A Chapecoense jogou, nesta noite de quinta-feira (14), contra o Princesa de Solimões, pela Copa do Brasil. Após ter vencido por 1 a 2 em Manacapuru, foi a vez dos amazonenses percorrerem mais de cinco mil quilômetros para tentarem uma virada no placar. E estiveram perto.

No geral, a partida serviu para a avaliação dos jogadores reservas da Chapecoense, que tinham a chance de mostrar sua qualidade em um tempo maior do que apenas os minutos que restam do segundo tempo. E, ao meu ver, podemos tirar duas conclusões: a primeira é que estamos muito bem servidos de goleiros; a segunda é que anda faltando controle emocional.

Marcelo Boeck fez um jogo e tanto. O arqueiro, que passou boa parte da carreira em Portugal, mostrou o motivo pelo qual foi escolhido pela diretoria do Verdão. Com a deficiência na marcação pelo lado direito na primeira etapa e a desvantagem numérica na segunda etapa, restou ao gaúcho salvar o alviverde nas diversas oportunidades do Princesa de Solimões. No lance do pênalti, foi decisivo e não deu chances para Michell Parintins (que, convenhamos, não bateu bem). O fato é que Boeck trouxe ainda mais segurança e experiência para a posição, que já contava com Danilo, absoluto na titularidade, e Nivaldo.

Se o goleiro brilhou, o antagonismo ficou por conta de Marcelo e Claudio Winck, protagonistas de cenas de violência gratuita e desnecessária. No primeiro lance, o zagueiro travou o avanço de Parintins, que escapava na entrada da área alviverde. Além de feio, o lance denunciou o mau-posicionamento do zagueiro, que se utilizou de um último recurso para evitar o empate dos amazonenses.

Porém, o que não dá para entender foi a intenção do lateral da Chape ao dar uma solada no jogador do Princesa. E o detalhe: na zona da defesa dos visitantes. Winck saiu vaiado de campo e com razão. Além de prejudicar a equipe com a segunda expulsão, mostrou outra faceta problemática desta equipe que não anda bem das pernas desde março: a emocional, principalmente diante da impotência da equipe em determinadas situações.

E por fim, fica a menção de honra ao Princesa do Solimões, que veio de longe para disputar a vaga na segunda fase. Valente, os amazonenses mostraram força e deu trabalho para Chapecoense. E, para o time alviverde, foi como se encarar em um espelho que reflete o passado de luta para crescer no cenário nacional.

E não é só uma luta contra as próprias limitações, mas contra o calendário irregular (o Campeonato Amazonense só começa em meados de agosto), a falta de dinheiro que limita até o número de camisas para as partidas, forçando lavagens em pias de banheiro no intervalo para tirar manchas de sangue, e os extremos que se chega para jogar grandes competições.

Não é fácil ser um clube pequeno no Brasil; ao Princesa, minha admiração.