Vinte minutos. Foi esse o tempo de que o Corinthians precisou para transformar o clima tenso que rondava a equipe, em festa; para despachar a crise e fazer as pazes com a torcida; para espantar a zebra e garantir a classificação para as quartas de final da Copa do Brasil. Na noite desta quarta-feira (3), jogando em sua Arena, o Timão passou por cima do Bragantino e, com uma vitória por 3 a 1 seguiu em frente no torneio.

Depois de perder por 1 a 0 em Cuiabá, no jogo de ida, o Timão não tomou conhecimento do Massa Bruta e tratou de resolver rápido o problema criado no centro-oeste brasileiro. Aos três minutos, a vantagem bragantina já havia sido anulada. Aos 15, o clube da Capital já virava o placar agregado do confronto. Aos 19, já ampliava a vantagem.

Com o 3 a 0 no placar e a classificação nas mãos, o Corinthians relaxou e administrou a vitória até o fim. Em alguns momentos, pressionou. Em outros, teve que conter o ímpeto do Bragantino. De todo modo, foi uma classificação conquistada sem grandes sustos e, o que talvez seja mais importante, com uma boa atuação, ainda que o Braga tenha descontado no fim.

Agora, o Timão aguarda o seu adversário nas quartas de final da Copa do Brasil, que será conhecido nesta quinta-feira (4), quando Atlético-MG Palmeiras decidem a última das oito vagas na próxima fase. Na partida de ida, disputada no Estádio do Pacaembu, o Galo venceu por 1 a 0 e, agora, joga pelo empate. O Verdão avança com qualquer vitória, exceto pelo placar mínimo, que forçaria uma disputa por pênaltis.

No entanto, o Corinthians volta agora as suas atenções para o Campeonato Brasileiro, já que o jogo de ida pelas quartas de final acontece apenas no  fim do mês de setembro. O Timão encerra neste domingo (7) a sua campanha no primeiro turno do Brasileirão, em Santa Catarina, contra o Criciúma. Um dia antes, no sábado (6), o Bragantino abre o returno da Série B contra o Náutico, na Arena Pernambuco.

Em 20 minutos, Corinthians espanta a zebra e encaminha classificação

A fase não era das melhores. Os resultados ruins, os desfalques, os problemas extracampo e as primeiras reações negativas da torcida levavam o Corinthians a flertar com a crise. Um cenário perfeito para a zebra, ainda mais depois da vitória por 1 a 0 no jogo de ida, dar as caras mais uma vez. Quando a bola rolou, entretanto, os azarões do interior não tiveram qualquer chance de segurar a vantagem por muito tempo.

O relógio marcava pouco mais de três minutos de jogo quando o Corinthians ensaiou uma boa jogada através de uma rápida troca de passes. Romarinho recebeu, avançou e notou Renato Augusto entrando na área. O meia recebeu o cruzamento e, sem deixar a bola cair, bateu firme para abrir o placar e anular a vantagem construída pelo Massa Bruta na partida de ida.

A superioridade técnica do Corinthians ficou evidente nos minutos iniciais, bem como o sucesso da formação escalada pelo técnico Mano Menezes, com três atacantes. Principalmente pelo lado direito e contando com o bom desempenho da dupla Romero e Romarinho, o Timão criou boas jogadas, não deu chances para o sistema defensivo do adversário e só não ampliou a vantagem logo na sequência por falta de capricho no último passe.

A filosofia de adotar uma postura ofensiva e não jogar na retranca, inicialmente pensada por PC Gusmão para o Bragantino, foi por água abaixo com o primeiro gol. Com a vantagem perdida, o Leão evitou sair para o campo de ataque e se preocupou em, na medida do possível, fechar os espaços lá atrás para evitar que o toque de bola envolvente dos donos da casa se aproximasse da meta interiorana.

A estratégia, apesar de frágil, deu certo por um tempo. O Corinthians tinha o controle da bola, mas encontrava alguma resistência dentro da grande área. Foi então que apareceu uma arma pouco usada pelo clube na temporada: o jogo aéreo. Aos 15 minutos, Renato Augusto cobrou escanteio e Ralf, completamente desmarcado, testou firme para marcar o gol que já daria a classificação aos donos da casa.

O bom início inflamou o ótimo público presente na Arena Corinthians e agitou o time também dentro de campo. Cinco minutos depois do segundo gol, o Timão aproveitou uma nova bobeada da zaga bragantina para, no jogo aéreo, encaminhar a sua classificação. Após novo cruzamento de Renato Augusto, foi a vez de Felipe, que ganhou uma oportunidade com a convocação de Gil para a Seleção, cabecear e anotar o terceiro.

Com a vaga nas quartas de final bem encaminhada, o Corinthians diminuiu consideravelmente o ritmo do jogo. Aos 27 minutos, Romarinho, de calcanhar, desperdiçou a última boa chance do time na etapa inicial. Dali em diante, foi o Bragantino quem se aproximou mais da meta adversária e levou perigo em algumas oportunidades. Principalmente no jogo aéreo, o Massa Bruta tentou diminuir, mas, não chegou a pressionar os donos da casa.

Segundo tempo morno sacramenta a vaga do Corinthians

O segundo tempo seguiu quase que integralmente o ritmo do fim do primeiro: em alguns momentos, o Bragantino foi melhor, chegando às vezes a exigir boas defesas do goleiro Cássio. Em outros, o Corinthians intensificou um pouco o ritmo e esfriou o ímpeto do adversário. Em todo caso, o Massa Bruta não ameaçou, em nenhum momento, a classificação do clube da Capital.

Sem criatividade e com sérias limitações técnicas, o Bragantino não conseguia furar o bloqueio do time do Corinthians. Assim, a alternativa encontrada para tentar diminuir a desvantagem e, quem sabe, ameaçar a classificação dos donos da casa, foi chutar de longe. E foi nos chutes de longa distância que o Braga conseguiu dar algum trabalho para o goleiro Cássio.

O arremate de Geandro, aos 11 minutos, foi o mais perigoso do Braga na partida. O volante arriscou de muito longe e mandou no cantinho, dando trabalho para o arqueiro corinthiano. O mesmo Geandro ainda voltaria a assustar com chutes de fora da área em outras duas oportunidades. No mais, o Massa Bruta insistiu pelo lado esquerdo e foi facilmente contido pelo sistema defensivo adversário.

O Corinthians, por sua vez, apostou em saídas rápidas no contra-ataque, contando sempre com a velocidade de Romarinho. No entanto, o problema que já havia sido encontrado no primeiro tempo - falta de capricho no último passe - impediu não só o quarto gol, como também que o Timão ao menos desse um chute a gol. Assim, o jogo seguiu em ritmo morno até o fim e o Corinthians não teve sua classificação ameaçada. Antes do fim, no entanto, Geandro cobrou falta e Guilherme Mattis resvalou de cabeça para marcar o último gol do Bragantino no torneio.