As 258 cadeiras arrancadas do setor destinado aos visitantes na Arena Corinthians, durante o primeiro clássico entre o Timão e o Palmeiras no estádio, ainda podem render muitos prejuízos aos dois times. Apesar do estádio pertencer ao Corinthians, as cadeiras serão pagas pela diretoria do Palmeiras, por conta de acordo firmado entre as diretorias para as novas arenas dos dois clubes.

Para o Superior Tribunal de Justiça Desportiva, no entanto, este "acordo de cavalheiros" não é o suficiente para encerrar o caso. O STJD, através de sua procuradoria, abriu uma denúncia não só contra o Palmeiras, mas também contra o Corinthians, que era o mandante da partida. O artigo desrespeitado foi o 213: "deixar de tomar providências capazes de previnir e reprimir desordens em sua praça de desporto".

Para a procuradoria, nenhum dos dois times tomou as medidas necessárias para evitar a depredação das cadeiras da Arena. De acordo com o STJD, os dois rivais podem ser punidos com multa de até R$ 100 mil e também podem ser penalizados com perdas de mando de campo. Corinthians e Palmeiras podem ficar até 10 jogos longe de seus estádios, se assim decidir o Tribunal em julgamento que ainda não teve sua data divulgada.

O clássico esteve cercado de muita tensão desde o início. Para evitar transtornos e confusões no metrô, os palmeirenses tiveram que chegar à Arena quatro horas antes do jogo e foram instruídos a caminhar por quatro quilômetros para não descerem na mesma estação dos corinthianos. Escoltados pela Polícia, os alviverdes usaram máscaras para "não se contaminarem com o ar de Itaquera".

Em campo, após a vitória alvinegra por 2 a 0, uma pequena parte da torcida do Palmeiras não só quebrou as cadeiras como ainda debochou do fato. Alguns ironizavam com gritos de "bota na conta do Nobre", referindo-se ao acordo entre o Presidente do Corinthians, Mário Gobbi, e o do Palmeiras, Paulo Nobre. A diretoria palmeirense, após vistoria, se comprometeu a pagar R$ 45 mil ao Timão, preço correspondente as mais de 250 cadeiras quebradas.