O canal de TV argentino América, divulgou neste domingo (22), uma série de 11 escutas onde aparece o falecido ex-presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA), Júlio Grondona, conversando por telefone com o diretor de árbitragem da conmebol, Abel Gnecco. Nela, os dois falam sobre a escolha do árbitro do jogo Corinthians x Boca Juniors, pelas oitavas de final da Copa Libertadores da América em 2013 e como pressionaram Carlos Alarcón, (diretor da comissão) para escalar Carlos Amarilla. Depois decidem os próximos árbitros a serem "escalados" para as quartas de final da Competição. Em uma parte da conversa, Grondona chega a afirmar que Amarilla era o maior reforço do Boca Juniors nos últimos anos. 

"Gostam aí na Argentina do Amarilla?" Olha, se não gostam dele, não sei. Eu gosto, bota ele e deixa de me encher o saco. Para Alarcón, me bota o Amarilla e para de encher. Bom, assim foi, o pôs e bom... e saiu bem porque, bom, tem que ser assim...",  disse Grondona a Gnecco. 

Após o escandalo, Carlos Amarilla e seus dois assistentes Rodney Aquino e Carlos Cáceres foram afastados pela Federação Paraguaia de Futebol. Em entrevista, o árbitro paraguaio alegou ser inocente.

O técnico do Corinthians, Tite, estava a frente da equipe naquela ocasião. O treinador deixara aquela partida bastante irritado, e nesta terça-feira (23), questionado sobre a arbitragem do duelo ante o Boca Juniors, o técnico alvinegro não demonstrou surpresa, deixando claro que não quer encontrar com o trio de arbitragem envolvido no escândalo, e deixando a cargo das entidades competentes, a pena para o ato.

"Vou contar o que aconteceu em casa ontem. Eu sabia que seria abordado e pensaria o que iria falar, para mim não era surpresa nenhuma. Só vou me recordar daquilo que falei, que em nenhum momento da minha vida futura iria querer cruzar aquelas pessoas. Continuo falando a mesma coisa. Não quero julgar, não tenho essa pretensão, mas vou acompanhar por todos os meios. Que façam o devido julgamento", explicou o técnico alvinegro.

No primeiro jogo, a equipe argentina havia vencido por 1 a 0. Pelo jogo de volta, no Pacaembu, as equipes empatavam por 1 a 1, precisando da vitória o Corinthians tentou virar a partida, porém, teve dois pênaltis não marcados, um gol mal anulado e acabou sendo eliminado.

Questionado sobre o sentimento daquele dia, o técnico diz que não irá falar o que pensa, pois não tem como provar e que guarda o carinho do torcedor após o jogo. Após a eliminação, a torcida corinthiana cantou o hino e aplaudiu os jogadores, reconhecendo o esforço.

"Aquele dia foi muito escuro. Não vou falar o que eu penso porque não posso. O que penso é digno de um processo. Como não tenho condição de comprovar nada, não vou falar. Minha prova são meus olhos e minha experiência. O meu sentimento. Foi um dia escuro. A coisa bonita que guardo é o sentimento do torcedor pós-jogo. Nunca tive na minha carreira um sentimento de aplauso, de carinho, de reconhecimento como aquele".

Sobre rever o Amarilla, o técnico foi bem claro: "Num jogo do Corinthians, profissionalmente, sim. Mas se eu puder fazer tudo, sob forma de pedido, para não vê-lo, farei. Tomara que eu não cruze em nenhum local. Deixe eu ficar no meu canto. Ele que siga a vida dele, tenha a consciência dele... Faça aquilo que a cabeça e o coração dele mandarem."

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Sobre o autor
Thais Costa
18 anos, apaixonada por futebol, corinthiana fanática, adora escrever, ler e falar sobre futebol.