproveitando o momento ruim do adversário e o ótimo aproveitamento na nova Arena da Baixada, o Atlético Paranaense derrotou o São Paulo, e de quebra aumentou um tabu histórico: agora, são 34 anos desde a última vez que o Tricolor levou a melhor jogando nos domínios do Furacão.

Desde a inauguração do primeiro 'caldeirão', em 1999, nenhuma vitória. O placar de 2 a 1 foi construído por Gustavo e Marcos Guilherme a favor dos donos da casa, e numa falha do goleiro atleticano, Centurión marcou pelos visitantes. Com o resultado, o Furacão deixa pra trás o rival desta quarta-feira e é o quarto colocado do Brasileirão, enquanto a equipe paulista cai para a 6ª colocação. 

Jogando melhor, Atlético-PR abre o placar no final do primeiro tempo

No início da partida, panorama natural considerando que os dois lados precisavam dos três pontos: nervosismo por parte dos jogadores, pouca troca de passes incisivos e muitos duelos físicos. A partir dos 15 minutos, porém, o cenário mudou e as chances começaram a aparecer; primeiro foi a vez dos anfitriões, que assustaram quando Rogério Ceni espalmou o bonito chute de Ytalo. Na sequência, a resposta de Alexandre Pato, que atuou mais solto, caindo pelo lado esquerdo e deixando a área do oponente sem uma referência, recebeu na intermediária, passou por dois marcadores e bateu colocado, rente à meta do goleiro Weverton. O lá e cá continou e Hernani, do Atlético, e Michel Bastos, do São Paulo, também finalizaram com certo perigo.

Neste ponto, já era visível uma das estratégias dos donos da casa: as combinações pelo flanco direito do gramado. Marcos Guilherme (meia) e Eduardo (lateral) naturalmente ocupavam tal faixa do campo, mas os recuos diagonais de Walter e a aproximação do volante Otávio garantiam a superioridade numérica pelo setor. Carlinhos e Michel Bastos pouco podiam fazer para combater e parecia iminente uma boa oportunidade saindo por ali.

O Tricolor, por outro lado, procurava Paulo Henrique Ganso, camisa 10, cobrado tanto pela torcida quanto por Juan Carlos Osório, flutuava entre as duas primeiras linhas de marcação adversárias e na primeira etapa teve bastante a bola, mas os companheiros não ajudavam, faltava infiltração pelo centro e os laterais não apoiavam tanto, resguardando a defesa em caso de contragolpe do Furacão. 

Com 35 minutos no relógio, o primeiro gol da noite. Nikão sofreu falta na intermediária e o próprio levantou com categoria para balançar as redes o zagueiro Gustavo, que momentos antes havia tirado uma bola na linha de sua área. Mais do mesmo na reta final e a emoção ficou reservada para o período final.

Weverton falha, mas Atlético-PR mantém superioridade e vence São Paulo

Na volta do intervalo, quem começou mais forte foi o Atlético. Com a distância entre os setores encurtada e a maior participação dos homens de frente, ameaçava chegar mas parava na própria empolgação , até o minuto 13. Em bola recuperada na direita (o foco do técnico Milton Mendes desde o início do embate), Hernani lançou em profundidade para Walter cruzar e Marcos Guilherme, com classe, literalmente deixar a bola bater no pé dele, deslocar Rogério Ceni e ampliar o marcador: 2 a 0. A partir daí, completo domínio dos donos da casa.

Ao contrário do habitual, Natanael ficou mais recuado e praticamente formou uma linha de três com a dupla de zaga, enquanto Eduardo se alinhava aos meias/volantes Otávio e Hernani - que ditavam o ritmo do confronto. Com a ótima recomposição defensiva das peças mais ofensivas, ficava difícil para o desentrosado conjunto tricolor fazer alguma coisa. 

Imprimindo uma velocidade incrível na transição da defesa para o ataque, os anfitriões ainda chegaram com finalizações em sequência de Otávio, Natanael e Ytalo, por cima, nas mãos do goleiro e parando no travessão, respectivamente. A situação das duas equipes dava a impressão de que só um milagre faria com que o São Paulo apresentasse perigo, e foi quase isso. Weverton, arqueiro do rubro-negro, foi sair jogando curto com Kadu e acabou provocando um desastre, fazendo com que a bola fosse parar nos pés do recém-substituído Centurión, que o deixou no chão e descontou.

O time comandado pelo eterno interino Milton Mendes até teve a posse do minuto 30 pra frente, mas não tinha jeito, a compactação - vertical e horizontal - e a disposição demonstrada pelo Furacão garantia que praticamente nenhum espaço se abrisse no último terço e a válvula de escape foram as inversões longas, outra tática sem sucesso. Não era o dia de um e era uma ótima atuação de outro. Fez-se a "justiça" e o placar foi fechado em 2 a 1. 

Na próxima rodada, o Atlético viaja para Minas Gerais para enfrentar o Cruzeiro no Mineirão, em jogo marcado para as 21h de sábado (04). Por sua vez, o São Paulo tenta se afastar da crise - ou o princípio dela - diante do Fluminense, no Morumbi, às 16h do domingo (05).