Apesar de representarem as duas maiores forças do estado do Paraná, Atlético-PR e Coritiba não se enfrentam em uma final de Campeonato Paranaense desde 2013. Na ocasião, atuando com seu time sub-23, o Furacão foi superado pelo Coxa, que contava com o retorno do ídolo Alex após anos no futebol turco.

Desde então, o Atlético seguiu apostando em uma equipe alternativa para uma melhor preparação do elenco principal, algo que mudou no ano de 2016. A pressão por títulos, aliada ao tabu contra o rival, o qual não vence desde o primeiro turno do Brasileirão de 2014, foram alguns dos fatores que estimularam a mudança de pensamento.

Do lado do Coritiba, que já venceu o Atlético neste ano (2 a 0, Arena da Baixada, no primeiro turno do estadual), também existe uma certa pressão por conquistas. A última foi, exatamente, a citada no primeiro parágrafo desse texto. Desde então, sofreu com derrotas para Maringá, na semifinal em 2014, e Operário, na decisão do ano passado. Enfrentar o Atlético, neste domingo, na casa do rival, pode ser a chance de encaminhar mais um título e manter a escrita recente no clássico.

Atlético sofre com importantes desfalques para o primeiro jogo da final

O duelo da última semana, contra o Paraná Clube, pela semifinal, deixou algumas marcas indesejadas no rubro-negro paranaense. Vinícius, principal articulador do time, sofreu uma lesão muscular logo nos primeiros minutos de partida e está fora do jogo de hoje. Pablo deve ser seu substituto. Além dele, Otávio, maior ladrão de bolas do Brasileirão 2015, também fica de fora após expulsão no último domingo, tendo Deivid como seu suplente. Por fim, André Lima, artilheiro da equipe no ano, é outro que fica de fora por suspensão. Nesse caso, Walter é quem joga.

A frente do Furacão desde março, após a saída de Cristóvão Borges, Paulo Autuori falou sobre as expectativas para a final do campeonato estadual.

“A equipe merece (estar na final) porque cresceu em alguns aspectos, não tanto quanto gostaríamos, mas cresceu principalmente no aspecto mental, como tenho batido muito. Eles são, além de jogadores, competidores. Não é apenas qualidade técnica que vai fazer a diferença, é ser competitivo. Conhecemos jogadores de muita qualidade técnica, mas que não têm o nível competitivo para o futebol que hoje se joga e é exigido. Acho que melhoramos um bocado”, disse o comandante.

Ao falar sobre o rival, Autuori foi mais econômico, mas não deixou de destacar a evolução da equipe comandada por Gilson Kleina no decorrer do ano. “É um jogo complicado, em qualquer circunstância. Falo pouco de adversários, mas acho que eles cresceram na competição, o Kleina ajustou bem a equipe. Isso é o máximo que vou falar. A minha preocupação é com o Atlético-PR e em como vamos enfrentar esse difícil adversário e nos preparar para isso”, concluiu.

Dudu, Juan, Ceará: desfalques também incomodam o Coritiba

Gilson Kleina também ganhou alguns problemas para montar sua equipe para o clássico. Com lesão muscular, Juan, que vinha em ótimo momento na equipe titular, não participará da partida de hoje. Já Dudu, boa opção entre os suplentes, também fica de fora, com uma entorse no joelho. Completa a lista de desfalques o lateral-direito Ceará, que já havia ficado de fora do segundo jogo da semifinal, contra o PSTC. Assim, Reginaldo mantém-se no time.

O técnico Gilson Kleina foi mais enfático ao falar sobre o rival, destacando pontos positivos do trabalho de Paulo Autuori. Para ele, a forma de jogar aliada a uma boa estrutura de trabalho podem ser um diferencial para a final.

“O Paulo mudou a forma do Atlético-PR jogar. Ele está colocando jogadores experientes, cadenciando mais o jogo. Hoje o nosso rival tem uma estrutura que é falada por todos do futebol e isso faz a diferença. Não tem jogo fácil, ainda mais em Atletiba, onde tudo aflora e cada um vai defender com unhas e dentes. Vamos jogar com a alma e eles também”, disse Kleina.

Ao falar sobre seus comandados, Kleina enalteceu a intensidade do trabalho, dizendo que um título estadual poderia coroar o bom início de ano.

“No Coritiba nós fizemos de tudo para chegar a esse momento. É viver esse momento, mas saber executar. A cada jogo que passa a gente está resgatando o nosso torcedor, a força, o orgulho e a química. Se der tudo certo e alcançarmos esse objetivo você consolida um trabalho que está sendo bem feito”.

Para finalizar, o comandante falou sobre Kléber, que já acumula 13 gols no Paranaense (artilheiro da competição), destacando a vontade, a disciplina e a inteligência do atleta.

“Sempre achei ele difícil de marcar. Ele aguenta o contato, é um goleador, mas não sabia que ele tinha tanto recurso. Ele é um jogador inteligente e é a nossa referência. Eu vejo o brilho nos olhos dele, ele quer ser vencedor, quer construir uma história e está conquistando o torcedor do Coritiba a cada dia. Nosso grupo tem várias situações e ele passa a ser um exemplo”.

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