A tarde de sábado foi de decisão em Itaquera. A partida dita por mais equilibrada das fases finais teve muito mais tensão do que o esperado. Contra uma Ponte Preta mandando no jogo na primeira etapa, tendo até um gol mal anulado, o Corinthians acordou e reagiu no segundo tempo. Renato Augusto aliviou a torcida e classificou o Timão para a semifinal do Paulista.

Com a vitória, o alvinegro da capital espera Palmeiras ou São Paulo. Caso os dois vençam no tempo normal, o Verdão será o adversário. Caso o Tricolor passe nos pênaltis e o Palmeiras nos 90 minutos, o time do Morumbi é o rival. Antes desse jogo, no entanto, o Corinthians recebe o San Lorenzo, em Itaquera, na próxima quinta-feira (16), para, enfim, garantir a vaga na próxima fase da Libertadores.

O time de Campinas agora volta suas atenções para o Brasileirão. Com a vaga garantida na Copa do Brasil, só retorna aos gramados no dia 10/05, quando vai à Porto Alegre enfrentar o Grêmio na estreia da competição.

Macaca joga bem e assusta 

A festa que a torcida corinthiana fez na entrada e no início do jogo foi linda. Pressão típica que faz da Arena um verdadeiro caldeirão. Só que o apito inicial do juíz mostrou que todo aquele abafa não fez efeito no time de Campinas e a partida foi mais difícil do que as análises diziam.

Sem Guerrero, com suspeitas de dengue, Tite escalou Vágner Love buscando manter a mesma tática. Já Guto Ferreira espelhou a Ponte para jogar no mesmo sistema do Timão. Mudança que fez toda a diferença e a Macaca passou a pressionar. Sem deixar espaços no meio, saindo rápido, principalmente com Rildo e Biro Biro, e contando com boa movimentação de Renato Cajá, o time visitante foi ao ataque e obteve as melhores chances. Em ótima cabeçada de Cajá, Cássio fez linda defesa e em lance polêmico, o camisa 10 marcou após rebote do goleiro, mas o árbitro marcou impedimento.

O Timão não conseguia repetir as atuações passadas. A linha do meio não se mexia e facilitava a marcação. Love atuava muito parado, de costas para o gol, tirando a chegada dos meias e bloqueado sempre pela dupla de zaga da Ponte.

Nas poucas vezes que chegou ao ataque, a movimentação de Fágner, Elias e Jádson foram fundamentais. Pela esquerda, Sheik errava demais e Renato Augusto parecia mal fisicamente. A torcida buscava levar o time do grito, mas o fim do primeiro tempo veio sem o bom futebol corinthiano e com a sensação de que a Ponte Preta está muito viva na partida.

Timão volta a jogar e garante vaga

O intervalo sem mudanças tinha a expectativa para ver como se portariam as equipes. Como esperado, o Corinthians voltou melhor e apresentando o futebol já acostumado. A Macaca sentiu a correria anterior e não tinha a mesma saída de bola. Adiantada, a marcação corinthiana tirava os espaços que a Ponte tinha na etapa inicial.

Com maior movimentação e chegada forte dos meias, o Corinthians dominou as ações e chegou ao gol em boa trama pela esquerda. Uendel tabelou com Renato Augusto. O meia acionou Love no pivô. Num toque rápido, encontrou a passagem novamente do camisa 8, que da marca do pênalti, chutou mascado e viu o goleiro da Ponte ainda tocar na bola, mas sem a força ideal para evitar o gol. Alívio em Itaquera.

O gol reacendeu ainda mais a Fiel e o Timão continuou pressionando. Em outra boa chegada, Sheik e Love ficaram de frente ao gol, mas um atrapalhou o outro e a chance foi perdida. A Ponte só chegava em lances de cruzamentos longos ou chutes errados de fora da área.

O tempo passava e os técnicos mexeram. Guto Ferreira tirou o perigoso Biro Biro e praticamente matou as chances do seu time. Com a vantagem mínima e sem querer ceder contra ataques, o Corinthians começou a se fechar mais e povoou a intermediária. Cássio trabalhou apenas em cruzamentos, novamente. Bem postada, a zaga não deu os mesmos espaços e a pressão final do time campineiro foi quase nula. Em um último suspiro, Rildo arriscou da meia lua e mandou quase fora da arena. Em jogo de dois tempos distintos, o Timão garantiu sua vaga na base do lampejo de seus jogadores, na força tática e na pressão da torcida.