Ao justificar o onze inicial para uma partida tão importante, o técnico do Corinthians, Mano Menezes, já dizia: "Luciano é um jogador para o segundo tempo". Pois nesta quarta-feira (8), o atacante comprovou a tese do treinador e, minutos após entrar em campo, marcou o gol da vitória alvinegra por 1 a 0 sobre o líder Cruzeiro, em pleno Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro.

No primeiro tempo, o Cruzeiro tomou a iniciativa e controlou a posse de bola, mas não conseguiu furar o sistema defensivo do alvinegro paulista, que soube armar as jogadas no momento certo e também levou perigo. No segundo tempo, o Timão conseguiu jogar de igual para igual e, com a estrela do talismã de Mano Menezes, chegou ao gol da vitória.

Com a vitória, o Timão chegou aos 46 pontos e subiu temporariamente para o quinto lugar, com a mesma pontuação do Grêmio. Se o Atlético-MG não vencer o Fluminense nesta quinta (9), os paulistas seguem em quinto. Já a Raposa, segue na ponta com 56 pontos. Caso o Inter vença a Chapecoense, a diferença para o vice-líder volta a ser de seis pontos. Caso contrário, cairá apenas para sete.

As duas equipes voltam a campo no fim de semana para mais uma rodada do Brasileirão. No sábado (11), o Corinthians enfrenta o Botafogo na Arena da Amazônia, em Manaus. No domingo (12), o Cruzeiro vai ao Rio de Janeiro enfrentar o Flamengo.

Cruzeiro é melhor, mas Corinthians assusta no primeiro tempo

Líder do campeonato, dono do melhor ataque, jogando em casa e enfrentando um adversário conhecido por mais defender que atacar, o Cruzeiro naturalmente esteve mais presente no ataque no primeiro tempo. A Raposa aproveitou a formação mais defensiva do Corinthians para iniciar as jogadas em seu campo de ataque e explorar diferentes formas de se aproximar da meta de Cássio.

O sistema defensivo do Timão, todavia, impediu que os mineiros fossem muito bem sucedidos em sua estratégia. Os paulistas fecharam bem os espaços, não se descuidaram e conseguiram afastar a maioria das bolas que se aproximaram da área, seja pelo chão, seja pelo alto. Por outro lado, nem sempre foi possível evitar que os cruzeirenses arriscassem.

Em geral, as chances dos donos da casa apareceram na região da entrada da grande área, onde por várias vezes apareceram jogadores do Cruzeiro livres para tentar abrir o placar em chutes fortes: Willian, em rebote, mandou por cima. Marcelo Moreno, após boa jogada, fez Cássio trabalhar. Marlone, praticamente na risca da grande área, tirou tinta do travessão. A vocação ofensiva do Cruzeiro, no entanto, combinava com a estratégia do Corinthians de esperar o momento certo para atacar.

A atuação apagada do paraguaio Ángel Romero, que tinha justamente a função de puxar as jogadas no meio de campo, reduziu um pouco a criatividade dos visitantes. Coube a Renato Augusto armar as jogadas e fazer a ponte entre o campo de defesa e o ataque. Nos primeiros minutos, no entanto, a distância excessiva entre esses dois setores do campo impedia o Corinthians de chegar. Fábio Santos arriscou de muito longe e, nos 30 minutos iniciais, foi só.

No terço final do primeiro tempo, o Timão melhorou. Em linda cobrança de falta, Renato Augusto acertou o travessão e deu o cartão de visitas de uma pequena pressão ensaiada pelo Corinthians nos últimos minutos. Usando muito do jogo aéreo, o alvinegro deu trabalho para os zagueiros cruzeirenses, especialmente aos 40 minutos, quando Anderson Martins cabeceou com perigo. O saldo do primeiro tempo, em suma, foi o de um Cruzeiro melhor, mas de um Corinthians que mostrou  suas armas para tentar surpreender.

Luciano entra e marca o gol da vitória

O Corinthians equilibrou as ações no segundo tempo da partida. Conseguiu segurar um pouco mais a posse de bola, diminuiu a distância entre defesa e ataque, criou mais e, ao mesmo tempo, afastou o adversário do seu campo de ataque. O Cruzeiro ainda criava, mas não dominava. O Timão, no entanto, ainda sofria com a falta de sintonia de Romero, que não conseguia puxar os ataques, levar a bola até a grande área adversária.

Com isso, Mano Menezes achou que era hora de fazer a substituição que tem tido um bom aproveitamento nos últimos jogos. Entendendo o problema do ataque do Corinthians como essa arrancada pelo lado direito, ele sacou Romero e colocou Luciano aos aos 15 minutos. Aos 28, o Timão puxou ataque rápido em roubada de bola de Petros e a bola chegou justamente em Luciano que, com calma, tocou no canto direito de Fábio para abrir o placar.

O gol era tudo o que o Corinthians precisava para voltar a privilegiar o seu sistema defensivo. A eficiência na marcação persistiu e o Cruzeiro, até um pouco surpreso pela primeira derrota em casa para um time de fora de Minas no torneio, pouco assustou, pouco chegou. Os alvinegros adiantaram um pouco a marcação para evitar até que os chutes de fora da área ameaçassem a meta de Cássio e deu certo. Os mineiros até assustaram, mas foi raro.

Jogando com o relógio ao seu lado, o time paulista valorizou a posse de bola e manteve uma partida que, taticamente, beirou a perfeição. Do gol até o fim do jogo, o Corinthians só vacilou uma vez, aos 34 minutos, quando Marcelo Moreno apareceu livre na área e, em uma conclusão até semelhante à do gol de Luciano, esteve muito perto de empaatar o jogo.

Daí para frente, foi só na base da bola aérea sem muita direção. Isso até deixou a vida dos corinthianos mais fácil na missão de segurar o resultado, mas, no último lance do jogo, um vacilo de Luciano deixou Dagoberto livre para cabecear com perigo. A bola, que passou muito perto da trave esquerda de Cássio, sacramentou a vitória alvinegra.

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